Belíssima
Parece questão mais ou menos consensual considerá-la como uma das carrinhas mais bonitas da classe e não só. Toda a sua silhueta é atraente, atlética e sensual, senhora de um equilíbrio e harmonia de linhas que concorrem para uma pose simultaneamente dinâmica, plena de charme e de prestígio
Com algumas honrosas e infelizes excepções, a Honda pode gabar-se de ser, entre as marcas japonesas, aquela cujo traço dos seus modelos mais facilmente agrada aos consumidores ocidentais.
Ora sendo a parte estética importante na hora de escolher um carro, há ainda que contar com outros factores de ordem mais racional, nomeadamente a relação preço/qualidade/equipamento, por exemplo, algo suficientemente abrangente e que no fundo pretende significar que, face ao preço de venda, o que recebemos em troca vale cada euro dispendido.
E como referi aquando do ensaio à versão sedan aqui analisada há semanas, mais uma vez, os carros do construtor japonês partem em vantagem por beneficiarem de uma boa reputação de robustez e fiabilidade.
Grande ma non troppo
Um dos factores que contribui para que o Accord facilmente se imponha é a sua volumetria. Cresceu face à geração anterior e embora não seja o maior da classe, o habitáculo parece e é suficientemente desafogado, nomeadamente para as pernas dos ocupantes do banco traseiro.
Neste aspecto não difere muito do sedan e não vale a pena por isso alongar muito. Refira-se que a capacidade da mala não constitui referência – cerca de 400 litros, inferior ao sedan –, com o rebatimento fácil do encosto destes bancos a gerar uma superfície quase plana que a volumetria dos pilares da suspensão impede maior amplitude a meio.
A mala, bem revestida, contém pequenos espaços fechados e ainda um compartimento sobre o pneu suplente que é de pequenas dimensões. Acresce de série uma rede retráctil para separar na vertical a zona da mala do restante, útil por questões de segurança.
Pujante é ainda o aspecto do tablier, igualmente desportivo no desenho e nas cores que alegram o fundo dos instrumentos. Funcional, o Accord não foge à posição de condução dos modelos da Honda, tipicamente baixa e com um manípulo da caixa de seis velocidades curto a inspirar trocas rápidas.
Andamento allegro
O Accord Tourer consegue ser surpreendentemente ágil face ao que as dimensões fariam supor. Pelo menos em estrada, onde uma suspensão que roça o desportivo confere um comportamento estável, seguro e quase irrepreensível das reacções.
É por isso que o conforto se ressente em parte, obviamente em piso irregular, mas a boa estrutura dos bancos ajuda a amortecer em parte. Já que refiro este aspecto, de salientar que face a um motor não particularmente silencioso, sobretudo a baixa rotação, o interior evidencia excelente insonorização.
Voltando ao comportamento, amortecedores traseiros que reagem de acordo com a carga e a generosa disponibilidade deste motor — que não sendo o mais "desportivo" nem o mais potente, não apenas não envergonha como é seguramente um dos mais económicos —, contribuem para um desempenho bastante consistente, equilibrado, capaz de inspirar bastante confiança e agradabilidade na sua condução.
PREÇO, desde 40000 euros
MOTOR, 2199 cc, 150 cv às 4000 r.p.m., 350 Nm às 2000/2500 r.p.m., 16 V., common rail, turbo de geometria variável, intercooler
CONSUMOS, 7,5/5,0/5,9 l (cidade/estrada/misto)
EMISSÕES POLUENTES 155 g/km de CO2
Seguramente um dos aspectos em que este novo Honda Accord mais se destaca é na área da tecnologia voltada para a segurança. Entre o equipamento opcional, conta-se o Sistema Avançado de Assistência à Condução (ADAS) que tenta automaticamente corrigir a trajectória do veículo com a ajuda de uma pequena câmara instalada no vidro posterior. A LKAS (Lane Keeping Assist System) detecta os traços no pavimento para mantê-lo dentro da faixa de rodagem.
O controlo da velocidade de cruzeiro adaptável (ACC - Adaptive Cruise Control) utiliza um radar de ondas milimétricas para assegurar uma distância constante em relação ao veículo da frente. Funcionando em conjunto com o sistema de travagem atenuante de colisões (CMBS - Collision Mitigation Brake System), monitoriza a distância e a relação de aproximação com o automóvel da frente, ajudando a reduzir as consequências de uma colisão.
Os avisos podem acontecer de forma sonora ou visual no painel de bordo e ainda por esticão do cinto de segurança do condutor.
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