Mercedes C 180 CDi BlueEFFICIENCY


Uma estrela verde com muitas "aspas"

Eis o mais "acessível" dos Mercedes "tradicionais". Isto porque existem — obviamente — as classes A e B, mas essas são de outro "campeonato". Esta é igualmente a estrelinha mais "verde" do firmamento prateado dos familiares médios da marca de Estugarda.

Apesar de dispor do motor de 2,1 litros — o mesmo bloco utilizado nos 200, 220 e 250 CDi — esta versão BlueEFFICIENCY com 122 cv e 300 Nm de binário, reclama um consumo de combustível de apenas 5,0l/100km e emissões de CO2 de 130g/km.

Começo desde logo por referir este ponto, porque esta é, afinal, a alteração mais importante face aos restantes. Isso e o facto sempre importante do seu preço de entrada se situar em torno dos 40 mil euros, embora este não seja significativamente muito inferior às restantes versões da gama "C". Acresce ainda a circunstância do valor das emissões permitir a sua venda ao abrigo do programa de incentivo ao abate de veículos antigos, em vigor até ao final de 2010.
A maior contenção de motor e de preço não impedem contudo que se mantenham os valores tradicionalmente associados aos carros alemães: qualidade, conforto e desempenho. Mesmo assim, resta saber como reagirão os clientes habituais da marca a mais esta "socialização", quando o preço ou a economia de consumos não são, geralmente, os principais factores que decidem a opção por um Mercedes.

Classe e conforto

Praticamente mais nada se alterou desde o resultado publicado aquando do ensaio à versão C250 (ver AQUI), um integrante da classe C igualmente com preocupações ecológicas.
O interior é em tudo igual à restante gama, salvo variações pontuais no equipamento disponibilizado de série. Nisto se inclui a sinalética que aconselha a mudança ideal para cada momento da condução. Notoriamente conservador como convém, o conforto está garantido em termos de espaço (embora este não seja o seu melhor trunfo), ruído de rolamento e, principalmente, desempenho da suspensão.
É provável que a posição de condução provoque alguma estranheza inicial a quem não esteja habituado a um Mercedes e, facto sempre notado quando este equipamento está presente, é fácil trocar o manípulo do "cruise control" pelo dos piscas. De resto a visibilidade é boa e o C 180 deixa-se manobrar com facilidade devido sobretudo à forma compacta da carroçaria.
Apesar de compacto, destaque para a boa capacidade da mala, 475 litros.

Eficiência energética

Capaz de acelerar de forma segura e de oferecer uma desenvoltura que não o envergonha enquanto familiar médio, o C180 BlueEFFICIENCY (no final DESTE TEXTO ver o que significa e que outras versões existem) não vai tão longe quanto alguns dos seus pares nas alterações feitas com o objectivo de poupar: aerodinamicamente é até muito subtil, sendo que os melhoramentos incidiram principalmente na eficiência da alimentação e no alongamento das relações da caixa manual de seis velocidades.
É provavelmente por causa deste último aspecto que melhor se estabelece a diferença face ao comportamento da versão C 250 CDI BlueEfficiency. Sempre precisa a engrenar e também por isso reveladora da qualidade dos produtos da marca alemã, o escalonamento mais longo das revelações finais é tanto mais notório em estrada, quando se torna necessário efectuar uma ultrapassagem mais rápida ou recuperar de uma desaceleração mais pronunciada.
Contudo, isso belisca muito pouco ou nada o seu desempenho dinâmico enquanto automóvel familiar, mantendo intactas todas as restantes (boas) capacidades da classe C. Muito poucos carros familiares sem características predominantemente desportivas conseguem acompanhar a forma segura como encadeia curvas rápidas, sem oscilações ou desvios significativos da trajectória desejada, apesar de dispor de uma suspensão mais permissiva do que o C 250. Para tanto, contribui o sistema de controlo electrónico "Advanced Agility", que amortece de forma selectiva a suspensão em função da velocidade e do tipo de condução praticada.
Por fim o mais importante: consumo médio de 5,0 l anunciado pelo fabricante, 7,1 assinalava o computador de bordo no final deste ensaio.

PREÇO, desde 39500 euros MOTOR, 2143 cc, 122 cv das 2800 às 4600 rpm, 300 Nm às 1400/2800 rpm, 16 válvulas, common rail, turbo geometria variável, intercooler CONSUMOS, 6,5/4,1/5,0 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES, 130 g/km de CO2

Sem comentários