Nissan Navara 2.5 dCi 4x4 Sport Edition

Só quem anda distraído é que não repara na quantidade de veículos do tipo pick-up a circular nas estradas nacionais, com aspecto de nunca virem a ser utilizados na função para a qual foram verdadeiramente concebidos ou verem as suas capacidades cabalmente aproveitadas. A explicação é relativamente simples: durante anos beneficiaram em Portugal de uma fiscalidade muito favorável que lhes permitia um preço final baixo e concorrencial face a outras viaturas e, embora tenha visto o seu preço encarecer vários milhares de euros desde a entrada em vigor da nova lei, a verdade é que este se mantém bastante competitivo.

Depois, há o aspecto, claro. O tamanho e aparência imponentes, a imagem de força e robustez, tudo características que impressionam e agradam. Além do mais, este género de viaturas tende a aburguesar-se, tornando-se mais práticas de conduzir, mais cómodas e funcionalmente sendo dotadas de mais equipamento de conforto e lazer. As formas de carroçaria aligeiram-se, para a cobertura da caixa de carga existem possibilidades para todos os gostos e para a personalização do exterior, os construtores e não só, disponibilizam uma vasta linha de acessórios. E há ainda as versões especiais que contemplam parte destes aspectos. É o caso desta Navara Sport Edition.


ESTA SÉRIE LIMITADA da Navara tem, muito apropriadamente, a designação Sport Edition. Tal não se deve simplesmente às linhas da carroçaria reforçadas pela caixa fechada da zona de carga, como também a um lote soberbo de equipamento que lhe conferem um grau de sofisticação pouco habitual. Baseada no nível de acabamento LE, o mais alto da gama, dispõe de um interior exclusivo com estofos e parte do revestimento das portas em couro. Parte dele e das costuras em vermelho, junta-se a aparência desportiva do punho da alavanca das mudanças «Momo» e pelo expressivo design do volante com os comandos do sistema de som e do cruise control. Estes extras não tem, no entanto, acompanhamento na qualidade dos plásticos que constituem o tablier, rígidos e de aparência demasiado plástica. É ainda assim de realçar que, em termos de linhas e de funcionalidade, o painel não está muito distante de um qualquer veículo ligeiro ou de um SUV, ou seja, bem distante da imagem simplista, falha de imaginação ou pobre de algumas pick-up de trabalho.


EXTERIORMENTE, a Navara Sport Edition, destaca-se pelos acabamentos cromados: na grelha inferior frontal, nos embelezadores nos faróis de nevoeiro cromados e nos amplos retrovisores exteriores cromados. Estes últimos incluem ainda luzes de cortesia e indicadores de mudança de direcção. Para além dos símbolos identificadores, dispõe de barras no tejadilho, faróis de nevoeiro, lava-faróis, controlo de velocidade de cruzeiro, sensores para a activação automática dos faróis e do limpa pára-brisas, equipamento de som com caixa para seis CD’s e sistema Bluetooth, jantes em liga de 17'' e placas cromadas no limiar de acesso das portas dianteiras, entre outros. Esta edição especial está disponível unicamente em duas cores de carroçaria, vermelho e preto, ambos metalizados e com cabine dupla para cinco passageiros.


EM TERMOS de espaço interior, ninguém tem razões de queixa. Mesmo no banco traseiro podem viajar 3 adultos sem grande desconforto. O condutor beneficia dos ajustes habituais no banco e na coluna da direcção que lhe permitem encontrar uma boa posição de condução.
Quanto a locais para a arrumação de pequenos objectos, existem na consola central, na parte superior do tablier, nas portas e bolsas nas costas dos bancos dianteiros, dois porta luvas e caixas sob os assentos traseiros. Estes dispõem de uma articulação que permite não só baixar o encosto, como elevar e fixar a zona do banco. Com cinco passageiros o habitáculo pode mostrar-se limitado para transportar pertences pessoais, requerendo alguma imaginação para os levar de forma limpa, segura e prática. É evidente que existe a zona da caixa de carga, neste caso coberta, mas em termos de acesso e arrumação, não é o mesmo que a bagageira de um ligeiro. Obviamente, dirão alguns, importa no entanto realçar que este género de modelos não foi pensado para uso familiar. E naturalmente que os acessos são elevados, mas os estribos laterais e as pegas dão uma ajuda para o habitáculo. Quanto à caixa de carga, os sistemas de tampa superior é desmontável, robusto, com fechadura própria, iluminação interior e acabamentos perfeitos. Um exclusivo sistema de fixação da carga, desenvolvido pela Nissan, permite, através de calhas especiais, colocar e reter com facilidade a carga na zona mais conveniente da caixa. Em termos de dimensões, esta é quase quadrada, com cerca de metro e meio de comprimento por um pouco mais de largura.


DISPONÍVEL apenas com a transmissão 4x4 e equipada com o motor turbodiesel 2.5 dCi de 171 cavalos, com caixa manual de seis velocidades, a Navara Sport Edition não disfarça o seu à-vontade em estrada. Em velocidade - é não só capaz de atingir uma elevada como de lá chegar mais rápido do que o seu peso faria supor, a acção do vento e a configuração elevada originam algumas vibrações sobre a coluna da direcção. Já quanto ao comportamento, a estabilidade patenteada em recta não é a mesma em curva, onde as condicionantes estruturais referidas atrás obrigam a alguma moderação devido ao adorno da estrutura e ao alongamento da trajectória, aqui também devido à tracção traseira. Mas é um facto que se conduz muito bem em estrada, com conforto e desenvoltura, desde que o piso não se mostre irregular, o mesmo já não se passando em cidade onde as dimensões lhe retiram capacidade de manobra e diminuem a visibilidade durante as mesmas.


«SENTI-LA» fora de estrada, levá-la para o seu ambiente mais natural, é um verdadeiro prazer. Não é à toa que a Nissan Navara se assume como referência e líder do seu segmento. A potência desta motorização, mas principalmente o binário cujo valor máximo está nas 2000 rpm e com tracção integral supera os 400 Nm, ajudam a superar a maioria dos trilhos de superfície mais instável.
Embora o modelo ensaiado não montasse pneus de todo-o-terreno - mais confortáveis em estrada, mas com muito menos aderência fora dela -, o sistema de transmissão permite-lhe ultrapassar sozinha alguns obstáculos complicados. O peso e as dimensões jogam contra si em percursos mais apertados ou que exigem maior capacidade de manobra e diminui a aptidão para ultrapassar desníveis ao limitar-lhe os ângulos de ataque e saída. A gestão do modo de tracção - geralmente às rodas traseiras - para a tracção total ou «engate» das redutoras é toda comandada através de um botão rotativo situado na consola. Opcionalmente, por cerca de mais 600 euros pode ainda contar com o bloqueio do diferencial traseiro.
Com capacidade de transportar mais de uma tonelada de carga, estes modelos são ainda procurados pela sua capacidade de reboque, no caso de 2,3 toneladas. Quanto a consumos, em parte graças à desmultiplicação da sua caixa de seis velocidades, podem fazer-se consumos médios abaixo dos dez litros, embora, tanto em cidade como na prática de todo o terreno, esse valor médio facilmente supere os 12/13 litros. A insonorização está num bom nível e a suspensão traseira com molas de lâminas oferece o conforto possível em piso mais irregular, sem nunca comprometer a segurança da condução.


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PREÇO, desde 37 300 euros MOTOR, 2488 cc, 171 cv às 4000 rpm, 16 V., 403 Nm às 2000 rpm, Injecção Directa common rail com turbo e intercooler de geometria variável CONSUMOS, 11,8/8,6/9,8 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES CO2, 264 g/km


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