Em Portugal, o Volvo XC 60 começou por despertar interesse na motorização a gasóleo 2.4 com 215 cv (ver AQUI), deixando pouca margem de manobra para os motores a gasolina de 2 e 3 litros.
Tal como acontece com a restante gama, recentemente beneficiou de um rejuvenescimento e conheceu uma nova versão DRIVe, mais económica em todos os sentidos. Valendo-se do mesmo bloco a gasóleo de cinco cilindros, mas reduzida a sua capacidade para os 2,0 litros, é sobre esse “163 cv” que aborda o ensaio que se segue.
Para vincar bem ao que vinha, o XC60, quando surgiu, reclamou, desde logo, o facto de ser o mais seguro da categoria. Ora isto não é de estranhar num construtor que sempre foi pioneiro nessa responsabilidade, podendo este SUV dispor do equipamento de segurança mais actual e, a versão DRIVe em particular, já contém de série muito desses itens.
O construtor designou-a por D3 (D5 corresponde ao motor superior). Acrescentou-lhe o sistema “start & stop” e fez o que é habitual nestes casos, aligeirando o conjunto, tornando-o mais aerodinâmico e equipando-o com pneus de baixo atrito. Mas a realidade é que se fez isso, pelo menos para efeitos de homologação das emissões, a verdade é que o resultado não está assim tão à vista do consumidor final.
10 mil euros de diferença…
Salvo um ou outro pormenor menos evidente, e naturalmente diferenças pontuais de equipamento, o Volvo XC60 DRIVe não se distingue assim tanto da versão D5.
O mesmo sucedeu em relação à actualização do modelo: salvo variações pontuais de disponibilidade de equipamento ou opções de cor e revestimentos, as alterações foram subtis, visando incrementar, ainda mais, o prazer da condução e a eficácia do conjunto.
Atrever-me-ia mesmo a afirmar que, numa utilização urbana e familiar, para as quais este modelo está efectivamente destinado, o condutor não sentirá tantas diferenças que justifiquem os 10 mil euros que distam, em Portugal, as versões D3 e D5.
Porque essa é que é, afinal, a grande (se não a maior) “conquista” desta versão: o XC60 D3 DRIVe tem preços a partir de pouco mais de 44 mil euros, enquanto que, fruto da fiscalidade nacional, o D5 2.4, igualmente com sistema “start & stop”, não custa menos de 54 mil…
Equipamento mantém-se completo
É verdade que esta versão obriga a pagar à parte alguns acessórios que enobrecem o “pedigree” do carro – alarmes, alguns sensores, sistemas de detecção de peões, de detecção de objectos no ângulo morto, aquecimento dos bancos, etc. – mas não fica longe do patamar de preço de outros modelos, com características idênticas, provenientes de marcas de menor prestígio.
Porque um Volvo é sempre um Volvo! Apesar de agora a marca ser propriedade de um grupo chinês…
Para arrumar de vez a questão do equipamento, refira-se que, ainda assim, tudo o que é essencial à segurança está disponível de série. Diga ela respeito à passiva ou à activa nas suas múltiplas ajudas à condução.
Volumetria exterior vs habitabilidade
Apesar da volumetria exterior contribuir – e muito – para que o XC60 se imponha onde quer que esteja, a realidade é que esse factor não lhe confere a maior habitabilidade da classe.
Ainda assim, é bastante para quatro adultos viajarem com conforto, fazendo valer em classe, na nobreza dos materiais e na qualidade de construção, cada euro dispendido na sua aquisição.
A ergonomia e a funcionalidade dos comandos são também praticamente exemplares, embora se estranhem pormenores como a ausência de regulação, em altura, dos cintos de segurança.
A mala revela-se suficiente ampla e bem esquadrada nos cerca de 500 litros de capacidade que proporciona, destacando-se no revestimento e na utilidade dos compartimentos inferiores. Conseguidos, neste caso, pela presença de um kit anti-furo.
O que mais importa
Conduzi-lo é um acto de puro deleite. Oferece boa visibilidade durante a condução e ainda uma capacidade de manobra aceitável para a sua volumetria exterior.
Confortável, proporciona uma posição de condução e um estatuto que nem mesmo esta unidade motriz, menos potente (e por isso mais económica), lhe impedem de manter.
É um automóvel para se conduzir com tranquilidade. Não porque o peso condicione a desenvoltura deste motor. Apesar disso, os 163 cv deste 5 cilindros proporcionam-lhe o binário e a flexibilidade necessária para que não se sinta limitado em apresentar uma mais do que suficiente agilidade urbana. Ou suficiente desenvoltura em estrada.
O XC 60 não é um carro propriamente desenvolvido para grandes aventuras fora do alcatrão. A versão DRIVe tem praticamente só a maior altura em relação ao solo para o ajudar (23 cm), além do auxílio de uma bem escalonada caixa manual de seis velocidades. A caixa apresenta, naturalmente, relações iniciais mais curtas, o que leva ao aumento dos consumos urbanos.
Após o ensaio, o consumo médio foi de pouco mais de 7 litros.
É recomendável que se desligue o sistema “start & stop” nas manobras mais delicadas, como as de parqueamento numa garagem apertada, por exemplo. Felizmente isso é possível.
Dados mais importantes | |
Preços desde | 44000 euros |
Motor | 1984 cc, DOHC, 5 cil/20 V, 163 cv às 3500rpm, 400 Nm das 1500 às 2750 rpm, common rail, turbo, geometria variável, intercooler |
Prestações | 200 km/h, 10,3 seg. (0/100 km/h) |
Consumos (médio/estrada/cidade) | 5,7 / 4,9 / 6,9 litros |
Emissões Poluentes (CO2) | 149 gr/km |
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