Com linhas ousadas e aparência igualmente irreverente, não será certamente por causa das sensações que a mecânica promete que esta não é a versão mais procurada em Portugal. Tudo porque a economia, a maldita racionalidade dos números, coloca o DS4 1.6 THP num patamar de preço menos apetecível do que as versões que dispõem de motor diesel com cilindrada idêntica. Na verdade, variante mais desportiva do DS4 do que esta não há. Aliada a uma versatilidade de certo modo familiar é realmente a mais indicada para fazer as delícias de condutores exigentes, que procuram num DS4 um comportamento mais desportivo.
A linha DS quase parece um puro exercício de estilo. A irreverência está presente, claro, e de forma bastante ousada em alguns pormenores. Mas essas pequenas provocações, bem vistas as coisas, ao não chocarem revelam também muita maturação de um construtor que está habituado a inovar e a criar tendências.
No DS4, as duas discretas portas traseiras, a pujança e simultaneamente algum apelo desportivo da carroçaria, a altura ao solo e as imponentes jantes que desafiam para a estrada são algumas das razões que fazem demorar um olhar mais interessado.
É caso para dizer que aqui a elegância reforça ainda mais o porte atlético de um automóvel nascido propositadamente para seduzir.
Coupé ou não coupé, eis a questão!
Interiormente existem mais motivos de estímulo: formas descontraídas mas que revelam maturidade e pujança e um jogo de cores que oscila entre o desportivo de algumas aplicações prateadas, à tranquilidade que provém do azul da iluminação de bordo. Que pode variar consoante os gostos de quem o conduz.
Interiormente existem mais motivos de estímulo: formas descontraídas mas que revelam maturidade e pujança e um jogo de cores que oscila entre o desportivo de algumas aplicações prateadas, à tranquilidade que provém do azul da iluminação de bordo. Que pode variar consoante os gostos de quem o conduz.
Não há muito mais a acrescentar ao que foi dito aquando do ensaio à versão diesel (ver AQUI), reforçando a ideia de que DS4 é, antes de mais, um carro equilibrado e a contento de muitas partes, sem por causa de isso resvalar para a banalidade das formas. A subtil agressividade das linhas não cansa os sentidos e o habitáculo, espaçoso e confortável para um coupé, só não é totalmente benevolente para os passageiros traseiros, porque os vidros destas portas não abrem.
200 cv são 200 cv!
A frase acima tem o seu quê de “La Palisse”, mas é essa verdade que nos traz de volta a este carro: uma mecânica a gasolina que lhe confere alma de um desportivo, 200 cv expelidos de um bloco 1.6 desenvolvido em conjunto com a BMW.
A frase acima tem o seu quê de “La Palisse”, mas é essa verdade que nos traz de volta a este carro: uma mecânica a gasolina que lhe confere alma de um desportivo, 200 cv expelidos de um bloco 1.6 desenvolvido em conjunto com a BMW.
Esta é a a variante mais potente do mesmo motor que no grupo PSA equipa, por exemplo, o igualmente belíssimo Peugeot RCZ (ver AQUI o ensaio).
Uma potência alcançada graças à adição de um turbo com intercooler e à injecção directa do combustível. Juntamente com um binário elevado que a caixa de seis velocidades consegue gerir bem, são, no entanto, valores demasiado expressivos para um conjunto que não é baixo e cuja suspensão se preocupa em não castigar demasiado os ocupantes.
Nem a firmeza desta ou os pneus largos e de baixo perfil conseguem evitar algum adorno em curva, apesar da muita estabilidade que o DS4 200 TPH demonstra em estrada e em linha recta.
Tudo isto não impede o Citroën DS4 1.6 THP de ser um carro extremamente divertido de conduzir. Para conservar a chama elevada e garantir bom poder de recuperação há que manter os regimes além das 5000 rpm.
Perante um motor tão rotativo, nada "pontudo" e com o binário disponível numa faixa de regime razoavelmente ampla, essa tarefa revela-se não apenas fácil como entusiasmante, porque a bonita sonoridade deste motor soa de modo suficientemente provocante para convidar à dança.
Vale a pena salientar ainda a riqueza do equipamento colocado ao dispor nesta versão e o conforto de uns bancos que pedem meças aos melhores.
Para o final uma grata surpresa: uma economia de consumos que surpreendeu face às prestações, já que a média, no final do ensaio, rondou os 7,0 litros.
Dados mais importantes
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Preço (euros)
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32000 (Sport Chic)
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Motores
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1598 cc, 16 V, turbocompressor, intercooler, injecção directa combustível, 200 cv das 5500 às 6800 rpm., 275 Nm das 1700 às 4500 rpm
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Prestações
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235 km/h, 7,9 seg. (0/100 km/h)
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Consumos (médio/estrada/cidade)
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6,4 / 5,2 / 8,2 litros
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Emissões Poluentes (CO2)
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149 gr/km
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