O Smart talvez não seja o percursor dessa concepção de mobilidade nas grandes cidades – antes dele, nos anos 50, 60 e 70 do século passado, mais carros surgiram com esse propósito – mas é, seguramente, aquele que mais sucesso obteve nesse desígnio.
Não sendo um carro de baixo custo, também não é um carro “barato”. Tem qualidade, oferece conforto e garante uma segurança equivalente à de carros maiores, fazendo-se ainda pagar pelo carisma e por ter atrás de si o prestígio de um construtor como a Mercedes.
Com apenas dois lugares, surpreendentemente espaçosos, e um limitado espaço de carga, a razão principal do seu sucesso continua a ser a estrutura compacta, responsável por uma agilidade urbana sem rival (até ao momento) e de tornar tão prática e acessível qualquer manobra de estacionamento. E se é tão mais fácil encontrar um lugar onde estacioná-lo!
Custos
Posta de lado a questão do preço inicial – pelos mesmos 10 mil euros que custa a versão a gasolina mais barata, também se compram automóveis de 5 lugares… -, o Smart é um carro com baixo custo de manutenção. Tudo porque os pequenos motores a gasolina ou diesel que disponibiliza, devido ao baixo peso, mostram aptidão para consumos modestos e até esse custo fica mais reduzido com a disponibilidade desta versão totalmente eléctrica.
O resultado do ensaio a uma versão recente deste modelo, com motor a gasolina de 1,0/71 cv pode ser encontrado NESTE texto.
Disponibilidade
Antes que alguém se precipite para um “stand” ou pergunte o preço do Smart Electric Drive (ED), é preciso dizer que ele só estará disponível, para venda, em meados deste ano. O que tivemos o privilégio de experimentar é uma das poucas centenas de unidades já produzidas (25 das quais vieram para Portugal), destinadas a avaliar o seu impacto em alguns centros urbanos. Nomeadamente naqueles em que já só é permitida a mobilidade eléctrica.
Por isso, ainda que o carro ensaiado seja uma versão muito próxima daquele cuja produção já arrancou em grande escala, são ainda possíveis ajustes ou melhoramentos. O que naturalmente também irá acontecer ao longo da vida do veículo.
Comum será o facto de disporem de jantes de liga pintadas na cor verde, retrovisores exteriores em verde, componentes contrastantes em verde e célula tridion. A frase "electric drive" na traseira e no triângulo do espelho acentuam o visual específico deste modelo.
Habitabilidade
Em termos de conforto, capacidade de condução, habitabilidade ou segurança nada difere das restantes versões. Nem sequer em termos de equipamento, estando disponível, de série, ar condicionado com regulação automática da temperatura e pré-arrefecimento, direcção electricamente assistida, vidros eléctricos, retrovisores exteriores electricamente ajustáveis e aquecidos, volante de 2 raios e punho do selector em pele, bem como jantes de liga leve de 12 raios.
Na realidade, não fosse o silêncio que reina a bordo, a instrumentação específica do sistema eléctrico, a decoração e, naturalmente, algumas alterações comportamentais, e esta versão em muito pouco se distingue das demais.
O facto da bateria de iões de lítio alojar-se sob os bancos não interfere no espaço disponível, ou sequer na área da mala, que mantém os surpreendentes 200 litros. Num espaço próprio, localizado no interior da respectiva porta, acomoda-se o cabo que serve para efectuar o carregamento da bateria.
Carregar e andar!...
As diferenças fundamentais da condução do Smart Electric Drive dizem respeito à já referida quase ausência de ruído do motor e ao facto da velocidade máxima ter sido deliberadamente limitada a 100 km/h, por uma questão de poupança de energia.
Para uma utilização predominantemente urbana isso não representa qualquer contrariedade, até porque a aptidão para acelerar até aos 60 km/h é fantástica: 6,5 segundos, permitindo-lhe sair agilmente de cruzamentos ou rotundas.
Refira-se que este Smart mantém a mesma configuração do manípulo automático da caixa de velocidades. Contudo, uma vez que passou a existir apenas uma relação de transmissão fixa, desaparecendo o modo sequencial associado aos motores térmicos, a progressão da velocidade é linear e praticamente imperceptível, sem os solavancos pressentidos nas versões dotadas de motores térmicos.
Autonomia
Por fim o mais importante: a autonomia. O Smart fortwo electric drive reclama ser capaz de circular 130 km com uma única carga, embora este valor esteja naturalmente dependente das condições de circulação e de outros gastos de energia. Como a iluminação ou o ar condicionado, por exemplo. Com capacidade para regenerar energia, durante as descidas ou nas travagens, quer este processo, quer a quantidade dela ainda disponível, podem ser acompanhados através de dois pequenos manómetros que despontam alegremente do tablier. Um deles indica a quantidade de energia ainda disponível, enquanto o da direita permite perceber a quantidade de energia que está a ser despendida ou aquela que está a ser recuperada.
Para abastecer-se, este Smart só precisa que lhe liguem uma das pontas de um cabo próprio a uma vulgar tomada doméstica com terra. A ficha da outra extremidade destina-se a ser inserida numa tomada que se localiza exactamente no local onde, nos restantes modelos, fica localizado o bocal de combustível. Em oito horas obtém-se uma carga completa, bastando 3 horas e meia para atingir até 80 por cento da capacidade da bateria.
Dados mais importantes | |
Preços desde | Não se aplica para já |
Motor | Eléctrico corrente alterna, 300 a 370 V. (não foi divulgada a tensão exacta das baterias de iões de lítio) Potência: 27 a 41 cv (overboast). Binário: cerca de 130 Nm |
Prestações | 100 km/h, 6,5 seg. (0/60 km/h) |
Consumos | cerca de 2 euros de energia eléctrica por cada 100 km |
Emissões Poluentes (CO2) | ZERO |
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