O crescimento da consciência ambiental e novas exigências das
autoridades nesta matéria obriga os fabricantes a dedicar particular
atenção às emissões de poluentes e aos consumos. Na altura de decidir,
há cada vez mais consumidores a levar em linha de conta estes valores
Os mais cépticos dirão que é tudo uma questão de dinheiro: moderação
nos consumos implica gastar menos dinheiro na altura de reabastecer,
emissões poluentes baixas concede benefícios fiscais e, nalguns
países, também seguros mais favoráveis.
Na realidade, desde há muitos anos que os grandes construtores se
preocupam com o rendimento dos motores e dedicam atenção ao
desenvolvimento de tecnologias alternativas às fontes tradicionais de
energia, gasolina e gasóleo no caso dos automóveis. Em modelos que
continuam a utilizar mecânica baseada nestes dois combustíveis, o uso
de materiais mais leves, a diminuição da resistência ao vento e do
atrito durante o rolamento (peças mecânicas móveis e pneus, por
exemplo), permite desde logo ganhos importantes neste sentido.
Questão de dinheiro, ou não, a verdade é que cada vez mais há quem
olhe para estes dois aspectos. Apoiado em tabelas disponibilizadas no
site http://www.topten.pt/, damos uma ajuda para encontrar os modelos mais
"ecológicos", segmento a segmento.
Pequenos e poupados
No segmento dos citadinos ou mini carros, o modelo considerado mais
amigo do ambiente é o revolucionário Toyota iQ com emissões abaixo das
99 g/Km. Isto quando se trata de motores a gasolina, porque se
olharmos para o gasóleo, o Smart Fortwo (Coupé ou Cabrio) leva a palma
com 88 g/km. Tem porém só dois lugares face aos 4 do iQ. Toyota Aygo,
Peugeot 107 e Citroën C1, que utilizam exactamente o mesmo motor do
iQ, apresentam valores mais elevados, o que se deve a estruturas
maiores e mais pesadas.
Subindo de escalão, encontramos um surpreendente Ford
Fiesta 1.6 TDCi Econetic como o modelo com melhor avaliação ambiental.
Alguma desactualização do estudo (de certa forma natural devido ao
ritmo de lançamento de novos modelos), origina a que não refira, por
exemplo, o renovado Peugeot 207 com valores de emissões idênticos (e o
mesmo motor) ou até mesmo, para o meio da tabela, o Renault Clio 1.5
dCi ECO2. Estranhamente neste estudo — aparentemente sem razão para
isso como se constata no exemplo anterior – não aparecem muitos
automóveis franceses. Nem italianos. E, já agora, nem coreanos.
Híbridos dominam
Os familiares compactos são aqueles que representam maiores volumes de
vendas e mais contribuem para a consolidação do nome de uma marca
generalista. Neste segmento, sem grande surpresa, o lugar mais elevado
do pódio cabe inteiramente a um modelo híbrido, o Honda Insight. Com a
conjugação dos seus dois motores (1.3 a gasolina e outro eléctrico),
reclama emissões de 101 g de dióxido de carbono.
Curiosamente, na segunda posição coloca-se o Volvo C30 1.6D DRIVe (com
sistema Start/Stop) que anuncia uns não muito distantes 104 g/Km.
Sem surpresa alguma, o Toyota Prius lidera os veículos de classe
média, seguido de perto pelo Honda Civic 1.3i-DSI Hybrid. Tratam-se de
mais dois carros híbridos e, embora o Toyota disponha de um motor de
maior cilindrada do que o Civic (cuja mecânica é semelhante ao Honda
Insight mas dispõe de maior potência eléctrica), consegue consumos
mais baixos e emissões de apenas 104 g face às 109 do seu rival.
Volumetria pesa
Acima destes encontramos automóveis muito familiares mas também
bastante utilizados por frotas de grandes empresas para motorizações
dos seus quadros.
Com mais volume e peso, recorrem por isso a motores de maior
capacidade, ainda assim não sendo inteiramente linear tal implicar
consumos mais elevados.
Estranhando, mais uma vez, que neste "Top Ten" não constem alguns
carros franceses, a lista elaborada por este organismo considera, algo
surpreendentemente, o BMW 520d DPF não apenas como o mais económico,
como o menos poluente: 136 g/Km de CO2. Até mesmo a versão carrinha
deste "diesel" leva a palma a modelos com motores de menor cilindrada.
O último escalão analisado por este estudo, refere-se a carrinhas com
seis ou mais lugares e, se exceptuarmos o caso do Peugeot 308 SW, os
dois restantes são monovolumes médios. Considerado como mais "amigo do
ambiente", o Opel Zafira 1.6 ECOflex Turbo CNG Erdgas é uma versão a
gasolina preparada para também consumir GPL. No entanto, os melhores
consumos e os valores mais baixos de emissões pertencem ao Peugeot 308
SW.
O que é o TopTen.pt?
Trata-se de uma ferramenta de pesquisa on-line que pretende orientar o
consumidor na escolha de variado equipamento consumidor de energia:
electrodomésticos, lâmpadas, material de escritório e automóveis.
Tendo como critério fundamental a eficiência energética, visa não
apenas mostrar aos consumidores que estes têm um papel activo no
combate às alterações climáticas, como exerce pressão junto dos
fabricantes para os incentivar à contínua melhoria dos seus produtos.
Em http://www.topten.info/ encontra-se o mesmo estudo a nível europeu.
Quanto ao projecto "Topten.pt", da responsabilidade da organização
ambientalista Quercus, foi promovido entre 2007 e 2008 pela EDP
Distribuição e financiado no âmbito do plano de promoção de eficiência
no consumo de energia eléctrica. Desde Dezembro de 2008 é financiado
pelo programa europeu "Intelligent Energy – Europe" (IEE).
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