ENSAIO: Renault Clio Energy Tce 90 (899 cc/90 cv)
Apesar da desgraça que foram as vendas de automóveis em Portugal, a marca francesa fechou 2012 como a mais vendida em todas as categorias de veículos: ligeiros, comerciais e pesados. Para este feito, contribuíram a renovação da linha Mégane e, na recta final de 2012, o aparecimento da quarta geração do Clio. Face ao anterior, o novo ganhou beleza, personalidade e um estilo bastante mais dinâmico, reforçando-se ainda no comportamento e na eficiência energética. Com novas ou renovadas opções mecânicas, a maior novidade a gasolina é este pequeno motor de 3 cilindros e apenas 899 cc de capacidade. A potência anunciada é de 90 cv por acção de um pequeno turbo, enquanto as emissões de CO2 são de somente 99g/km. O preço em Portugal começa logo nos 14 mil euros e não pode dizer-se que seja particularmente competitivo. Vamos então saber o que vale este Clio da quarta dinastia.
Qualquer análise a um modelo que se englobe no segmento de mercado do Clio, obriga a ter presente a importância que os modelos citadinos ou utilitários voltaram a ganhar para as marcas.
Qualquer análise a um modelo que se englobe no segmento de mercado do Clio, obriga a ter presente a importância que os modelos citadinos ou utilitários voltaram a ganhar para as marcas.
A situação actual do mercado de alguns países faz com que volte a ser com estes que os respectivos importadores conseguem manter as vendas. Contudo, em certos casos, a dificuldade começa a ser a pequena diferença de preço entre modelos aparentemente de escalões diferentes.
E, não raras vezes, quando o esforço financeiro não parece significativo, o consumidor acaba por optar pelo maior.
Em parte isto começa a ser possível devido à redução da cilindrada das mecânicas, sobretudo a gasolina. Mais ainda, quando à natural economia de preço se aliam vantagens fiscais que advêm de motores mais económicos, logo menos poluentes.
A maior novidade que o novo Clio traz é exemplo disso mesmo: um motor de três cilindros, com apenas 899 cc, mas que, graças à adição de um pequeno turbo, é capaz de garantir prestações equivalentes (ou até superiores) a anteriores unidades 1.2 ou 1.4.
Com 90 cv e 90 por cento do binário (135 Nm!) disponível entre as 1650 rpm e as 5000 rpm, esta versão do compacto Clio não precisa mais do que cinco velocidades para assegurar consumos médios que oscilam na casa dos 6,0 litros.
Contudo, a homologação desta versão aponta para uma média de 4,3 l em ciclo misto e emissões de CO2 de somente 99g/km.
O preço em Portugal começa nos 14.500 euros, despesas incluídas.
Imagem forte e identificação clara da marca
Além deste novo motor, capaz de assegurar um surpreendente desempenho dinâmico, a nova geração Clio segue as pisadas de “design” do novo Mégane. Não disfarça mesmo o propósito de se assemelhar a este familiar de gama média, por sinal o modelo mais vendido em Portugal em 2012.
O resultado dá naturalmente nas vistas. Com evidência fácil, bastante mais do que qualquer uma das anteriores, a quarta geração Clio transpira emoção e desportivismo, com uma carroçaria de cinco portas disfarçada graças aos comandos de abertura das portas “escondidos” no pilar traseiro.
Ficando mais próxima do solo, a carroçaria fluída desta nova geração ficou não apenas visualmente mais dinâmica como, efectivamente, ganhou apêndices que a tornaram mais escorreita ao vento; uns mais evidentes, como o localizado na parte inferior das portas, outros mais subtis, na zona frontal e junto às cavas das rodas.
A frente escorreita faz ressaltar a identificação da marca e a iluminação Led, esta colocada na que provavelmente é a disposição menos bem conseguida do conjunto. Além da importância aerodinâmica e comportamental, a estrutura rebaixada e as rodas colocadas no extremo da carroçaria, a par das várias possibilidades de personalização, podem tornar cada Clio num automóvel individual e único.
Nesta fase inicial, encontra-se apenas disponível na carroçaria de 5 portas. A de 3 surgirá com o Clio RS 200 (Renault Sport) que, tal como a variante break ou carrinha, despontará nos mercados durante a Primavera de 2013.
Habitáculo também “dá nas vistas”
Vias mais largas e a maior distância entre eixos permitiram ao habitáculo respirar um pouco mais de espaço.
Mas a traseira continua vocacionada apenas para dois adultos, enquanto os ganhos obtidos na mala foram, em grande medida, conseguidos à custa da inexistência de pneu suplente. Este é um opcional e, a existir, terá que ser colocado na parte de fora.
A abertura do portão da mala não é muito ampla e o rebatimento dos bancos traseiros também não gera um piso inteiramente plana.
A capacidade da mala é de 300 litros.
A capacidade da mala é de 300 litros.
Evoluindo na posição de condução, o novo Clio mostra ser tecnologicamente mais evoluído, englobando novo equipamento de ajuda à condução e um painel táctil, volumoso, legível e bem posicionado, surpreendentemente funcional e intuitivo.
O resultado é naturalmente vistoso, mais ainda quando combinado com as diversas personalizações de cor disponíveis.
Contudo, o “R-Link” é um equipamento apenas disponível a partir do nível “Dynamique S” ou “Luxe”. Inclui ficha USB para leitura de conteúdos.
Algum incremento da qualidade dos materiais acompanha a riqueza do aspecto. O painel de instrumentos, à frente do condutor, tem uma forma única e é inteiramente digital. Apesar das semelhanças com instrumentação analógica do velocímetro ou da capacidade do depósito.
Em matéria de pequenos espaços, por debaixo do piso da mala não há qualquer aproveitamento. O porta-luvas é amplo, sem iluminação ou ar condicionado, existindo ainda um pequeno habitáculo sobre este. Nas portas, no espaço reservado cabe uma garrafa e pouco mais, existindo ainda a possibilidade de albergar pequenas coisas na parte inferior da consola central. Mas como aqui ficam também a ranhura para a colocação do cartão mãos-livres, o botão de “start”, a tomada de 12 V ou até, quando é o caso, as entradas auxiliares de som, nem sempre é muito funcional. O mesmo acontece com outro entre os bancos, por causa da acção do travão de mão.
Diverso equipamento de conforto e segurança estão igualmente disponíveis. E, como já anteriormente se afirmou, além do exterior, várias combinações e elementos decorativos interiores permitem personalizá-lo ao gosto de cada proprietário.
Os vidros traseiros tinham accionamento manual na versão ensaiada.
Desempenho dinâmico
Com um novo posicionamento em relação à estrada, o Clio ganhou estabilidade e uma condução mais precisa. O dinamismo, até mesmo com este pequeno motor, revela-se facilmente.
Com um novo posicionamento em relação à estrada, o Clio ganhou estabilidade e uma condução mais precisa. O dinamismo, até mesmo com este pequeno motor, revela-se facilmente.
As rodas no extremo da carroçaria e o facto de esta ficar mais perto do solo contribuem para a atitude. Em percursos mais sinuosos demonstra maior agilidade e segurança, com uma direcção mais precisa e correctamente assistida. Até mesmo quando provocado, ou perante manobras mais bruscas, a reacção é bastante sadia, com acção pronta e eficaz do controlo de estabilidade. Este é de série em todas as versões, não podendo ser desconectado.
Todas estas características de estrada mantêm-se válidas durante a condução em circuito urbano. Agilidade e boa capacidade de manobra, com a resposta do motor facilitada pelo escalonamento curto das primeiras velocidades da caixa
Mais evidente é alguma perda em matéria de conforto. Sobre pisos mais irregulares, a quarta geração do Clio parece ter menos capacidade de amortecimento. A visibilidade para a traseira também não é uma das mais favoráveis.
Razoavelmente bem insonorizado, e com um funcionamento que não apresenta muitas vibrações (há que ter em conta o número ímpar de cilindros), este Clio apresenta maior empenho acima das 2000 rpm.
Razoavelmente bem insonorizado, e com um funcionamento que não apresenta muitas vibrações (há que ter em conta o número ímpar de cilindros), este Clio apresenta maior empenho acima das 2000 rpm.
Apesar do anúncio de grande parte do binário chegar mais cedo.
Ora isso é válido apenas para uma condução mais relaxada ou com um ou dois ocupantes.
Talvez por isso este motor tenha revelado uma diferença nos consumos ao longo dos dias do ensaio: o valor médio variou entre os 6 e os 7,5 litros, consoante o tipo e as condições da condução.
CARACTERÍSTICAS MAIS IMPORTANTES
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Preço (euros):
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14 280 (*)
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Motores
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899 cc, 3
Cil./12 Valv., 90 cv às 5250 r.p.m., 135 Nm às 2000 rpm, injecção indirecta,
turbo com intercooler
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Prestações
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185
km/h, 13 seg.
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Consumos (médio/estrada/cidade)
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4,3 / 3,7
/ 5,3 litros
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Emissões Poluentes (CO2)
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99 gr/km
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(*) sem despesas
administrativas e de transporte
Outros modelos da Honda anteriormente ensaiados:
- Renault Mégane Coupé RS 2.0T/265cv (MY 2012)
- Gama Renault Mégane (MY 2012): 1.5 dCi, 1.6 dCi e 1.2 Tce
- Renault Clio 1.5 dCi/105 cv "Gordini"
- Renault Clio III Break 1.5 dCi 85cv
- Renault Espace 2.0 DCi 130 cv
- Renault Koleos 2.0 dCi/175 cv Luxe
- Renault Laguna 1.5 Dci eco²/110 cv
- Renault Laguna 2.0 DCi
- Renault Clio GT 1.2 16v/75cv (2009)
- Renault Fluence Exclusive 1.5 dci/105cv
- Renault Fluence Z.E. (Eléctrico/Zero Emissões de CO2)
- Renault Laguna Coupe Monaco Edition GT (MY2011)
- Renault Laguna Coupe GT 2.0 dCi/180 cv
- Renault Laguna Break 2.0 dCi/175 cv
- Renault Laguna Break 1.5 Dci eco²
- Gama Mégane 1.5 dCi GT LINE EDC e caixa manual de seis velocidades
- Renault Mégane Coupe 1.5 dCi GT Line EDC (2011)
- Renault Mégane 2.0T RS/250 CV
- Renault Mégane Coupe-Cabriolet TCe 130cv
- Renault Mégane 1.5 dCi/105 cv (2009)
- Renault Mégane Sport Tourer (break-2009) 1.5
- Renault Mégane GT 2.0 dCi/150 cv
- Renault Clio Rip Curl 1.2 TCE/100 CV
- Renault Clio 1.5 dCi 105 cv Sport
- Renault Scénic 1.5 DCi/110 cv (MY 2010)
- Renault Scénic 1.5 dCi/110 cv (MY 2012)
- Renault GrandScénic 1.9 dCi 130cv (7 lugares)
- Renault Twingo 1.2 16 V/75 cv
- Renault Twingo 1.6 R.S. Gordini
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