O apertar das normas ambientais impostas aos construtores automóveis, com vista à redução das emissões de gases nocivos para o ambiente, e os incentivos fiscais de que beneficiam os modelos menos poluentes, tem feito com que surjam, dentro das respectivas gamas, versões especificamente orientadas no sentido de uma dupla poupança: no consumo e no preço final a que chega ao cliente.
É o caso concreto desta versão “ecológica”, uma novidade introduzida na mais recente renovação do Nissan Qashqai. Um modelo que, apesar de ter sido lançado há 3 anos, continua a ser um verdadeiro sucesso de vendas com mais de 600 mil unidades produzidas.
Mas vamos a dados concretos. O que o denominado “Qashqai Pure Drive ECO” contém de diferente é um conjunto de pequenas mas significativas alterações estéticas e mecânicas, que lhe permitem um valor de emissões de CO2 de apenas 129 g/Km. Ora este número permite-lhe continuar a beneficiar do programa de incentivo ao abate de viaturas antigas, uma vez que é inferior aos 130 g/Km estabelecidos pelo governo.
Isto apesar de manter os mesmos 106 cv que as restantes versões equipadas com o motor 1.5 dCi de origem Renault. Por um valor inferior a 25 mil euros (mais as despesas habituais de preparação e legalização, na cor branca e sem extras), torna-se deste modo possível aceder a um equilibrado SUV que, face ao preço, tanto em termos de linhas, como de qualidade, conforto e economia é, efectivamente, imbatível na sua classe.
Na mais recente revisão, o habitáculo conheceu sobretudo melhores materiais e foi disponibilizado mais equipamento. Mas o que realmente importa referir é que o Qashqai, apesar do seu exterior compacto, oferece a habitabilidade e o conforto necessário tanto para uma grande viagem, como em pequenos trajectos urbanos.
Nesta dicotomia reside, sem dúvida, uma das suas mais-valias. Em termos práticos, apenas o lugar central do banco traseiro com pouco apoio, factor agravado pela altura do conjunto e pela suspensão macia, e a bagageira, com 400 litros de capacidade, não abonam a seu favor.
É mais do sabido que, apesar da aparência, o Qashqai não é um jipe. Encerra de facto algumas características que lhe permitem mais à-vontade em terrenos acidentados, como é o caso da altura ao solo e as protecções na carroçaria e chassis.
Contudo, mesmo as versões de quatro rodas motrizes sofrem de algumas limitações (eventualmente bastante úteis em zonas com neve e gelo), maiores ainda nesta, que dispõe apenas de tracção dianteira, sem qualquer auxílio adicional como, por exemplo, a ajuda para descida de percursos mais inclinados.
Contudo, a posição de condução mais elevada oferece um maior conforto visual, a que se ali uma excelente capacidade de manobra em qualquer situação.
Há ainda que contar com uma boa resposta do motor, apesar de se tratar de um bloco 1.5 e das preocupações com a poupança. Ao longo dos mais de 1000 km de ensaio, o computador de bordo assinalou uma média de 6,4 litros, num percurso misto feito sem preocupações de consumo e com a lotação completa. Em auto-estrada, cumprindo os limites legalmente estabelecidos, esse valor desceu mais de um litro por cada 100 km percorridos. Sem nunca impor demasiado ruído para o habitáculo, o motor mostrou-se igualmente económico nas diversas formas de trajecto urbano, nunca fazendo a média ir além dos 7 l.
PREÇO, desde 24830 euros MOTOR,1461 cc, 106 cv às 4000 r.p.m., common rail, turbo de geometria variável, 240 Nm às 2000 rpm CONSUMOS, 5,6/4,5/4,9 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES CO2, 129 g/km
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