ENSAIO: Kia Rio 1.2 (gasolina)/1.1 (diesel)
À excepção de uma carrinha lançada em 2000, a gama Rio nunca conheceu grande expressão em Portugal. Existem razões para isso deixar de acontecer com a geração mais recente, um carro bem conseguido em termos de linhas e equipado com motores que satisfazem os desejos do consumidor português. Para mais, o novo Kia Rio dispõe de uma relação preço-qualidade competitiva na sua categoria, com preços que começam nos 12600 euros.
Após surpreender a Ocidente com carros familiares como o Ceed, o Venga ou tão irreverentes como o Soul – não esquecendo os populares SUV Sportage e Sorento –, a coreana Kia volta a responder às ambições da Europa com um novo utilitário que, em quase tudo, parece igualmente concebido aos desejos do consumidor português.
Para começar, colocou de lado qualquer resquício de estética mais “oriental” que pudesse existir no seu traço. O modelo actual é realmente bonito, moderno, com um ar bastante dinâmico e dotado de linhas que são não apenas atraentes como capazes de gerar consenso. O que não é de estranhar num carro que pretende vender à escala planetária e que, embora construído na Coreia, foi desenvolvido em estreita colaboração com os centros de estilo europeus e norte-americano.
Interior espaçoso
A principiar pelo interior, espaçoso para os padrões de um utilitário, e acabando na possibilidade de o dotar com equipamento até agora pouco visto no seu segmento, o Kia Rio assume o carácter camaleónico de alguns outros modelos do construtor. Ou seja, se na essência é um citadino, também se mostra capaz de oferecer conforto e capacidade para um desempenho mais familiar. A distância entre eixos aumentou face ao anterior modelo, sendo actualmente uma das maiores da categoria. E até a mala, ao roçar os 300 litros de capacidade, o coloca no meio-termo de dois segmentos. Mas isso só é possível devido à inexistência de pneu suplente, substituído pelo kit anti-furo.
Interiormente há que contar ainda com a imensa funcionalidade dos comandos principais, dispostos num tablier bonito e ergonómico. Apesar de em pouco mais se realçar, do que pela forma de alguns botões situados na parte central e pela profusão, extremamente útil, de pequenos espaços.
Existe ainda a possibilidade de direccionar o ar condicionado para o porta-luvas. E, como é habitual nos modelos do construtor, contempla de série ligações externas de som, através de porta USB ou de ficha de 3,5 mm, e ainda 2 tomadas de energia (12 V.).
Para saber mais sobre o equipamento disponível, consultar AQUI o texto elaborado aquando da sua apresentação no nosso País.
Diesel de baixas emissões
A nova carroçaria é mais baixa e mais aerodinâmica. Isso contribui para garantir melhores consumos e, por conseguinte, para uma redução efectiva das emissões.
Ajuda também ao bom desempenho de versões que, longe de qualquer pretensão desportiva, se mostram razoavelmente bem equilibradas. Esse equilíbrio reflecte-se no conforto, que só não é melhor por culpa de uns encostos de cabeça dianteiros, cuja ergonomia torna complicada a tarefa de os ajustar à melhor posição.
A variante diesel 1.1, versão “ISG” é a mais económica e apresenta emissões de somente 94 g/km. Com preços a partir dos 15.600 euros, assegura 75 cv e um interessante binário de 170 Nm logo a partir das 1500 rpm. O consumo médio do ensaio ficou nuns razoáveis 4,5 litros.
Não gostei particularmente do funcionamento do sistema “stop & go”, parte integrante da versão ISG. Sensível e não muito rápido, pode atrapalhar mais do que ajudar em situações prolongadas de “pára-arranca”.
A colaboração da caixa de velocidades é muitas vezes necessária para contornar a falta de vivacidade da viatura quando esta se encontra na sua lotação máxima. Só em vazio pesa cerca de 1200 kg, mais 100 do que a versão 1.2 a gasolina.
Um “gasolina” económico
Tal como no caso anterior, a versão a gasolina 1.2 de 85 cv demonstra um desempenho interessante numa faceta utilitária ou em percursos de pequena ou média dimensão, com 1 ou dois ocupantes.
Em carga, esta variante (também ela económica, com a média do ensaio a ficar nos 5,8 litros), demonstra por vezes o mesmo carácter esforçado. Isso é bastante notório nos baixos regimes, requerendo alguma embalagem prévia para assegurar consumos e desempenho mais satisfatórios.
Numa ou noutra variante dos seus pequenos motores, a gasolina ou a gasóleo, o Kia Rio oferece aquilo que promete: uma condução suave mas sobretudo económica, sem prestações de assinalar. Somente o suficiente para que possa cumprir a sua vocação prioritária, cabendo à variante “sport”, equipada com um diesel 1.4 de 90 cv, revelar um desempenho mais vivaço. Mas para isso são precisos 20 mil euros…
Dados mais importantes | |
Preços desde | (gasolina) desde 12 600 euros (LX) (gasóleo) desde 15 600 euros (LX) |
Motores |
(gasolina) 1248 cc, 85 cv às 6000 rpm, 120 Nm às 4000 rpm
(gasóleo) 1120 cc, 75 cv às 4000 rpm, 170 Nm das 1500 às 2750 rpm
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Prestações |
(gasolina) 168 km/h, 13,1 seg. (0/100 km/h)
(gasóleo) 159 km/h, 15,5 seg. (0/100 km/h)
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Consumos (médio/estrada/cidade) |
(gasolina) 5,0 / 4,3 / 6,0 litros
(gasóleo) 3,6 / 3,3 / 3,9 litros
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Emissões Poluentes (CO2) | (gasolina) 114 gr/km (gasóleo) 94 gr/km |
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