ANÁLISE: Acordo de cooperação entre a Mazda e a Fiat

A Mazda e a Fiat confirmaram a intenção de desenvolverem e produzirem, em conjunto, um novo carro desportivo de dois lugares para as marcas Mazda e Alfa Romeo. Baseado na arquitectura da próxima geração do Mazda MX-5 com tracção traseira, será esse o futuro Alfa Romeo Spider? E quanto ao fabricante japonês? Depois do divórcio com a Ford, esta é uma tentativa para tentar restabelecer-se dos prejuízos causados pela forte valorização da moeda japonesa?

Vamos primeiro aos factos: um memorandum de entendimento entre o fabricante japonês e o grupo construtor automóvel italiano prevê o desenvolvimento de dois “roadsters” com tracção traseira e peso reduzido, perfeitamente diferenciados.
Terão estilos distintos e farão um apelo forte aos ícones que dizem respeito à história individual de cada uma das marcas, apesar de baseado na próxima geração do MX-5/Miata. O Mazda MX-5 Concept Spyder, apresentado em finais de 2011, parece querer antecipar algumas das características do novo modelo. 

Ficou ainda estabelecido que cada um dos modelos possuirá mecânicas específicas e exclusivas.
Ainda que isso não tenha sido referido, à semelhança de outras parcerias semelhantes, é possível que venha a ocorrer a partilha pontual de motores em determinados mercados.
Os veículos deverão ser fabricados na fábrica da Mazda em Hiroshima (Japão), estando previsto que o arranque da produção do modelo da Alfa Romeo ocorra em 2015.

Benefícios mútuos


Para a Alfa Romeo, a principal vantagem é poder ter acesso ao historial e aos conhecimentos técnicos da Mazda, que concebeu e produz, desde 1989, o desportivo de dois lugares mais vendido de todos os tempos (ler AQUI o último ensaio feito a este modelo e AQUI estão as novidades incluídas na versão de 2012).
Depois da “aquisição” da americana Chrysler e do acesso a uma gama de veículos de grande porte, bem como a uma melhor penetração nos mercados emergentes da América do Sul, o grupo Fiat quer apostar cada vez mais na internacionalização e volta-se agora para a Ásia.
Já para o fabricante japonês é a possibilidade de cooperar, partilhar recursos mas sobretudo custos de desenvolvimento, com um grupo fortemente implantado na Europa. Até porque, Mazda e a Fiat aceitam discutir outras oportunidades de cooperação.
A Mazda é o quinto maior construtor automóvel do Japão e a maior parte das suas fábricas localiza-se em território japonês. Exporta cerca de 80 por cento da sua produção e há quatro anos que sofre prejuízos por causa da valorização do iene, que torna os carros que produz menos competitivos nos mercados internacionais.
O acordo final deverá ser assinado na segunda metade de 2012, tendo ficado claro que não envolverá a concentração do capital.

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