Em relação ao ensaio publicado AQUI, além de algumas alterações mecânicas, poucas mais modificações se registaram no Volvo C30. Ainda assim, por vezes convém lembrar a existência de automóveis diferentes, com os quais é difícil passar despercebido.
Mesmo quando eles já não são novidade ou transportam na chapa uma daquelas marcas que inspiram status, classe ou competição.
Não que um Volvo seja um carro qualquer. Ou proveniente de um construtor sem história. Pelo contrário, a Volvo comemora em Abril 85 anos e o prestígio, mas, sobretudo, a aposta permanente na segurança, continuam a ser valores intrínsecos desta marca nascida no norte da Europa.
Laranja mecânica
Se uma das razões da sua menor discrição parece residir no flamejante laranja metalizado que passou a fazer parte da nova palete de cores após a renovação, fazendo realçar uma silhueta já de si fora do habitual do carro, a verdade é que essa pintura também contribui para destacar os subtis apêndices desportivos do C30.
Apesar de se tratar de um coupé – e de um carro assim espera-se sempre algum desportivismo -, as preocupações da versão mais apetecível para o mercado português são, sobretudo, com o consumo e com o controlo das emissões poluentes.
Embora também esteja disponível com motores de 2.0 l/177 cv (diesel) ou 2,5l/230 cv (gasolina), um dos trunfos actuais do Volvo C30 reside exactamente no motor diesel 1.6 de 115 cv e na sigla “DRIVe” estampada na porta traseira.
Com um preço que principia nos 28 mil euros, esta versão foi homologada com emissões de 99 gr/km de CO2 e um consumo médio anunciado de 3,8 litros. Na verdade, apesar da eficácia e da rapidez do sistema start/stop e do escalonamento da caixa de seis velocidades, o consumo médio, obtido após o ensaio, superou em 2,0 litros esse valor.
No cômputo geral, o C30 é um carro agradável de guiar, tem uma direcção leve e participativa e mostra-se ágil o suficiente para garantir uma condução urbana descontraída. Mas esta versão só não coloca de lado algum apelo desportivo que a estética parece invocar, porque a “suspensão desportiva rebaixada” da versão ensaiada (+ €440) se mostra capaz de garantir bons resultados em termos de estabilidade (controlo electrónico de série), embora penalize no campo do conforto.
Traseira nostálgica
Duas avantajadas portas facilitam o acesso aos lugares traseiros, através de bancos que não dispõem de memória e obrigam a novos ajustes após o rebatimento do encosto. Atrás, nem o espaço ao dispor dos dois ocupantes, nem o da mala, podem considerar-se generosos. A bagageira, principalmente, tem uma capacidade algo reduzida - 251 l – e a chapeleira apresenta uma forma de abertura pouco usual. Mas existe pneu suplente.
O interior é confortável como um Volvo sabe ser e a sensação de qualidade está presente de uma forma natural. O C30 partilha muitos componentes com os modelos da gama seguinte, equivalendo-se à versão mais curta do S40.
Embora não seja tão evidente como o Beetle da VW ou o Mini actual, o abrupto “corte” traseiro que redundou na forma peculiar da porta de acesso à mala é uma recriação moderna de um modelo clássico do construtor dos anos 70: o Volvo 1800ES.
A Volvo Cars, actualmente detida pelo grupo chinês Geely, procura entretanto uma nova parceria para o desenvolvimento do substituto do C30. O modelo actual resulta da anterior ligação da Volvo à Ford e, tal como o S40, é baseado na geração anterior do Focus.
Dados mais importantes | |
Preço (euros): | 28000 (DRIVe) |
Motores | 1560 cc, 115 cv às 3600 rpm, 270 Nm das 1750 às 2500 rpm, common rail, turbo com geometria variável |
Prestações | 193 km/h, 11,3 seg. |
Consumos (médio/estrada/cidade) | 3,8 / 3,5 / 4,3 litros |
Emissões Poluentes (CO2) | 99 gr/km |
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