Peugeot 207 CC 1.6 HDi


Quem sabe, sabe...

SEJA NO VERÃO, seja no Inverno, sabe sempre bem desfrutar de uns raios de sol. Tenha-se obviamente cuidado com o exagero e consciência dos males que isso pode originar.
Quem tem um descapotável, conhece bem o prazer que é conduzi-lo num destes dias em que nem o sol, nem a temperatura, estão suficientemente quentes para transformar o seu interior numa frigideira ou corrermos o risco de uma insolação; mas também o quanto pode ser aborrecido sermos surpreendidos por uma brusca alteração atmosférica e lá se vai o gozo...
A pensar nisso nasceu o conceito CC. Nisso e não só; para além da comodidade, estes modelos ganham também no aspecto da segurança.

COMECEMOS pelo mais óbvio. Este carro tem muito para agradar: uma estética apaixonante e agressiva como se de um desportivo se tratasse e é de uma extrema elegância sem capota. Enfim, personalizado!.. E desejável, assim a bolsa o permita...
Tudo isto não é uma grande novidade quando falamos de um descapotável. Só a designação parece torná-los mais bonitos, irreverentes, apetecíveis... Mas, neste caso, o 207 CC também é um coupé. O conceito não é exclusivo da marca francesa, mas, se a memória não me atraiçoa, coube ao anterior 206 inaugurá-lo neste segmento. Em que é que consiste? CC significa cabriolet-coupé e, dependendo da posição da capota rígida mas muito fácil de recolher de forma eléctrica, pode adoptar estas duas formas de carroçaria.

OU SEJA, basta pressionar dois botões colocados junto ao travão de mão: um para baixar em simultâneo os quatro vidros laterais, o segundo para fazer deslizar o tejadilho para um espaço apropriado na zona da bagageira. E temos os cabelos ou vento. E já nem é preciso soltar uns fechos no interior como acontecia no anterior 206 CC. Ou então efectuar o movimento inverso e podemos contar com um acolhedor mas atrofiado habitáculo fechado.
Uma capota rígida tem vantagens e desvantagens. No primeiro caso, obtém-se uma melhor insonorização, segurança do habitáculo e maior rigidez da carroçaria, face a uma outra, em lona como era vulgar há uns anos. Desvantagem maior é que, geralmente, na versão descapotável, o espaço na mala fica substancialmente reduzido. O que é o caso.

POR CAUSA da configuração, o espaço traseiro é escasso, só mesmo para emergências, sendo não apenas reduzido para as pernas, como limitado em altura com a capota colocada. À frente não difere muito do 207 de três ou cinco portas — com excepção da altura do conjunto, as restantes dimensões são praticamente as mesmas —, embora conte ainda com uma alteração muito substancial: a inclinação do pilar do parabrisas.
Deve-se isso à necessidade de tornar o 207 CC mais seguro em caso de capotamento, pois, em conjunto os arcos de protecção atrás do banco traseiro (que se elevam em fracções de segundo a partir de determinada inclinação da carroçaria), serve como aro de segurança. Protege também melhor os passageiros da acção do vento.
Por isso, os bancos ficam também mais baixos, embora possam ser regulados em altura. O tablier oferece subtis alterações, mais devido às aplicações de cariz desportivo e ao écran multifunções que, para além do habitual, passou a indicar as fases de abertura/fecho da capota.

ATÉ CERTA velocidade, sem capota, a acção do vento não é incomodativa. Nem o barulho por este provocado impede que se possa conversar. A partir dai, seja como descapotável ou como coupé, os ruídos aerodinâmicos passam a ser mais notórios. A insonorização face ao trabalhar do motor também não é completa.
Mas isso são pequenos inconvenientes, face ao enorme prazer que constitui conduzir este leãozinho. A carroçaria actua com perfeito à vontade e segurança sem pregar sustos, o que comprova boa rigidez torcional. Não sendo um desportivo, curva rápido e actua sem vibrações em velocidade. E quanto ao conforto, dispõe de uma suspensão que amortece bem, sem condicionar grandemente o comportamento.
Estranhamente, este 1.6 HDi encontra-se acoplado a uma caixa de apenas 5 velocidade. Isso poderia ter-lhe retirado alguma dinâmica e piorado os consumos médios, mas tanto num, como no outro caso, os resultados obtidos ficam longe de desiludir. E afinal o conjunto ultrapassa a tonelada e meia de peso...

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PREÇO, desde 24700 euros MOTOR, 1560 cc, 16 V, 110 cv às 4000 r.p.m., 260 Nm às 1500 rpm, injecção common rail, turbo de geometria variável e intercooler CONSUMOS, 6,0/4,1/4,8 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES CO2, 126 g/km

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COMO a maioria dos descapotáveis é um carro para ser apreciado em condução descontraída, aproveitando a suave acção do vento. Enquanto coupé revela um certo temperamento desportivo, tanto quanto lhe permitem os 110 cv deste motor diesel. Existe, por isso, uma versão sport que, por pouco mais de 1000 euros, passa a contar com controlo de estabilidade e jantes de 17 polegadas, a par de outros pormenores de carácter estético ou funcional como, por exemplo, os faróis adicionais de viragem.
A sua capota retrátil é constituída por duas partes — chapa no tejadilho e vidro traseiro — que encolhem e recolhem por debaixo de uma tampa que também abre e fecha de modo pneumático. Para que isto aconteça, torna-se necessário ter colocada uma rede traseira na zona da mala e que a divide do pouco espaço que sobra para carga e um pneu de dimensões reduzidas. Mas com dois ocupantes, o banco traseiro também serve para o efeito.
Existe um outro acessório que, de forma a reduzir a acção do vento quando se circula sem capota, cobre o espaço traseiro e cria uma ante-pára em rede atrás dos bancos. Picuinhices...

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