Tal como há dois anos, Xangai acolhe um número recorde de expositores. Para além da normal presença dos participantes locais (a indústria chinesa de componentes e os fabricantes automóveis são cada vez mais fortes), os principais construtores de automóveis ou acessórios do mundo ocidental não querem deixar de marcar presença na que é a grande montra para um dos mercados mundiais com maior potencial de crescimento: o chinês.
Após os acontecimentos devastadores no Japão que abalaram fortemente a indústria e a sociedade daquele país asiático, são mesmo assim cerca de 70 as marcas construtoras presentes. Incluindo os principais fabricantes japoneses e as várias centenas de representantes de empresas de acessórios ou serviços, de algum modo ligados à indústria automóvel, que se distribuem por uma área com cerca de 170 mil metros quadrados.
O intuito é, claro, cativar os habitantes de uma região com crescente poder económico. Na China — tal como na Rússia, na Índia ou no Brasil, mercados ditos emergentes — cresce uma elite e uma burguesia com a capacidade de aquisição que vai escasseando a Ocidente. Isso explica porque, já em 2009, a China ultrapassou o mercado automóvel dos Estados Unidos, continuando em crescimento acelerado apesar da crise económica global. Em 2010 venderam-se 13,7 milhões de veículos de passageiros e o primeiro trimestre deste ano soma já 1,8 milhões de unidades transaccionadas. Marcas e modelos de gama-alta ou até mesmo considerados “de luxo” têm números de vendas espantosos no mercado interno chinês.
Esta edição é também reveladora do interesse em apostar nos veículos eléctricos. É expectável um grande potencial de crescimento deste sector, devido aos elevados níveis de poluição do território e ainda à necessidade do governo começar a dar mostras de querer cumprir os tratados internacionais que regulam as emissões de poluentes.
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