Circuito automóvel da Boavista 2011


S. João de Corrida

As ruas do Porto, na zona da Boavista, fecharam ao trânsito regular e as bancadas, montadas em locais estratégicos do circuito citadino, preencheram-se de gente para ver passar pilotos e máquinas. A história das corridas, dos tempos e das classificações importam menos do que falar da festa que por esses dias se viveu na cidade Invicta, em dois preenchidos fins-de-semana com um S. João pelo meio.

De dois em dois anos, numa parte da zona da Boavista em redor do Parque da Cidade, é recriado um dos circuitos míticos da história do automobilismo português. Tal como o circuito de Montes Claros em Monsanto, Lisboa, a prova da Boavista teve a sua génese na primeira metade do século passado, com as primeiras corridas de automóveis em Portugal. Após a Segunda Guerra Mundial chegou mesmo a adquirir notoriedade internacional e, em 1958, Portugal recebe aqui, pela primeira vez, uma corrida de Fórmula 1.
Apesar de essa honra, em 1960 a prova despede-se com a segunda participação do português Nicha Cabral ao volante de um Fórmula 1.
Carros que só voltariam a fazer a célebre curva do Castelo do Queijo em 2005, quando o formato da corrida foi retomado com o Grande Prémio Histórico do Porto.

Rui Rio, “pai” do novo circuito

Um dos grandes mentores deste novo projecto é o actual presidente da edilidade nortenha, Rui Rio. Entusiasta do desporto automóvel, mas principalmente ciente da importância e da divulgação internacional que as provas aqui realizadas beneficiam, principalmente as do campeonato mundial de carros de turismo, o presidente da câmara do Porto avançou este ano para mais um evento. Apesar da conjuntura económica difícil.
“Seria um erro, em termos da promoção turística da cidade, não manter essa regularidade”, explicou Rui Rio. Depois de já ter “perdido” a prova aérea da Red Bull para Lisboa, o autarca lembrou “estudos como os realizados pela Faculdade de Economia sobre o impacto do Circuito da Boavista no turismo, que apontavam para um retorno na ordem dos 32 milhões de euros em termos de divulgação e visibilidade do Porto”. Bem como os benefícios directos sobre a ocupação hoteleira e sobre outras actividades económicas relacionadas com o turismo.



Uma assistência de milhões

Apesar disso, a organização deste ano conseguiu reduzir ainda mais os custos que decorrem da preparação logística, da promoção da prova e dos transtornos causados.
Ao longo dos dois fins-de-semana em que se realizou o evento, calcula-se que mais de 350 mil espectadores tenham passado pelo circuito.

Principalmente no último dia, em que puderam ver e aplaudir o piloto português Tiago Monteiro em mais uma subida ao pódio. Sem esquecer que as corridas do campeonato em que o português é actualmente quarto na classificação geral, o FIA WTCC, terão merecido uma audiência em directo, através do canal Eurosport, calculada em mais de 150 milhões de espectadores!

No último fim-de-semana, além desta prova mundial reservada a viaturas de Turismo, o programa das corridas incluiu outras de diversos campeonatos e categorias. Em pista estiveram bólides clássicos e menos clássicos, e até as sempre espectaculares Ford Transit que, de carros de trabalho, têm muito pouco...

Entre muitas actividades promocionais e de vários outros motivos de interesse para os espectadores, algumas celebridades tiveram a oportunidade de fazerem o gosto ao pé. A corrida dos “Vip's” juntou em pista nomes conhecidos como os de Marisa Cruz, o ex-futebolista João Pinto, os políticos ou ex-governantes Rui Rio, Marques Mendes, Morais Sarmento, Nuno Melo, Marçal Grilo ou a actriz Dália Madruga, entre muitos outros, num despique que levou aos lugares mais baixos do pódio o vice-presidente e o presidente da Câmara do Porto, respectivamente.

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