ENSAIO: Mercedes-Benz E 250 CDI Coupé BlueEFFICIENCY
A qualidade tem um preço e o
prestígio de uma grande marca engrandece ainda mais esse valor. Por isso,
produtos como este não são baratos; fazem-se pagar e ganham uma exclusividade
que os torna ainda mais apetecíveis. São carros assim que tornam a Mercedes uma
das marcas mais vendidas em Portugal. Apesar da crise. E se é verdade que existe
muito de distinto neste coupé da Mercedes, o apelo dinâmico é igualmente
inegável, graças a uma silhueta fluida, baixa e esguia como convém a uma
carroçaria deste género.
O Classe E Coupé é mais do
que um típico coupé de duas portas. Ele tem janelas laterais que descem
completamente (incluindo as que servem os dois passageiros traseiros) e a
ausência de moldura ou pilar central “despe” por completo a parte lateral da
viatura.
Isso reforça o carácter
desportivo da versão.
Mede 4,69 metros de
comprimento, possui quatro lugares e os assentos traseiros são individuais e
podem ser dobrados, em conjunto ou em separado, para aumentar o espaço de
carga. O tejadilho panorâmico em vidro aumenta a luminosidade interior e
beneficia os passageiros mais altos. Uma cortina eléctrica protege os ocupantes
dos raios solares.
Existem alguns pontos de contacto com a carroçaria coupé do Mercedes C (ler AQUI ensaio à versão equipada com este mesmo motor), nomeadamente ao nível das dimensões e aproveitamento do interior.
Preço e posicionamento
Em termos de preço, o E
Coupé não difere muito das restantes formas de carroçaria da gama E. (ler AQUI o ensaio à berlina)
Entre esse equipamento
conta-se muito de segurança e de auxílio à condução, mas também de conforto.
Para garanti-lo, a versão ensaiada dispunha de uns bancos ergonómicos e
bastante confortáveis, com vários ajustes eléctricos, incluindo ao nível lombar
e do apoio lateral. Um lote de extras concebidos pela AMG que, tal como uma
série de apêndices exteriores, tornam o E Coupé ainda mais irresistível.
Apesar desse carácter mais
desportiva, o E Coupe soube alcançar um compromisso muito bom entre as
necessidades de desempenho dinâmico e as obrigações de conforto; sentem-se as
vibrações da estrada mas elas chegam aos ocupantes de forma amortecida e pouco
penalizadora para o corpo e, não menos importante, silenciosa.
Ao volante, o condutor pode
optar por uma posição mais elevada ou mais rebaixada como convém neste género
de veículos. Mas este posicionamento pode fazer o cotovelo roçar a consola
entre os bancos durante a troca de velocidade. Além dos ajustes de banco
referidos, dado que a fivela do cinto fica bastante recuada, um mecanismo
eléctrico faz deslizá-lo automaticamente até à altura do ombro para facilitar a
sua colocação.
Os encostos de cabeça dos
bancos possuem também uma forma de regulação específica.
Como é habitual, o
habitáculo de qualquer Mercedes destaca-se por ser bem insonorizado, confortável
e apresentar um aspecto de qualidade e classe. O do E Coupé não foge à regra e,
se não há grande imaginação ou surpresa na forma ou na disposição, são factores
como este que contribuem para os tornar intemporais e que acabam por conferir
prestígio. Isso e a qualidade insuspeita dos materiais, os ajustes perfeitos, a
solidez e a precisão de manuseamento das partes móveis.
Portas de grande dimensão
facilitam o acesso aos lugares traseiros. Com dois bancos individuais, a parte
central serve como apoio ou para a guarda de pequenos objectos. Estes lugares
são servidos por uma zona de climatização central colocada na parte traseira da
consola localizada entre os bancos dianteiros.
Os 450 litros oferecidos pela
bagageira são excelentes. Esse volume pode ainda ser ampliado com o rebatimento
(assimétrico) do encosto dos assentos traseiros, só possível de ser feito a
partir do interior da mala e não do habitáculo. O revestimento é de grande
qualidade, a forma bem esquadrada e as dobradiças em arco que sustentam a tampa
da mala estão convenientemente protegidas.
Com este motor, o E 250 CDI
Coupé fica perto dos 60 mil euros. E se faz render cada euro em prestígio e em
qualidade de construção, assegura naturalmente um comportamento que privilegia
a dinâmica: 250 km/h de velocidade máxima, controlados electronicamente, e somente 7,3 segundos para acelerar
até aos 100 km/h.
É, assumidamente, um carro
de estilo – com classe – feito para condutores despachados (e endinheirados) mas
também preocupados com a ecologia. Todos os motores apresentam a classificação "BlueEFFICIENCY" (*),
o que significa melhoramentos com o objectivo de melhorar consumos e baixar
emissões. É por isso que, apesar de apresentarem potências mais elevadas,
qualquer dos motores reclama maior economia.
Seja por causa do ambiente ou
para poupar nos impostos, esta versão com 204 cv acrescenta 34 cv à versão
menos potente do mesmo motor de 2143 cc do 220 CDi. E como não descura os bons consumos
ou as baixas emissões, para conseguir esse feito foi dotado de sistema start/stop,
anunciando o construtor um consumo combinado de apenas 5,0 l por cada 100 km.
Muito bom para um carro equipado
com caixa automática de 7 velocidades (com comando sequencial incluindo no
volante) apesar de, na realidade, o final do ensaio assinalar 7,2 l no
computador de bordo.
Mercedes que se preze alia a
qualidade a um comportamento seguro, previsível mas expedito.
Apesar das preocupações com
a economia este motor é suficientemente lesto a acelerar e conta com uma boa
colaboração da caixa de velocidades automática com possibilidade de comando sequencial
e modo sport. Não fui demasiado exigente com ele em curva e pareceu-me ser um
carro mais para desfrutar do prazer da sua condução do que para testar os seus
limites. Pelo menos com este motor e, apesar dos préstimos da tecnologia AMG, o
prazer de o sentir deslizar em curva sem grande esforço sobrepuseram-se a
qualquer outra vontade.
Além das capacidades
motrizes, a condução segura é garantida por um vasto rol de equipamento, algum
dele presente de série. Em termos de segurança passiva, existem vários
airbags, zonas reforçadas da carroçaria ou apoios de cabeça activos e também o sistema PRE-SAFE ®, que actua em casos críticos e que é abordado com mais pormenor NESTE texto de apresentação do novo Classe B da Mercedes.
No E Coupe é possível dispor
de mais equipamento de auxílio à condução, embora se tratem de opcionais que encarecem o preço final
da versão. Reconhecimento de sinais de trânsito com detecção de limites máximos
de velocidade, detecção de objectos no ângulo morto dos retrovisores, transposição involuntária da faixa de rodagem, controlo de velocidade de cruzeiro que actua em relação ao
veículo da frente ou detector de fadiga que age em conformidade da atenção
sobre a condução, são apenas alguns exemplos que patenteiam a capacidade
tecnológica da marca alemã e que ajudam a fazer deste carro um verdadeiro
objecto de cobiça.
Dados mais importantes
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Preços desde
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58 000 euros
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Motor
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2143 cc, 4 cil/16 V, 204 cv às 4200rpm, 500 Nm das 1600 às 1800 rpm, common rail, turbo, geometria variável, intercooler
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Prestações
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250 km/h, 7,4 seg. (0/100 km/h)
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Consumos (médio/estrada/cidade)
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5,0 / 4,0 / 6,4 litros
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Emissões Poluentes (CO2)
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128 a 135 gr/km
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