No caso do Clio, a actual geração remontar a 2006. Objecto de uma significativa renovação em 2009, o Clio continua a ser um modelo de sucesso em Portugal. Comprova-o o facto de, em 2011, ter sido o terceiro mais vendido no mercado nacional.
Já o Twingo parece nunca ter conseguido granjear a mesma popularidade do seu antecessor. Talvez por se tratar de um modelo bastante menos carismático do que o anterior, conheceu, ainda assim, inúmeras versões; a “Gordini” poderá bem ser a derradeira do presente conjunto.
Características técnicas e uma lista de equipamento mais pormenorizada podem ser encontradas AQUI, no texto de apresentação de ambos os modelos.
Conceitos distintos
Se bem que adoptem a mesma decoração e designação (com placa numerada a atestar tratarem-se de séries limitadas), Twingo 1.6 R.S. e Clio 1.5 dCi proporcionam sensações bem distintas.
O primeiro é, na essência, um pequeno desportivo. Rebelde e irreverente, a conjugação de potência, baixo peso e estrutura compacta está apta para proporcionar verdadeiros picos de adrenalina a quem o conduz.
Assente na mecânica desenvolvida pela Renault Sport, o motor a gasolina 1.6 com 133 cv impulsiona esta versão do Twingo para uma velocidade máxima superior a 200 km/h, conferindo uma aceleração dos 0 aos 100 km/h inferior a 9 segundos. Valores que adquirem maior relevância quando se conduz um carro com estas dimensões e leveza.
Há que saudar o brilhante trabalho de afinação do chassis, capaz de assegurar a estabilidade de comportamento do pequeno Twingo a altas velocidades e um quase irrepreensível comportamento em curva. Embora isso, como é natural, acabe por se reflectir no conforto, o Twingo Gordini é um pequeno GT que, por menos de 22 mil euros, recupera a memória dos excitantes desportivos compactos das décadas de 70 e 80.
Um “Gordini” económico
Quanto ao Clio Gordini, igualmente derivado da versão R.S., tem como expoente máximo o motor a gasolina 2.0 com 203 cv, capaz de assegurar prestações à altura da sua imagem desportiva: 225 km/h de velocidade máxima e menos de 7 segundos é quanto precisa desde o arranque até atingir os 100 km/h. (consultar AQUI mais características).
Contudo, apesar do aliciante desportivo desta versão, a carga fiscal que incide sobre a fiscalidade fez surgir, em alguns mercados, uma versão “diesel” mais acessível. Em vez dos mais de 30 mil euros necessários para adquirir o Clio Gordini mais potente a gasolina, cerca de 23 mil bastam para ter na garagem a versão GTs equipada com o conhecido motor 1.5 dCi, neste caso com 105 cv em vez dos 90 cv das restantes versões.
Foi esta mesma versão que ensaiámos. Como referi antes, exteriormente é bastante semelhante na decoração, acrescentando, neste caso, a vantagem da assinatura “eco2”. Este é o símbolo de contenção do nível de emissões poluentes e da frugalidade de consumos. Trata-se, enfim, de um aparente desportivo adaptado à realidade económica dos tempos de contenção que actualmente se vivem.
É que, para além da poupança nos impostos, o modelo reclama um consumo médio de somente 4,2 litros de gasóleo, em vez dos (mesmo assim contidos) 8,2 l de gasolina do Clio 2.0 R.S. Gordini. Na realidade, pode afirmar-se que, retirada a decoração e a designação, e pese embora a menor flexibilidade da suspensão, esta versão mantém o essencial da versão “pacífica” e familiar com o mesmo motor.
Interior Twingo Gordini
O Renault Twingo Gordini parece ser o que de mais alterações beneficia face à versão pacífica e citadina que lhe deu origem. Mecanicamente a conjugação do potente motor atmosférico e a suspensão desportiva exigem alterações aerodinâmicas na carroçaria e um conjunto pneumático de jante 17 com pneus 195 de perfil 40, um valor realmente baixo.
Essa é, contudo, uma necessidade que se impõe num veículo capaz de tais prestações, ajudado, é verdade, pela presença do controlo de estabilidade.
O interior e o equipamento disponível obedecem à mesma lógica desportiva: bancos com excelente apoio, volante em duas cores com boa pega e uma posição de condução facilmente adaptável a várias estruturas de corpo. O Twingo 1.6 R.S. Gordini é um carro realmente muito divertido de pilotar, que incentiva a andar rápido e que coloca em boa posição um expressivo conta-rotações para ajudar a trocar de velocidade na altura mais indicada. A sonoridade do motor acompanha a tendência e a suspensão firme e os pneus de baixo perfil não perdoam o habitáculo sobre mau piso; quer para o conforto dos ocupantes, quer no que toca a ruídos, nomeadamente os provenientes do suporte da chapeleira.
Quanto a espaço, em muito pouco ou nada difere das restantes versões. A mala é escassa (165 a 285 litros sem rebatimento dos bancos), podendo ser ampliada graças ao facto dos dois bancos traseiros correrem sobre calhas longitudinais.
Quando a bagageira não é tão necessária, garantidamente que os ocupantes traseiros terão ao dispor muito espaço para as pernas. Quanto a conforto… é o possível. Deseja-se é que a estrada seja o mais plana possível…
Apesar de esta ser a cor tipicamente Gordini, o facto desta variante ser baseada na versão R.S. permite que um Twingo com estas características mecânicas e desportivas esteja disponível em mais cores.
Dados mais importantes | |
Preço (euros): | 21.500,00 (sem despesas administrativas e de transporte) |
Motores | 1461 cc, 4 Cil./16 Valv., 133 cv às 6750 r.p.m., 160 Nm às 4400 rpm, inj. indirecta |
Prestações | 201 km/h, 8,7 seg. |
Consumos (médio/estrada/cidade) | 6,7 / 5,6 / 9,0 litros |
Emissões Poluentes (CO2) | 155 gr/km |
Interior Clio Gordini
Poder dispor de uma versão tão apelativa e, por isso, de certo modo enganadora, por este preço é uma tentação para quem, a isso, alia uma moderação de consumos e de impostos pagos anualmente ao Estado.
Talvez este não seja o resumo mais brilhante desta versão Clio Gordini, mas ela é certamente verdadeira. O interior desta variante transfigura-se em qualidade ao cobrir o tablier em pele com as costuras pespontadas a branco, ao oferecer bancos desportivos bi-colores realmente eficazes na função e ao fazer um apelo visual com a conjugação de cores e estilo desportivo dos instrumentos. No restante, em termos de espaço e de comodidade pouco difere da versão de 3 portas. É verdade que a Renault reclama um chassis desportivo R.S. para esta versão mas, pese embora o bom comportamento significar invariavelmente sacrifícios para o conforto, quando comparado com o Twingo Gordini, o Clio Gordini parece um Renault Vel Satis!
O acesso aos lugares traseiros é razoável e o espaço ao dispor está mais indicado para 2 ocupantes apesar da presença de 3 cintos de segurança. Os vidros são fixos mas o rebatimento dos bancos tem memória. Existe pneu suplente fora da zona da mala e a chapeleira revela muito melhor apoio do que a do Twingo.
Saber AQUI mais sobre esta versão aquando da sua apresentação.
Dados mais importantes | |
Preço (euros): | 22.950,00 (sem despesas administrativas e de transporte) |
Motores | 1461 cc, 4 Cil./8 Valv., 106 cv às 4000 r.p.m., 240 Nm das 2000 às 2500 rpm, turbo de geometria variável, injecção common rail |
Prestações | 190 km/h, 10,2 seg. |
Consumos (médio/estrada/cidade) | 4,2 / 3,8 / 5,0 litros |
Emissões Poluentes (CO2) | 110 gr/km |
A Origem do nome
O mito remota a 1958 com o lançamento do primeiro “Gordini”, sucessor do modelo mais popular da Renault após a II Guerra Mundial. Dispondo de um pequeno motor de 845 cv, esse Renault era obra de Amédée Gordini, piloto e respeitado construtor de motores e carros de competição nos anos 50 e 60.
O sucesso continuaria ao longo da década de 60 com o não menos célebre R8 Gordini de 1300 cc e, nos anos 70 e 80, com o lendário Alpine e com os R12 e R5 (que ganharia esta designação em mercados onde estava vedado o uso da designação Alpine). As lendárias listas brancas regressam agora às carroçarias dos Renault Twingo e Clio, pintadas como sempre com o mítico azul mate que identifica os automóveis de competição da marca francesa.
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