ENSAIO: Kia Ceed S Coupé 2.0 CRDi TX
Bem sei que gostos são gostos e evidenciar a componente estética é sempre subjectivo e dependente da interpretação individual; ainda assim, atrevo-me a afirmar que, dentro do género e do segmento, este é um dos coupés mais bonitos que é possível ver nas estradas portuguesas. E que, sem negar uma veia desportiva, mantém presente a forte componente familiar da restante gama Cee'd. Subjectiva ou não, a vertente estética é decisiva na aceitação e no sucesso de qualquer automóvel. Ainda mais quando estamos na presença de uma marca ou de um construtor em fase de afirmação dos seus créditos, que não apenas tem que ultrapassar a desconfiança quanto à qualidade dos seus produtos (daí a garantia de 7 anos), como de impor e consolidar a imagem num mercado tão exigente e selectivo.
Quando falo em género e segmento, refiro-me a versões de 3 portas em modelos do segmento médio. Projectado e construído na Europa, tendo por base uma plataforma que serve duas marcas, o Kia Cee'd S Coupé - ou Pro_Cee'd em alguns mercados -, surgiu inicialmente como protótipo de apresentação do familiar coreano. Possui, no entanto, uma imagem mais radical e agressiva do que o «cinco portas» (VER AQUI) ou a carrinha (AQUI). O que não deixa de ser natural num modelo que quer parecer exactamente isso - agressivo e radical - como qualquer desportivo que se preza.
Isso não evita que lhe encontre uma grande propensão familiar! Seja pelo espaço interior que disponibiliza - é apenas ligeiramente mais baixo, de resto o habitáculo apresenta dimensões idênticas, incluindo a nível da capacidade da mala (340 l ou 1130 l com o rebatimento do banco traseiro assimétrico) -, ou até mesmo pelo conforto que proporciona.
Bonito, funcional e exigente
É evidente que, à partida, há uma outra diferença substancial: a do acesso, nomeadamente ao banco traseiro, atenuado pela existência de portas de maior dimensão e pelo rebatimento do banco com memória no retorno. Atrás, dois adultos podem viajar com bastante conforto de espaço para as pernas e largura de ombros, enquanto os bancos dianteiros proporcionam bom apoio e envolvência do corpo, factor muito importante num carro que deseja proporcionar maiores emoções durante a sua condução.
Não diferindo em praticamente nada das restantes versões, o painel de bordo vai de encontro a um tipo de consumidor mais exigente. Não só em termos de linhas, como de qualidade de construção ou de funcionalidade. O fundo vermelho dos instrumentos reforça-lhe o carácter desportivo, enquanto pormenores como o leitor de pendrives ou de i-pods lhe conferem um toque de modernidade.
Confortável apesar de desportivo
Confortável apesar de desportivo
Mas o conforto não se limita ao espaço. A comodidade que oferece passa pela boa insonorização, pelo nível elevado de equipamento e deve-se igualmente ao funcionamento da suspensão. No primeiro caso, auxiliado por um motor mais silencioso do que a unidade de 1,6 l/115 cv (23 300€) que também existe nesta versão (a par do 1.4/109 cv a gasolina a partir de 18 mil), este 2,0 l apenas se faz notar a frio ou próximo da rotação máxima do propulsor. O que tanto pode ser encarado como uma contrariedade como característica de personalidade própria.
Quanto ao amortecimento da suspensão, ela não é tão rígida como se poderá supor. Sem interferir grandemente no desempenho - é garantida a estabilidade em velocidades elevadas e a trajectória em curva, pese embora maior adorno da carroçaria face a outros concorrentes mais agressivos neste aspecto – não obriga a grandes correcções ou provoca sobressaltos.
Económico
Parte importante da procura no mercado nacional centra-se na versão diesel menos potente e de preço mais acessível, tornando-se um privilégio poder aliar as qualidades dinâmicas do conjunto às capacidades deste motor de 2,0 litros. Que começa desde logo por surpreender na elasticidade com que se deixa levar durante uma condução mais tranquila, mantendo-se pronto a responder a qualquer pressão mais impulsiva sobre o acelerador. A caixa de seis velocidades patenteia a tremenda evolução do construtor coreano neste capítulo, sendo dócil e precisa.
Durante um período inicial chega mesmo a parecer existir uma surpreendente suavidade que desmente a impulsividade e o arrebatamento que se procura num desportivo, mas a verdade é que existem e se revelam quando provocados. Nota final para a média de consumo de combustível que, no final, se situava pouco acima dos 5 litros.
Económico
Parte importante da procura no mercado nacional centra-se na versão diesel menos potente e de preço mais acessível, tornando-se um privilégio poder aliar as qualidades dinâmicas do conjunto às capacidades deste motor de 2,0 litros. Que começa desde logo por surpreender na elasticidade com que se deixa levar durante uma condução mais tranquila, mantendo-se pronto a responder a qualquer pressão mais impulsiva sobre o acelerador. A caixa de seis velocidades patenteia a tremenda evolução do construtor coreano neste capítulo, sendo dócil e precisa.
Durante um período inicial chega mesmo a parecer existir uma surpreendente suavidade que desmente a impulsividade e o arrebatamento que se procura num desportivo, mas a verdade é que existem e se revelam quando provocados. Nota final para a média de consumo de combustível que, no final, se situava pouco acima dos 5 litros.
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PREÇO, desde 28600 euros
MOTOR, 1991 cc, 16 V, 140 cv às 4000 rpm, 305 Nm das 1800 às 2500 rpm, turbo-compressor de geometria variável, intercooler
CONSUMOS, 7,5/4,5/5,5 l (cidade/estrada/misto)
EMISSÕES POLUENTES 148 g/km de CO2
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