Mazda 5 2.0 MZR-CD


Acertar na mouche !

SE HÁ ALGO que se atribuiu aos japoneses, é a capacidade de pegar num conceito, desenvolver e aprimorá-lo, para depois oferecer um produto irresistível. E se demoraram um pouco a «entrar» no espírito dos monovolumes médios de gosto europeu, quando o conseguiram, não se limitaram a copiar… reinventaram-no e aperfeiçoaram de tal modo que acabaram por estabelecer novos padrões para este segmento.

E SE FALARMOS do caso concreto do Mazda 5, não lhe faltam atributos: economia, espaço e versatilidade interior e, não menos importantes, conforto sem sacrifício de uma capacidade dinâmica capaz de rivalizar com muitas station wagons…
O substituto do Premacy tem também razões de sobra para encantar os que igualmente buscam um modelo de segmento superior; a capacidade de acomodar sete passageiros, a versatilidade de se transfigurar em quatro, cinco ou sete lugares — graças aos dois bancos traseiros rebatíveis que se dissimulam na bagageira (mantendo uma superfície plana) ou à forma como a segunda fila de bancos se transforma em duas confortáveis poltronas —, a acessibilidade facilitada pelas portas traseiras de correr, a faculdade de poder gerir as necessidades de carga mediante a possibilidade dos bancos posteriores correrem sobre calhas, a excelente capacidade da mala, o seu comportamento em estrada e faculdade de manobra… e, não menos importante, um preço deveras concorrencial para um modelo equipado com um fabuloso motor de dois litros, prestável em todas as situações e extraordinariamente económico!

«PEGANDO-O» por este último prisma a surpresa é ainda maior. É que, efectivamente, o Mazda 5 surge onerado em termos fiscais pela maior cilindrada face a alguma concorrência, mas nivelado e, em alguns casos — quando comparado em termos de equipamento —, com um valor final mais baixo. Rebuscando razões para o diferenciar, diria que lhe falta alguns materiais mais suaves nos revestimentos interiores, uma melhor gestão de pequenos espaço à disposição dos passageiros ou até uma maior suavidade na movimentação das palas para o sol… mas todos estes motivos se esbatem perante a solidez e qualidade de construção e de insonorização do habitáculo, bem patentes quando se transita em caminhos irregulares; ou, correndo o risco de me repetir, no imenso prazer e precisão da sua condução!

DE FACTO, a Mazda é, das marcas nipónicas, a que, nos últimos anos, mais tem apresentado produtos que se ajustam às pretensões do consumidor-tipo europeu, não sendo alheio a tal facto a sua ligação ao grupo Ford. Mas tem tido um especial cuidado em que os seus modelos se distingam por proporcionar um conjunto agradável de emoções (e esse é o espírito Zoom-Zoom…), nomeadamente de condução, e o 5, ainda que com uma estrutura mais familiar, não é excepção. É fácil esquecermo-nos de que se trata de um monovolume, com uma maior altura e centro de gravidade mais elevado, aliás, na grande maioria das situações, parece mesmo mais compacto do que as dimensões exteriores nos revelam. A segurança que transmite ao abordar curvas mais apertadas — o modelo ensaiado dispunha de controlo de estabilidade, mas a sua acção é imperceptível para quem o conduz —, a precisão que mantém em velocidades mais elevadas — de que, geralmente, só nos damos conta pela deslocação do vento… —, a ligeireza com que enfrenta o trânsito urbano e a destreza de manobra, cativam mesmo os mais exigentes.

COMO SE JÁ NÃO BASTASSE, temos uma pronta resposta do motor, bem coadjuvado por uma caixa de seis velocidades que, além de bem escalonada, demonstra uma precisão e suavidade assinaláveis, não esquecendo a colocação deveras confortável do respectivo manípulo. À frente do condutor surgem de forma clara as informações essenciais e a colocação dos principais comandos é perfeitamente intuitiva. A posição de condução não precisa necessariamente de ser a mais elevada, pois a visibilidade é boa nos ângulos normais para este género de modelos, ainda que os sensores traseiros de auxílio ao estacionamento sejam uma colaboração preciosa. A compleição dos bancos, rijos mas com bom apoio lateral, ajudam a esbater a fadiga geralmente provocada por viagens mais longas, enquanto a suspensão, nada tendo de macia, absorve convincentemente as irregularidades do percurso e impede o habitual bambolear deste tipo de carroçaria.
Não esquecendo o sempre grato factor de chegarmos ao final da jornada registando consumos realmente comedidos…


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PREÇO, desde 27 650 euros MOTOR, 1998 cc, 143 cv às 3500 rpm , 16 V., 360 Nm às 2000 rpm, turbodiesel de Injecção Directa PRESTAÇÕES, 197 km/h CONSUMOS, 7,3/5,7/6,3 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES CO2, 173 g/km
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UMA ÚNICA MOTORIZAÇÃO constitui a oferta da gama que se declina em quatro níveis de equipamento: Comfort, Exclusive, Sport e Hightech. O equipamento principal da versão mais acessível é relativamente escasso mas contém o mais importante em matéria de segurança (a propósito: obteve a nota máxima, no que concerne à protecção dos ocupantes, nos testes de colisão EuroNcap), compreendendo ABS com distribuição electrónica da força de travagem (EBD) e assistência à travagem de emergência (EBA), oito airbags (frontal e laterais dianteiros) e de cortina (à frente e atrás, até à 3.ª fila), vidros e retrovisores eléctricos, ar condicionado manual e rádio/cd com controlos no volante, para além do sistema de modularidade da fila central de bancos.
A versão ensaiada — Sport — e certamente a mais entusiasmante, está disponível por cerca de 31300 euros. Ao atrás descrito, acresce, entre outros, o controlo dinâmico de estabilidade (DSC) com controlo de tracção (TCS), jantes em liga leve de 17" com pneus 205/50, vidros escurecidos, sensores de chuva e de comutação automática de luzes, faróis de nevoeiro e principais em Xénon, fecho centralizado com telecomando e funções «super lock» e sistema «Chave Inteligente», cruise control, ar condicionado automático e computador de bordo.
A garantia mecânica é de três anos ou 100 mil quilómetros.
Resultado do modelo nos testes de segurança EuroNcap:

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