HÁ UNS TEMPOS ensaiei o Toyota Auris que veio subdividir este segmento da gama da marca japonesa. Isso permitiu ao Corolla subir de patamar e criou uma nova oferta entre este e o Yaris, diferente e mais económica, embora ambos — Auris e Corolla — acabem por partilhar algumas soluções estéticas e mecânicas. Apostando em públicos alvos diferentes, o Auris surge com um interior mais jovem e irreverente, enquanto o Corolla segue uma via mais conservadora, típica do cliente tradicional que há quarenta anos encara este modelo como o seu familiar de eleição.
ENQUANTO o Auris de 3 ou 5 portas se apresenta mais curto e mais alto — o que lhe confere um aproveitamento interior ao jeito de um monovolume —, o Corolla revela-se um típico «três volumes», mas com a mesma distância entre-eixos do primeiro. Para os passageiros a habitabilidade é semelhante; ganha apenas cerca de 100 litros na capacidade da mala, perdendo contudo na facilidade do acesso que a quinta porta do Auris proporciona.
Mais clássica, a linha exterior do Corolla, em certos aspectos, aproxima-se mesmo da do Avensis. Entre ambos passou apenas a existir uma diferença de 10 cm no comprimento...
Mais clássica, a linha exterior do Corolla, em certos aspectos, aproxima-se mesmo da do Avensis. Entre ambos passou apenas a existir uma diferença de 10 cm no comprimento...
SE OS PRODUTOS da japonesa Toyota tem uma intocável aura de fiabilidade, surpreendentemente, o interior da nova geração deste familiar, sem colocar em causa a qualidade, também não impressiona. Mesmo se mais cuidado face ao Auris e com as partes móveis a funcionarem na perfeição, é o toque do plástico duro — apenas a parte superior do tablier surge revestida com materiais mais macios — e a sua aparência visual que geram essa impressão. Enfim, talvez seja mesmo por preocupações ambientais ligadas à reciclagem, porque é justo referir que não indicia ruídos parasitas mesmo em mau piso.
Preocupação com a existência de pequenos espaços — duplo porta luvas e aproveitamento da parte lateral da consola central —, bagageira ligeiramente maior do que a do anterior modelo — embora sustentada por dobradiças em arco —, e pneu suplente apenas para uso temporário.
DE UMA FORMA geral, o espaço proporcionado aos ocupantes é o habitual neste segmento; os passageiros da frente têm mais do que suficiente à disposição, atrás dois adultos conseguem viajar com desafogo e espaço para as pernas. Mesmo um terceiro passageiro não sofre o empecilho de um túnel central. Os bancos proporcionam bom apoio e o conforto — quer pela capacidade de amortecimento da suspensão, quer pela insonorização do habitáculo — é uma realidade. Nesse campo, do conforto, as diferenças entre os níveis de equipamento (Sol e Luna) são minimas, cingindo-se praticamente ao ar condicionado manual ou automático. A diferença faz-se no campo da condução, ao proporcionar o controlo de estabilidade e de tracção, sensores de chuva e de luz e jantes em liga, por um diferencial de cerca de 2000 euros.
EMBORA o leque de motores seja mais vasto, é sobre o conhecido diesel 1.4 D-4D que recai o interesse. Pela economia de consumos, mas também pelo preço final que a menor carga fiscal lhe permite. Como reverso da medalha, fica a ideia de alguma submotorização. Não que o Corolla deixa ficar mal em cidade, ou em estrada não atinja velocidades aceitáveis sem grande dificuldade. A evidência coloca-se nas recuperações, quando se gostaria de contar com uma reserva de potência numa ultrapassagem, por exemplo. Ai sobrevêm as limitações, esgotando-se o binário disponível, que não só não é expressivo como tem uma faixa de utilização curta. Este motor, seguramente um dos melhores da sua classe, revela uma maior vocação urbana, mesmo se este até nem é dos sedans mais pesados, em parte graças aos tais ganhos de peso obtidos no uso de materiais mais leves. Por outro lado, se num ritmo moderado os consumos são aceitáveis, sobem de forma mais clara se lhe exigirmos mais um pouco. Essencialmente um familiar que apenas precisa de mais algum trabalho de caixa...
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PREÇO, desde 25200 euros MOTOR, 1364 cc, 90 cv às 3800 rpm, 190 Nm às 1800 às 3000 rpm, 8 V, injecção directa, common rail, omando variável de válvulas CONSUMOS, 5,8/4,3/4,9 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES CO2, 128 g/km (combinado)
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PARA além deste diesel, a gama de motores inclui ainda um mais potente (126 cv) 2.2 D-4D com caixa de seis velocidades. A gasolina, temos ainda o 1.4 e o 1.6, ambos VVT-i, com 97 e 124 cv respectivamente. A esta forma de carroçaria com 4 portas, juntar-se-á em breve uma carrinha, existindo para já o monovolume Verso com 7 lugares.
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