Pilotos portugueses, em duas ou mais rodas, à conquista de vitórias nas principais provas de todo-o-terreno

A seguir ao futebol, a competição motorizada é o desporto que arrasta maior legião de fãs e que mais contribui para a economia nacional. Apesar de ser um dos menos apoiados é também o que mais vitórias e títulos mundiais têm garantido para Portugal nos últimos anos. Quando se fala em desporto automóvel é inevitável o primeiro pensamento voar para a Fórmula 1 ou para a classe de topo dos ralis mundiais, o WRC. Ora se, nos últimos anos, Portugal não tem conseguido inscrever pilotos na categoria rainha, a F1, mais por culpa da falta de patrocínios do que pelo talento dos pilotos, no que toca à velocidade, provas de resistência, ralis e competição em todo-o-terreno, a realidade é bem diferente.
Nas pistas de alcatrão, nas corridas do WTCC ou nas provas de resistência, Tiago Monteiro e Pedro Lamy continuam a ser os nossos pilotos mais conhecidos fora de portas. E por esta Europa fora muitos outros nomes vão competindo e tendo sucesso, até mesmo em categorias encaradas como a antecâmara da Fórmula 1.
Depois, para lá chegar, o que falta, essencialmente, é o dinheiro dos patrocinadores.
Fora de estrada, os sucessos são ainda maiores. Nos ralis, pilotos portugueses têm conquistado títulos mundiais nas classes de produção, como é o caso de Armindo Araújo que, esta época, ascendeu ao escalou maior da categoria (WRC) para estrear o regresso do Mini aos ralis.


Não há deserto que nos vença!


O regresso de uma etapa do Mundial de Ralis a Portugal reacendeu o entusiasmo dos portugueses por esta competição.
Mas quando se fala em pistas de terra, lama e areia esquecem-se categorias nas quais os portugueses estão entre os melhores do Mundo.
Uma delas é o “todo-o-terreno”, onde os pilotos nacionais acumulam créditos em competições duras como o “Dakar”, o “África Eco Race” e outras que ocorrem ao longo do ano e nas quais competem as melhores equipas TT da actualidade.
Como vem sendo hábito, a passagem de ano coincide com o início das duas primeiras, as mais importantes e por isso também as mais mediáticas em termos mundiais.
Só o simples facto de conseguir concluir qualquer uma destas competições é importante para um piloto ou equipa privada que não disponha do apoio oficial de um construtor automóvel. Elas são unanimemente consideradas as mais duras e as mais exigentes ao nível físico e mecânico.

Primeira mulher a vencer é portuguesa


O “Africa Eco Race” parte de França a 28 de Dezembro e tem meta marcada para Dakar, no Senegal, a 8 de Janeiro. O grande motivo de interesse para nós, portugueses, será acompanhar o desempenho de Elisabete Jacinto, que regressa a África após o magnífico triunfo averbado no Rali da Tunísia e do pódio conquistado no Rali de Marrocos. Integrada na equipa “Oleoban /MAN Portugal” é, portanto, uma das candidatas à vitória na classe dos camiões desta que é a 4ª edição da prova.
Elisabete Jacinto foi a primeira mulher a vencer uma prova da Taça do Mundo em camião e, na grande maratona africana que atravessa Marrocos e a Mauritânia, terminou em segundo na edição passada. Daí que as expectativas da tripulação do MAN TGS para a edição de 2012 sejam elevadas.
Com uma equipa 100% portuguesa, desde a piloto ao mecânico, apoiada pelo construtor alemão de camiões, ela própria assume que o “objectivo é rodar entre os três primeiros camiões, tendo por meta a vitória, e terminar entre os dez primeiros da classificação geral”.

Dakar com muita cafeína


Integrados numa equipa que conta com o apoio da portuguesíssima companhia de cafés Delta, a dupla nacional Ricardo Leal dos Santos/Paulo Fiúza regressa a terras sul-americanas para disputar o “Dakar Argentina Chile Peru 2012”.
A competição teve início na cidade argentina de Mal del Plata a 1 de Janeiro e termina, dia 15, em Lima, capital do Peru.
Após a 7.ª posição obtida em 2011, a equipa nacional conduz um dos cinco Mini All4 Racing inscritos pela “Monster Energy X-raid Team”.

Ciente de que é um dos candidatos à vitória, apesar da presença de outros nomes consagrados, o piloto português diz ter capacidades para “lutar permanentemente pelas primeiras posições em cada etapa” e dessa forma ”colaborar de forma muito activa na estratégia da equipa para chegar à vitória”.

Nas motas, o objectivo é voltar ao pódio

Se nas quatro rodas os aspirantes à vitória falam português, que dizer nas duas?
Depois do título de campeão do mundo de todo-o-terreno e do terceiro lugar alcançado no “Dakar” do ano passado, o português Hélder Rodrigues, piloto da Red Bull Yamaha TMN Team aspira o lugar mais elevado do pódio na classe reservada às motos.
Integrado no Dream Team da TMN - conjunto de pilotos consagrados ou grandes promessas do desporto nacional que são apoiados pela operadora de telecomunicações portuguesa - Hélder Rodrigues foi no ano passado considerado “Atleta Masculino do Ano” em Portugal, recebendo mais votos do que Cristiano Ronald

Carlos Sousa regressa ao Dakar

Carlos Sousa é um nome incontornável da história do todo-o-terreno em Portugal e do Dakar em particular.
Após o grave acidente sofrido em 2000, o piloto português venceu etapas desta mítica prova de todo-o-terreno e mais do que uma vez ficou entre os 10 primeiros da classificação geral.
Depois de ter mostrado o seu talento ao volante de carros da UMM, VW, Mitsubishi, Isuzu, BMW ou Nissan, por exemplo, Carlos Sousa tem a honra de ser o primeiro piloto estrangeiro a correr para a equipa chinesa "Great Wall Motors".
Este ano, Carlos Sousa tem a honra de ser o primeiro piloto estrangeiro a correr para a equipa chinesa "Great Wall Motors".
Na América do Sul, ele partilha o SUV Haval com um navegador francês, em mais uma investida internacional do construtor, que colocou no "Dakar" uma grande equipa com vários veículos de apoio, incluindo 3 camiões.

Em participações anteriores a marca chinesa nunca obteve resultados relevantes. Vários dos veículos que produz são comercializados no Continente americano e asiático e também em alguns mercados europeus. Incluindo o Haval conduzido por Carlos Sousa, um SUV que "herda" mecânica baseada em diversos modelos japoneses da Toyota, Isuzu e Mitsubishi.

Mais portugueses no Dakar

Outros pilotos portugueses participam no Dakar deste ano à espera de sucesso, quanto mais não seja pontual em qualquer uma das etapas.
Nas duas rodas, os pilotos da equipa "Bianchi Prata 2012" são outra das presenças portuguesas. O motociclista que dá nome ao "team", ao volante de uma Husqvarna TE449Rally, vai procurar melhorar o 30.º lugar obtido no ano passado, contando para tal com os apoios importantes da Kia, Vodafone e BP Portugal, entre outros.
Existem portanto fortes motivos para acompanhar esta competição, que tem início na cidade argentina de Mal del Plata a 1 de Janeiro de 2012, e termina, 15 dias depois, em Lima, capital do Peru.

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