Smart Forfour 1.1
IRREVERENTE E EFICAZ!
O PROJECTO Smart não teve um parto fácil. A ideia era gira e original: unir o nome de uma marca de relógios da moda, a Swatch, a um modelo puramente urbano, de dois lugares, de estilo fashion. O SwatchMobile teve vários construtores interessados em desenvolvê-lo, desde o grupo VW à General Motors, passando pelos franceses da Matra, acabando por ser a Mercedes — que já tinha ponderado lançar um carro com as mesmas características nos anos 70 —, a adoptar o conceito.
TUDO ISTO decorreu desde o início da década de 90, e foi já no seu final, em 1998, que os primeiros carros começaram a chegar ao mercado, já com o nome de Smart, como marca e com pontos de venda autónomos, ainda que a sociedade já pertencesse, na sua totalidade, ao grupo DaimlerChrysler. Foram entretanto ultrapassados os problemas iniciais de segurança, dos ocupantes com uma célula de protecção inteligente, e de estabilidade com a introdução de um controlo electrónico da mesma, alterações na suspensão e no tipo de rodado.
GRANDE PARTE do seu sucesso, da sua aceitação inicial, basear-se-ia no capítulo do marketing. O carro, em si, tinha tudo para ajudar: linhas e conceito revolucionários, dimensões pequenas que o tornavam fácil de manobrar e de estacionar em cidade, cores atraentes, diminutos e económicos motores, um preço convidativo para a qualidade oferecida e tornaria a inovar, ao tornar-se no primeiro automóvel a ser vendido pela Internet. O facto do seu nome estar ligado a um construtor de prestígio também ajudava; não apenas possuía credenciais capazes de servir como versão citadina dos clientes tradicionais do construtor alemão, como o seu ar jovem e irreverente agradava a uma faixa etária mais nova e ao público feminino.
O LEQUE de consumidores era portanto bastante abrangente, o que não impediu a Mercedes de estabelecer metas apertadas para a sua rentabilidade. Mas ele não se fez esperar, com os Smart a engrossarem também as frotas de empresas, rent-a-car, organismos públicos e outros. Foi conhecendo novas versões, motores diesel igualmente pequenos e económicos, versões descapotáveis e, o que inicialmente seria um pequeno carro de cidade, muito rapidamente se tornou numa marca com uma gama que já inclui um coupé e um descapotável desportivos.
NÃO FOSSE PLÁGIO e aplicar-se-ia a frase «é tão giro ter um Smart»! De súbito, os seus responsáveis viram-se perante a necessidade de oferecer um modelo de dimensões familiares mas igualmente irreverente. Inicialmente chegou a estudar-se a hipótese de um acordo de partilha de componentes com o grupo PSA, mas a escolha ficou em «casa», recaindo sobre a Mitsubishi — é o grupo DaimlerChrysler quem controla o construtor nipónico —, parte da responsabilidade do desenvolvimento de um novo citadino de quatro lugares. Nascia assim o Forfour (para quatro)…
PARTILHANDO a plataforma e muitos outros componentes com o Mitsubishi Colt, os dois não podiam ser mais distintos ao olhar; enquanto o «primo» japonês aposta numa estrutura volumétrica mais «monovolume», o Forfour prossegue o arrojo estilístico e personalizado do rebaptizado Fortwo (para dois…), com painéis arredondados que podem adoptar diferentes cores (é assim que ele se torna mais «giro»…), interior simples mas muito irreverente e um comportamento dinâmico de excepção.
EXTERIORMENTE não lhe faltam os «tais» pormenores que o tornam único; à frente, o formato dos faróis, lateralmente o molde boleado dos painéis, na traseira, a colocação e forma do grupo óptico, por exemplo. E, no seu interior, um painel de bordo muito simples, nas linhas e convencional na distribuição dos comandos, mas que consegue transmitir emotividade a quem o contempla; há um toque muito descontraído e jovial nos visualizadores arredondados, na colocação das saídas de ventilação, na luminosidade potenciada pela conjugação de tons claros, no próprio formato do volante. A qualidade geral dos materiais ajusta aos fins propostos para o segmento e o facto do painel ser, em grande parte, constituído por uma única peça, contribui para a sua solidez. Destaque para o cuidado nos acabamentos, e também para os pequenos espaços disponíveis, não muitos é certo, mas práticos.
JÁ EM MATÉRIA de habitabilidade, o Forfour conjuga a funcionalidade de um banco traseiro deslizante longitudinalmente, para oferecer mais espaço para os seus ocupantes, ou maior capacidade de carga. Na primeira situação, é mais do que suficiente para que dois adultos se sintam confortáveis, ainda que, naturalmente, o espaço para as pernas, esteja condicionado também às necessidades dos ocupantes dos bancos dianteiros. Quanto à capacidade da mala, que peca por um acesso algo elevado devido à pouca altura do vidro que faz as vezes de porta, não se destaca pela negativa face à concorrência nos seus 268 litros com o banco recuado. Parte do ganho advém do recurso a um pneu de emergência mais pequeno.
COM UMA VOCAÇÃO muito utilitária, a versão economicamente mais acessível é a ensaiada, que recorre a um motor de três cilindros com 75 cv. Trata-se de um bloco muito pequeno e com um centro de gravidade realmente baixo, de aparência simples mas extraordinariamente competente. Não apenas no desempenho, como em matéria de consumos, efectivamente comedidos, silencioso e bastante equilibrado face à arquitectura ímpar de cilindros. Para o seu sucesso, muito contribui o belíssimo escalonamento da caixa manual de cinco velocidades, que aproveita um binário nada expressivo, mas que lhe possibilita não apenas uma desenvoltura expedita em cidade, como uma vivacidade em estrada capaz de satisfazer os mais exigentes.
Pela conjugação destes factores, facilmente nos esquecemos da sua exígua cilindrada de 1,1 litros, já que a eficácia em curva e a estabilidade em velocidades mais elevadas são na verdade muito boas, evidenciando, primeiro um primoroso acerto da suspensão — que lhe garante também uma suavidade de rolamento que contribui para o conforto —, depois a mais valia que resultou do baixo centro de gravidade e da distribuição equilibrada dos principais órgãos mecânicos.
TUDO ISTO decorreu desde o início da década de 90, e foi já no seu final, em 1998, que os primeiros carros começaram a chegar ao mercado, já com o nome de Smart, como marca e com pontos de venda autónomos, ainda que a sociedade já pertencesse, na sua totalidade, ao grupo DaimlerChrysler. Foram entretanto ultrapassados os problemas iniciais de segurança, dos ocupantes com uma célula de protecção inteligente, e de estabilidade com a introdução de um controlo electrónico da mesma, alterações na suspensão e no tipo de rodado.
GRANDE PARTE do seu sucesso, da sua aceitação inicial, basear-se-ia no capítulo do marketing. O carro, em si, tinha tudo para ajudar: linhas e conceito revolucionários, dimensões pequenas que o tornavam fácil de manobrar e de estacionar em cidade, cores atraentes, diminutos e económicos motores, um preço convidativo para a qualidade oferecida e tornaria a inovar, ao tornar-se no primeiro automóvel a ser vendido pela Internet. O facto do seu nome estar ligado a um construtor de prestígio também ajudava; não apenas possuía credenciais capazes de servir como versão citadina dos clientes tradicionais do construtor alemão, como o seu ar jovem e irreverente agradava a uma faixa etária mais nova e ao público feminino.
O LEQUE de consumidores era portanto bastante abrangente, o que não impediu a Mercedes de estabelecer metas apertadas para a sua rentabilidade. Mas ele não se fez esperar, com os Smart a engrossarem também as frotas de empresas, rent-a-car, organismos públicos e outros. Foi conhecendo novas versões, motores diesel igualmente pequenos e económicos, versões descapotáveis e, o que inicialmente seria um pequeno carro de cidade, muito rapidamente se tornou numa marca com uma gama que já inclui um coupé e um descapotável desportivos.
NÃO FOSSE PLÁGIO e aplicar-se-ia a frase «é tão giro ter um Smart»! De súbito, os seus responsáveis viram-se perante a necessidade de oferecer um modelo de dimensões familiares mas igualmente irreverente. Inicialmente chegou a estudar-se a hipótese de um acordo de partilha de componentes com o grupo PSA, mas a escolha ficou em «casa», recaindo sobre a Mitsubishi — é o grupo DaimlerChrysler quem controla o construtor nipónico —, parte da responsabilidade do desenvolvimento de um novo citadino de quatro lugares. Nascia assim o Forfour (para quatro)…
PARTILHANDO a plataforma e muitos outros componentes com o Mitsubishi Colt, os dois não podiam ser mais distintos ao olhar; enquanto o «primo» japonês aposta numa estrutura volumétrica mais «monovolume», o Forfour prossegue o arrojo estilístico e personalizado do rebaptizado Fortwo (para dois…), com painéis arredondados que podem adoptar diferentes cores (é assim que ele se torna mais «giro»…), interior simples mas muito irreverente e um comportamento dinâmico de excepção.
EXTERIORMENTE não lhe faltam os «tais» pormenores que o tornam único; à frente, o formato dos faróis, lateralmente o molde boleado dos painéis, na traseira, a colocação e forma do grupo óptico, por exemplo. E, no seu interior, um painel de bordo muito simples, nas linhas e convencional na distribuição dos comandos, mas que consegue transmitir emotividade a quem o contempla; há um toque muito descontraído e jovial nos visualizadores arredondados, na colocação das saídas de ventilação, na luminosidade potenciada pela conjugação de tons claros, no próprio formato do volante. A qualidade geral dos materiais ajusta aos fins propostos para o segmento e o facto do painel ser, em grande parte, constituído por uma única peça, contribui para a sua solidez. Destaque para o cuidado nos acabamentos, e também para os pequenos espaços disponíveis, não muitos é certo, mas práticos.
JÁ EM MATÉRIA de habitabilidade, o Forfour conjuga a funcionalidade de um banco traseiro deslizante longitudinalmente, para oferecer mais espaço para os seus ocupantes, ou maior capacidade de carga. Na primeira situação, é mais do que suficiente para que dois adultos se sintam confortáveis, ainda que, naturalmente, o espaço para as pernas, esteja condicionado também às necessidades dos ocupantes dos bancos dianteiros. Quanto à capacidade da mala, que peca por um acesso algo elevado devido à pouca altura do vidro que faz as vezes de porta, não se destaca pela negativa face à concorrência nos seus 268 litros com o banco recuado. Parte do ganho advém do recurso a um pneu de emergência mais pequeno.
COM UMA VOCAÇÃO muito utilitária, a versão economicamente mais acessível é a ensaiada, que recorre a um motor de três cilindros com 75 cv. Trata-se de um bloco muito pequeno e com um centro de gravidade realmente baixo, de aparência simples mas extraordinariamente competente. Não apenas no desempenho, como em matéria de consumos, efectivamente comedidos, silencioso e bastante equilibrado face à arquitectura ímpar de cilindros. Para o seu sucesso, muito contribui o belíssimo escalonamento da caixa manual de cinco velocidades, que aproveita um binário nada expressivo, mas que lhe possibilita não apenas uma desenvoltura expedita em cidade, como uma vivacidade em estrada capaz de satisfazer os mais exigentes.
Pela conjugação destes factores, facilmente nos esquecemos da sua exígua cilindrada de 1,1 litros, já que a eficácia em curva e a estabilidade em velocidades mais elevadas são na verdade muito boas, evidenciando, primeiro um primoroso acerto da suspensão — que lhe garante também uma suavidade de rolamento que contribui para o conforto —, depois a mais valia que resultou do baixo centro de gravidade e da distribuição equilibrada dos principais órgãos mecânicos.
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PREÇO, desde 12550 euros MOTOR, 1124 cc, 75 cv às 6000 rpm , 100 Nm às 3500 rpm, PRESTAÇÕES, 165 km/h CONSUMOS, 7/4,6/5,5 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES CO2, 130 g/km
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O FORFOUR propõe vários motores a gasolina — além do ensaiado, um menos potente com a mesma cilindrada, um 1.3 com 95 cv e um 1.5 com 109 ou 177 cv! A diesel, a oferta cinge-se a um único bloco de 1,5 l, com potências de 68 ou 95 cv.
A ligação a um grupo construtor de prestígio e tanta originalidade, acabam por ter reflexos no preço. O equipamento de série é escasso na versão mais acessível — Pure —, quedando-se pelos itens de segurança como o duplo airbag frontal, airbags laterais dianteiros, ABS e ESP, e de conforto como os vidros dianteiros eléctricos ou o fecho centralizado (automático durante a condução) com telecomando.
Resultado do modelo nos testes de segurança EuroNcap:
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