Mazda 2 1.3 Sport (86 cv)


A arte do disfarce
CONTRARIANDO a tendência actual de construir carros maiores e mais pesados, a Mazda seguiu orientação diversa nesta nova geração do seu utilitário. Este novo 2 é não apenas mais curto e mais leve, embora mais largo do que o anterior, beneficiando com isso a habitabilidade e o conforto. O menor peso e linhas mais fluídas trouxeram, por outro, consumos mais baixos e menores emissões poluentes.


MAS, ao contrário do que a silhueta exterior esguia sugere, o interior desde Mazda 2, aproxima-se bastante do que habitualmente encontramos num monovolume. Mais no espaço disponível — apesar de o conjunto ser cerca de 5,5 cm mais baixo, é desafogado também em altura interior —, do que na funcionalidade, essa mais limitada. Aliás, a boa habitabilidade é em parte conseguida com sacrifício da capacidade da mala, menor do que na geração anterior. O banco traseiro não tem movimento longitudinal e, em matéria de pequenos espaços ou de outras soluções de funcionalidade interior, pouco mais inova do que um porta luvas com tampa parcialmente aberta, para permitir a colocação de objectos mais compridos.

O ESPÍRITO dinâmico zoom-zoom revela-se quando nos sentamos ao volante do 2. A envolvência do banco e a rápida adaptação à posição de condução, prolonga-se pela visão de um bonito e funcional tablier. O seu desenho é simples e com um contraste de cores algo pobre, mas a qualidade dos materiais não destoa pela negativa, apresentando-se também muito cuidado nos acabamentos. Parte dos comandos do rádio e do computador de bordo estão, consoante o nível de equipamento, integrados num bonito volante. Não existe manómetro para a temperatura do motor, substituído por um indicador luminoso azul, que se mantém ligado enquanto este não atinge a temperatura adequada.

MUITO ÁGIL, a condução do novo Mazda 2 cativa facilmente os mais exigentes. A silhueta favorece bastante o bom coeficiente de penetração e torna-o quase imune à acção de ventos opostos. Uma suspensão equilibrada ajuda também à estabilidade em velocidades elevadas, conferindo-lhe um comportamento em curva bastante desportivo.
Falo em equilíbrio, pois o seu bom desempenho não prejudica o conforto. Junto com a habitabilidade — e este novo 2 é relativamente largo —, e a boa insonorização, não deixa de surpreender em bom piso. Muitas vezes parece mesmo pertencer a um segmento superior.

JÁ A DIRECÇÃO, que até se mostra bastante precisa, torna-se mais sensível quando o piso se torna prolongadamente irregular. O comando da caixa está muito bem colocado, com um manuseamento igualmente preciso e bastante rápido. O escalonamento das relações favorece a agilidade do conjunto.
Como inicialmente referi, a orientação seguida para este Mazda 2, foi torná-lo mais leve e mais eficaz, de forma a baixar os consumos e consequentes emissões das diversas versões. Vejamos então o caso concreto do modelo ensaiado.

O 1.3 a gasolina é ligeiramente menor em termos de capacidade, mas reclama maiores valores de potência. Diria, no entanto, que é menos «redondo» e mais rotativo do que o anterior que lhe equivale, com características mais «europeias». Apresenta um binário ligeiramente inferior, trazendo como trunfos um sistema de alimentação e distribuição mais evoluídos. Segundo os dados fornecidos pelo fabricante, é mais económico em qualquer circunstância; sempre são 100 kg a menos e uma maior eficácia aerodinâmica!
Na realidade, porque a sua condução também entusiasma, a média registada no ensaio superou os 7 litros. Contudo, e aqui reside uma das grandes vantagens desta versão, as emissões poluentes que anuncia são significativamente menores e cumpridoras das normas actuais.

— 0 —

PREÇO, desde 14100 euros MOTOR, 1349 cc, 86 cv às 6000 rpm, 16 V., 122 Nm às 3500 rpm CONSUMOS, 6,9/4,6/5,4 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES CO2, 129 g/km
— 0 —


O MAZDA 2 apresenta-se no mercado português (ver mais AQUI) apenas como motores a gasolina. Este 1.3, com 75 ou 86 cv — como o ensaiado — e um desportivo 1.5 com 103 cv. A estes se juntará em breve uma versão a gasóleo com cerca de 70 cv.
O acesso faz-se a partir de cerca de 12 mil euros. Quanto ao 1.3/86 cv sport objecto da presente análise, orça mais 3000 euros. Parte desse valor deve-se ao equipamento, porque além do habitual em termos de segurança é conforto — ABS, duplos airbags frontais, laterais e de cortina, computador de bordo, fecho centralizado com telecomando, vidros e retrovisores eléctricos, por exemplo —, o ar condicionado passa a ser automático e é ainda possível encontrar jantes em liga, faróis de nevoeiro e volante em pele, para além de uma ligação auxiliar para um i-pod ou outro leitor, com ligação ao rádio/CD/MP3, que igualmente dispõe de comandos no volante.

Resultado nos testes EuroNcap (2007): http://www.euroncap.com/tests/mazda_2_2007/306.aspx.

Sem comentários