O SEGUNDO pensamento que me ocorreu, quando pela primeira vez senti esta nova geração, foi o quão distante ela se encontra, em termos estruturais, de alguma ingenuidade de construção da anterior e, em termos de conceito e funcionalidade, mais de acordo com uma imagem mais «europeia». A nova Carens confunde-se facilmente com uma station ligeiramente mais alta, proporciona bons índices de habitabilidade e, pela primeira vez, pelo menos no mercado nacional, uma lotação superior a cinco ocupantes. Os dois lugares traseiros são, como se vulgarizou, escamoteáveis e obtidos à custa do sacrifício da bagageira, passando esta a ser pouco mais do que simbólica. Mas o espaço para os ocupantes destes bancos não é assim tão desprezível e adultos podem viajar aqui com razoável conforto mercê da altura interior. O acesso também não é mau de todo. Única condicionante: a ausência de abertura dos vidros traseiros poderá desagradar em dias mais quentes, nada que o ar condicionado não resolva e este é, de resto, um óbice generalizado a toda a categoria.
BEM MAIS simples, mas também muito mais funcional, o painel de bordo desta nova geração prolonga-se na zona central, elevando e tornando mais confortável o manuseamento do manípulo da caixa de velocidades. Dividindo os dois lugares da frente, este prolongamento inclinado aproximou e tornou também mais fácil o acto de funcionar com os comandos do rádio e da climatização. Entre os bancos, um compartimento duplo sob o apoio de braços, no tablier e naturalmente no forro interior das portas, numa gaveta por debaixo do banco do passageiro dianteiro e até nas cavas das rodas traseiras, existem pequenos e muito funcionais pequenos espaços, incluindo, naturalmente, porta-copos.
Realço ainda uma bonita conjugação de dois tons de cor, tanto no tablier como no forro das portas. E se o faço é porque isto atenua a ausência de revestimentos suaves nestas zonas, se bem que os plásticos rígidos apresentem rigor no acabamento e na montagem.
Com 140 cv, este propulsor diesel de 2,0 l é não apenas mais do que suficiente para a tonelada e meia de peso deste carro, como capaz de o levar a velocidades e acelerações bem interessantes. A unidade motriz, que serve outros modelos do grupo Hyundai, surge aqui coadjuvado com uma suave e precisa caixa de seis velocidades, e embora não apresente prestações de referência, isso deve-se às formas da secção dianteira que provocam ainda alguns ruídos aerodinâmicos em alta velocidade.
JÁ QUANTO a outro aspecto que, a par da habitabilidade, é igualmente muito importante, a Carens não desilude no conforto proporcionado pela suspensão. A taragem branda absorve bem as irregularidades e embora a compleição dos bancos não seja a ideal em termos lombares, o corpo também não se ressente grandemente em deslocações mais longas.
Muito estável em velocidade, essa brandura provoca apenas um ligeiro mas não constrangedor rolamento da carroçaria em curva, enquanto que a direcção, bastante assistida, lhe facilita as manobras de parqueamento mas retira alguma sensibilidade em auto estrada.
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PREÇO, desde 28800 euros
MOTOR, 1991 cc, 16 V, 140 cv às 4000 rpm, 305 Nm das 1800 às 2500 rpm, turbo-compressor de geometria variável, intercooler
CONSUMOS, 7,8/5,2/6,1 l (cidade/estrada/misto)
EMISSÕES POLUENTES 163 g/km de CO2
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A CARENS é um carro muito fácil de conduzir, com boa visibilidade lateral e dianteira e a particularidade de dispor de um travão de mão accionável... com o pé! Razoavelmente espaçoso e muito funcional, proporciona um lote de equipamento que o torna uma opção bastante racional face ao preço a que é proposto. Condicionado à fiscalidade que incide sobre o motor de 2,0 l, a existência de um propulsor 1.6 CRDi que a marca dispõe, torná-lo-ia mais concorrencial no nosso mercado, mas apenas em termos de preço final. Este 2.0 CRDi consegue consumos médios em tornos dos 6,0/6,5 l, e dificilmente a unidade 1.6 faria melhor nesse aspecto.
Por causa dessa mesma fiscalidade, este monovolume tornou-se uma aposta mais forte da marca em Portugal, o que até aqui ocorria com a Carnival. Disponibilizada unicamente com este motor, a Carens também tem um só nível de equipamento, bastante completo e que, de fora, deixa apenas a pintura metalizada. Para além do que se possa imaginar de conforto e estilo, inclui ainda, por exemplo airbags de cortina para as três filas de bancos e controlo de estabilidade.
Resultado dos testes de colisão EURONCAP (2007):
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