CLÁSSICO: Fábrica de Hannover faz o restauro do VW “Pão de Forma”
Devem à sua forma tão peculiar não só o nome por que são popularmente conhecidos em Portugal, mas também a excelente habitabilidade que as tornou populares num tempo em que a concorrência era pouca ou até mesmo inexistente. Hoje, os Volkswagen “Pão de Forma” são objectos de culto, recordações simbólicas de um tempo de alegria fácil e de quando a liberdade era realmente valorizada. Quem tem uma pode agora restaurá-la na casa onde “nasceu” Com certificado de autenticidade e tudo! Conheça a seguir um pouco da história deste modelo e descubra algumas imagens da época.
Dificilmente outro automóvel é mais conhecido do que um VW. Refiro-me, claro, ao VW “puro”. Não à marca. E falo, naturalmente, do popular “carocha”, o Beetle original que marcou gerações e acabou por simbolizar uma geração que nada tinha a ver com os ideais de guerra do seu bélico mentor (ver AQUI a história deste automóvel).
A partir de muita da mecânica desse carro acabaria por surgir uma versão mais comercial ou mais familiar consoante o uso que lhe era dado.
Igualmente com tracção traseira e porta lateral de correr (uma inovação para a altura!), o VW Transporter (nome original) ou Samba (no Brasil) possuía também carroçaria autoportante, outra novidade para a altura.
Este carro de formas quadradas e posição de condução tão peculiar, em cima do eixo dianteiro, beneficiava de boa visibilidade, excelente capacidade de manobra e uma facilidade de condução que rapidamente conquistou todas as idades e não só os condutores, como as condutores que eram cada vez em maior número nos anos pós-guerra.
A partir de 1950 começaram a sair os primeiros modelos com motor de 1100 cc, refrigerado a ar tal como o do “carocha”, e, apesar dos magros seus 25 cv apresentava uma capacidade de carga de 760 Kg.
Estes valores, aliados à economia e fiabilidade, rapidamente fizeram com que o modelo fosse adoptado pelos serviços de bombeiros, para ambulância e pela Polícia. Mas não só: particulares rapidamente viram na habitabilidade e na porta lateral aliados para uma utilização como “micro-bus”, para transporte de empregados, crianças ou turistas, como autocaravana e para várias outras utilizações comerciais ou não. A sua carroçaria facilmente permitia transformações e a própria fábrica acabaria por criar versões de caixa aberta.
Esta lembrança vem a propósito da Volkswagen anunciar uma “linha de restauro” dos modelos originais, num novo complexo situado na sua fábrica em Hannover, exactamente onde foram construídos os primeiros modelos.
O trabalho é efectuado por um departamento próprio, dedicado à preservação da herança histórica da marca. Constituída em 2007, a equipa expandiu-se rapidamente ao longo destes últimos cinco anos, tendo recuperado e restaurado cerca de 100 veículos.
No início deste ano, a Volkswagen Veículos Comerciais Oldtimers iniciou a construção de um novo pavilhão, com uma área aproximada de 7.000 metros quadrados. O edifício alberga não só alguns destes tesouros históricos, mas também um parque de maquinaria completa que inclui desde um banco de prensagem de chapas, tornos e fresadoras como ainda uma zona própria de pintura. Uma equipa de 13 colaboradores, desde a componente mecânica até um historiador em tecnologia automóvel e um responsável por eventos, asseguram o funcionamento deste departamento.
Certificado de restauro
Os proprietários de um veículo comercial histórico da Volkswagen passam a poder restaurar os seus carros nestas instalações, ou seja, no seu lugar de origem.
Desde uma restauração total ou parcial a equipa do “Bulli”, outro nome pelo qual é conhecido, realiza qualquer tarefa, desde a renovação da pintura a uma simples inspecção geral do veículo.
Após o restauro, efectuado com recurso a peças originais, é fornecido aos proprietários um certificado completo da recuperação do veículo. Além disso, é fornecido a cada cliente a documentação completa da restauração do veículo, em que cada passo é detalhadamente explicado e acompanhado de imagens do decorrer dos trabalhos. Todo o processo fica deste modo registado para a posteridade e os clientes, além de poderem levar consigo esta documentação, a mesma fica também arquivada nas instalações para consulta.
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