Responsável por boa parte das vendas do construtor francês, a gama Mégane foi recentemente remodelada e conheceu novos motores. O seu sucesso explica-se, em grande medida, pelo lote alargado de opções de carroçarias e motores, agora ainda mais vasto e com novas opções de escolha. Os presentes ensaios dizem respeito aos modelos coupé, equipado com a nova motorização dCi de 130 cv, SportTourer motorizada com o conhecido bloco 1.5 dCi e, finalmente, a grande novidade em termos de motorizações: o 1.2 Tce montado na carroçaria berlina de 5 portas.
A exemplo do que aconteceu com o Renault Scénic (ler AQUI o resultado do ensaio a este modelo), a gama Mégane foi igualmente alvo de cirúrgicos melhoramentos estéticos e dos benefícios de novos motores 1.2 a gasolina e 1.6 diesel.
Contudo, por razões meramente económicas, tudo leva a crer que o interesse do mercado português continue a incidir sobre o bloco diesel 1.5 com 90 ou 110 cv, alguns milhares de euros mais barato do que as correspondentes versões 1.6 dCi.
Em jeito de resumo, aquilo que a Renault fez foi permutar o anterior 1.4, a gasolina por um mais potente e moderno turbo 1.2 com 115 cv (igualmente a gasolina), trocando ainda o diesel 2.0 por uma mais pequena, mais económica e menos poluente unidade 1.6.
Comecemos por um resumo daquilo que há de novo em toda a gama, antes de uma análise mais pormenorizada a cada uma das versões ensaiadas.
Luzes, câmaras, acção!
Se a disponibilidade de novos motores foi a revolução mais importante que a colecção de 2012 conheceu, exteriormente existem algumas diferenças em relação ao modelo anterior.
A mais evidente, pelo carácter obrigatório das novas normas europeias, foi a adição de luzes diurnas em led. Simples ou com a forma de um “boomerang”, consoante os níveis de equipamento, estas novas luzes acompanham detalhes de estilo que vieram dar novo brilho ao exterior do Mégane.
No habitáculo, a renovação incidiu sobre a forma e revestimento dos bancos ou do volante e ainda por algumas pequenas alterações nem sempre evidentes. Saúda-se a actualização tecnológica operada com a disponibilidade de uma prática porta USB no rádio ou do sistema “Vision Drive”. Este equipamento ajuda a manter a concentração do condutor, ao alertá-lo sempre que detecta a saída involuntária da via, comutando ainda, de forma automática, os faróis consoante as condições de iluminação ou o cruzamento com outros veículos (conhecer mais detalhes sobre este equipamento no TEXTO de apresentação da gama).
Condução mais fácil e mais prática
Tornando mais prática, fácil e confortável a condução de um Mégane, um equipamento novo, comum a toda a gama, merece destaque: o auxílio à subida em declive. Ao tornar mais fácil o chamado “ponto de embraiagem”, atrasando, décimas de segundo, a libertação dos travões, ficou mais cómodo conduzi-lo em cidade.
De um modo geral, qualquer das formas de carroçaria que a gama oferece está pensada para se integrar rapidamente nos hábitos do seu proprietário. No entanto, com excepção das versões mais desportivas, torna-se difícil encontrar pontos de emoção. Em grande medida por causa da correcta estabilidade em estrada ou do bom comportamento em curva que qualquer das versões mais familiares é capaz de proporcionar.
ENSAIO: Renault Mégane 1.5 dCi Sport Tourer
Familiar é, geralmente, qualquer versão carrinha, por causa da versatilidade do espaço interior ou da maior capacidade da mala. Mas, ao adoptar a designação Sport Tourer em alguns mercados (Portugal é um deles), a Mégane “carrinha” procura elevar-se a uma categoria mais dinâmica.
Esse desígnio é, em parte, atingido porque a silhueta envolvente do conjunto está bem conseguida e revela aptidões para invocar um lado mais dinâmico ou até sugerir algum apelo desportivo.
Uma imagem sugestiva que se reforça ainda mais na presença do nível de equipamento “GT Line”, cuja designação não deixa margens para dúvidas quanto ao propósito.
Interiormente não há muitas diferenças a apontar em relação ao modelo anterior. Para além das alterações referidas e que são comuns a toda a gama, os pormenores estéticos servem, sobretudo, para melhorar o aspecto visual e assumir a diferença.
Mais habitável do que qualquer das restantes formas de carroçaria, o interesse principal continua a residir na versatilidade de utilização dos 524 litros que a bagageira proporciona.
Quanto ao motor, a importância do bloco 1.5 dCi permanece mais do que actual. É verdade que apresenta menos binário do que o novo motor 1.6 dCi, mas continua a demonstrar um carácter suficientemente elástico para permitir uma condução sem grandes constrangimentos no andamento, ou até suficientemente activa quando tal lhe é exigido. Beneficiando de uma suave e bem escalonada caixa de seis velocidades e ainda da adição de um sistema start/stop, as versões equipadas com este motor conseguem ser as mais económicas e as menos poluentes, apesar dos consumos reais situarem-se cerca de 1,5 litros acima dos indicados pelo fabricante.
Mas daqui resultam diversas vantagens fiscais consoante os mercados, nomeadamente o facto do valor de emissões de CO2 homologado ser de apenas 90 g/km!
Importante para quem lhe interessa uma utilização mais de lazer, o peso máximo rebocável (reboque c/travões e inclinação a 12%) é de 1500 kg ou de 690 kg para sistemas sem sistema autónomo de travagem.
(*) sem despesas administrativas e de transporte
Importante para quem lhe interessa uma utilização mais de lazer, o peso máximo rebocável (reboque c/travões e inclinação a 12%) é de 1500 kg ou de 690 kg para sistemas sem sistema autónomo de travagem.
Dados mais importantes | |
Preço (euros): | 25.700,00/28.100 (GT Line Energy ) (*) |
Motores | 1461 cc, 4 Cil./8 Valv., 110 cv às 4000 r.p.m., 260 Nm às 1750 rpm, turbo de geometria variável, injecção common rail |
Prestações | 190 km/h, 12,4 seg. |
Consumos (médio/estrada/cidade) | 3,5 / 3,2 / 3,9 litros |
Emissões Poluentes (CO2) | 90 gr/km |
ENSAIO: Renault Mégane 1.6 dCi Coupé
Esta é, naturalmente, a versão com maior apelo desportivo. Curiosamente, apesar de limitada a 3 portas e à forma da parte traseira da carroçaria, nomeadamente do tejadilho, mostra-se, mesmo assim, capaz de assegurar uma habitabilidade surpreendente no banco traseiro.
Claro que o acesso a este é mais condicionado, apesar do recuo do pilar central para aumentar a amplitude de abertura das portas laterais. Os ocupantes dos lugares traseiros ficam ainda com muito menor superfície vidrada e sem qualquer abertura.
Os bancos dianteiros retornam à posição inicial após o seu rebatimento para permitir o acesso aos lugares traseiros. Em termos de conforto ou de apoio lateral, a configuração dos assentos dianteiros ajuda a manter a boa postura corporal mesmo após muitos quilómetros de viagem.
A mala é naturalmente mais comedida do que a da Sport Tourer, apenas com 344 litros. Apesar do acesso a esta ser mais pequeno, a sua capacidade é apenas 30 litros inferior à da berlina.
Devido à forma traseira da carroçaria, a visibilidade traseira é mais condicionada. Mas o estacionamento pode ficar mais facilitado caso a versão disponha de câmara de estacionamento traseira, outra novidade da actual gama.
O carácter mais camaleónico desta versão coupé é capaz de satisfazer pais de família mais despachados e desejosos de melhores prestações. Encontrarão, certamente, redobrados motivos de escolha no novo motor 1.6 de 130 cv. Trata-se do mesmo motor utilizado no novo Nissan Qashqai, cujo ensaio se encontra NESTE texto. Com mais binário e maiores possibilidades de evolução, até porque dispõe de uma cabeça multiválvulas, este motor oferece mais dinâmica sem elevar demasiado os consumos. Consegue também ser mais silencioso e apresentar um funcionamento mais equilibrado do que as anteriores unidades 1.9 ou 2.0 dCi.
(*) sem despesas administrativas e de transporte
Dados mais importantes | |
Preço (euros): | 29.450,00 (GT Line Energy ) (*) |
Motores | 1598 cc cc, 4 Cil./16 V, 130 cv às 4000rpm, 320 Nm a partir das 1750 rpm, injecção directa common rail, turbo com geometria variável, intercooler |
Prestações | 200 km/h, 9,8 seg. |
Consumos (médio/estrada/cidade) | 4,0 / 3,6 / 4,8 litros |
Emissões Poluentes (CO2) | 104 gr/km |
ENSAIO: Renault Mégane 1.2 Tce Berlina "5 portas"
Para todos os efeitos, a versão berlina é a mais discreta de toda a gama. Tão discreta que, em termos de vendas é facilmente ultrapassada pela Sport Tourer. Apesar das alterações dianteiras terem-lhe conferido alguma personalidade adicional, dificilmente consegue atingir o apelo visual de qualquer das restantes versões. Essa imagem beneficia - e muito -, no nível de equipamento "GT Line", que acrescenta elementos e equipamento de faceta mais desportiva, com um resultado visual bastante mais apelativo.
Mégane GT Line |
O interior é comum à restante gama e o espaço traseiro, nomeadamente para a colocação das pernas dos respectivos ocupantes, é perfeitamente mediano. Mediana é também a sua condução, apesar da espantosa disponibilidade deste motor 1.2 TCe com 115 cv.
Servido por uma caixa de seis velocidades, começa a revelar binário a partir das 1500 rpm. Contudo, para mostrar maior empenho há que subir um pouco mais o regime, de forma a contar com uma resposta mais rápida do pequeno turbo que lhe assegura o aumento da potência. Então sim, é possível descobrir-lhe uma alma até aí discreta, capaz de dar mais ânimo à condução.
Há que dizê-lo, este motor tem um funcionamento muito mais agradável e mais empenhado do que me recordo do anterior 1.4 Energy. Consegue ainda ser mais silencioso e mais económico, alcançando uma média final de 6,4 l/km num ensaio que não envolveu muita auto-estrada. Este motor dispõe também de sistema Stop/Start para melhor controlo dos consumos.
Boa qualidade de construção, facilidade de condução e bom comportamento não permitiram, ainda assim, colocar em evidência qualquer característica mais especial. A capacidade da sua mala é de 372 litros.
(*) sem despesas administrativas e de transporte
Dados mais importantes | |
Preço (euros): | 22.350,00/23.850 (GT Line Energy ) (*) |
Motores | 1461 cc, 4 Cil./16 Valv., 115 cv às 4500 r.p.m., 190 Nm às 2000 rpm, turbo de geometria variável, injecção directa |
Prestações | 190 km/h, 10,9 seg. |
Consumos (médio/estrada/cidade) | 5,3 / 4,6 / 6,4 litros |
Emissões Poluentes (CO2) | 119 gr/km |
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Antes de publicarem as notícias podiam confirmar as versões existentes, pois o 1.6dci não veio substituir o 2.0 a diesel, mas sim o 1.9dci... Estejam mais atentos... E informem-se melhor...
ResponderEliminarMuito obrigado pelo seu comentário caro "anónimo". Mas está enganado. É habitual estarmos atentos e pesquisarmos informação, tal como facilmente reconhecemos quando erramos. O que não é o caso. O motor 1.9 dCi deixou de fazer parte da gama Megane em 2005/2006, altura em que foi lançado o motor 2.0 dCi. Por isso, em 2012, data deste texto, fazia mais sentido falar na substituição do motor 2.0 dCi. Ao dispor para qualquer complemento de informação.
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