Um SUV modelável (Parte II)
AQUANDO do ensaio à versão 4x4 de 5 lugares do Hyundai Santa Fé, referi a necessidade de uma segunda parte do artigo, para falar especificamente de uma versão, a primeira a chegar a Portugal e que, pelas suas características, representa uma das principais apostas do importador nacional dentro da gama «Santa Fé». Esse modelo é um «sete lugares» com tracção apenas dianteira (e não integral), homologado como monovolume para assim beneficiar da possibilidade de pagar classe 1 nas portagens, desde que se disponha de Via Verde.
PARA O PROPRIETÁRIO, isso representa uma poupança significativa — daí que o facto seja um dos principais destaques publicitados — embora o carro reúna um conjunto de outras funcionalidades que o tornam deveras versátil e interessante enquanto conceito. A começar pela altura em relação ao solo que, não o tornando num «jeep», lhe confere algum à vontade em terrenos mais acidentados. Depois, a questão da habitabilidade, realmente muito boa na fila central, com o acréscimo de mais dois lugares, estes naturalmente mais acanhados. Sem esquecer todo o desempenho dinâmico do conjunto, e até mesmo uma imagem exterior deveras cativante. E como este pormenor conta!
SE O «SANTA FÉ» nasceu a pensar no mercado americano, pouco a pouco tem vindo a revelar-se mais europeu e não apenas pela disponibilidade de um motor diesel. As formas mais fluídas e elegantes do que a geração anterior, são agora também acompanhadas por uma subida de forma da qualidade dos materiais usados no habitáculo, no cuidado posto nos pormenores, na montagem e até por um maior rigor e solidez das partes móveis, como sejam as tampas dos diversos compartimentos, por exemplo.
Tudo isso faz com que se respire um ambiente de maior nobreza quando nele se viaja e não é certamente apenas por causa das recorrentes aplicações em tom de madeira; o habitáculo está melhor insonorizado em relação ao barulho do motor e padece de poucos barulhos plásticos quando se transita em terreno irregular. Em estrada nem sequer se pressente nada. Por outro lado, se é verdade que os dois bancos escamoteáveis no piso da mala têm uma movimentação fácil, também ficam demasiado próximos do portão traseiro. Isso traz dois inconvenientes: por um lado o espaço da mala é drasticamente reduzido, por outro, é pouco provável que sejam ocupados por passageiros de maior estatura.
Por fim, o acesso não é completamente prático, a fazer-se apenas pela porta do lado direito, pois o encosto da fila central é assimétrico; esta segunda fila não tem qualquer possibilidade de movimentação longitudinal e, em relação à versão de cinco lugares, desaparece o espaço sob o piso da mala, agora ocupado pelos bancos quando recolhidos.
NO RESTANTE mantém-se a mesma simplicidade das linhas do tablier, com capacidade para agradar a um largo leque de consumidores, e uma boa posição de condução, com o banco e a coluna da direcção, consoante o nível de equipamento, a permitirem múltiplos ajustes.
Não sendo um monovolume (fica mais próximo de uma station), escasseiam também algumas das soluções habituais dos MPV. Não se espere encontrar tabuleiros nos encostos dos bancos ou espaços cobertos sob o piso. Mesmo assim, pelo menos os passageiros dianteiros não se podem queixar por falta de pequenos espaços, alguns dos quais cobertos.
A moderna unidade de 2,2 l vem agora com 155 cv, mais 5 cv e 8 Nm de binário, em relação à versão anteriormente ensaiada. A diferença tem mais a ver com questões ambientais — foi introduzido um filtro de partículas — do que em matéria de desempenho.
Mantendo acoplada uma caixa manual de apenas cinco velocidades — ou uma outra automática com número idêntico de relações —, o facto pouco ou nada prejudica no aproveitamento do binário, já que o desempenho é eficaz desde baixos regimes e este carro não é propriamente para grandes velocidades... nem o código da estrada o permite, não é?
Mas, no principal que são os consumos, consegue ser comedido face ao peso e ao volume do conjunto.
NÃO SENDO um tracção integral, a altura em relação ao solo do Santa Fé, permite-lhe ir até onde a maioria dos seus utilizadores costuma levar este género de veículos. Embora equipado com pneus de estrada, mais escorregadios, consegui transpor alguns obstáculos com uma surpreendente facilidade e voltar a sentir a robustez da plataforma perante caminhos bastante irregulares.
Este é, de facto, um carro bem nascido nesse capítulo e o facto do Tucson também se lhe equiparar, revela o quanto a marca coreana tem evoluído. Até porque o conforto e a capacidade de controlar o adorno da carroçaria são realmente bons, muito lhe devendo o sistema auto nivelante da suspensão, que mantém constante a altura ao solo independentemente da carga.
Tenho que confessar que, em estrada, não pressenti tanto as imprecisões de rota que me intranquilizaram aquando do ensaio à versão 4x4. O piso estava mais seco! Ou seja, equipado com os mesmos pneus coreanos de origem, o comportamento do Santa Fé, descontado o facto de, neste caso, se tratar de um tracção dianteira, foi diferente devido às melhores condições de aderência da estrada.
O caso nada teria de importante, caso volta e meia não chovesse! O que é chato, eu sei... mas acontece.
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PREÇO, desde 33 000 euros MOTOR, 2188 cc, 155 cv às 4000 rpm, 16 V, 343 Nm das 1800 às 2500 rpm, injecção common-rail, turbo de geometria variável e intercooler PRESTAÇÕES, 180 km/h CONSUMOS, 9,3/6,0/7,1 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES 190 g/km de CO2
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NO MERCADO automóvel as novidades sucedem-se rapidamente e, se há poucas semanas, para o a versão 4x4, falava de um único nível de equipamento e de um motor de 150 cv, não apenas a potência aumentou como, para o 4x2 Wagon passam a ser três os escalões — Sport, Confort e Style. A versão mais económica é a primeira e, salvo pequenas diferenças de conforto, carece sobretudo pela ausência de controlo de estabilidade face às restantes. No restante, contempla airbags frontais laterais e de cortina para as 3 filas de bancos, ABS e EBD, alarme, faróis de nevoeiro, vidros e retrovisores eléctricos, computador de bordo, fecho centralizado com comando, retrovisor interior electro crómico c/ bússola, ar condicionado manual e jantes em liga leve.
Resultado nos testes EuroNcap:
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