ENSAIO: Seat Exeo 2.0 TDi Ecomotive/120 CV
Toda e qualquer semelhança entre um Exeo e um Audi NÃO é mera coincidência. A berlina familiar topo de gama da marca espanhola é uma reinterpretação moderna de uma versão anterior do Audi A4. Em relação ao modelo que lhe deu origem, a Seat actualizou a estética frontal com os elementos de identificação da marca espanhola e aquilo que primeiro se oferece aos olhos do condutor: tablier, comandos e instrumentos de condução. Conservando as boas características do modelo original – robustez de construção e qualidade dos materiais –, foi-lhe acrescentado algum equipamento entretanto disponibilizado no interior do grupo, nomeadamente de segurança ou de ajudas à condução. Lançado comercialmente em finais de 2008, o Exeo beneficiou recentemente de uma remodelação. Aquilo que justifica este ensaio é a disponibilidade da versão “Ecomotive” que, na Seat, representa credenciais ambientais em matéria de consumo e emissões.
Para motorizá-lo recebe motores 1.8 e 2.0 a gasolina e ainda o conhecido 2.0 TDI com 120, 143 ou 173 cv. Este motor diesel beneficia de injecção common rail, que é mais precisa e económica do que o bloco 1.9 TDI, com bomba injectora, que durante tantos anos serviu o grupo VW. É ainda mais silencioso e menos poluente. Entre as duas variantes “Ecomotive” - 120 cv ou 143 cv – a diferença está numa diferente gestão electrónica e na pressão do turbo.
Tem preços que começam em torno dos 29 mil euros (1.8 TSI), o que o torna uma alternativa interessante para quem procura um familiar com qualidade germânica ou uma proposta claramente adaptada a fins executivos.
Ver NESTE texto de apresentação das versões “Ecomotive” informações mais detalhadas sobre preços, características e equipamento do Exeo.
O facto do conceito do Exeo ser datado no tempo acaba por influenciar o aproveitamento do espaço interior face às dimensões do exterior. No Seat, face ao Audi, foram alcançados alguns ganhos com uma configuração nova dos bancos e com o seu posicionamento, traduzindo-se isto em mais espaço para as pernas dos ocupantes traseiros.
Apesar da qualidade inegável dos materiais e de acabamentos bastante refinados – e da actualização em termos de design face ao A4 (por exemplo, “herdou” o tablier do A4 Cabrio e não o das versões capotadas, o que o torna mais moderno, nomeadamente ao nível das saídas de ventilação), o habitáculo não desperta qualquer emoção em particular. Embora isto não impeça a sua funcionalidade ou da capacidade encontrada para proporcionar espaços adicionais, úteis para guardar moedas ou pequenos objectos.
O modelo ensaiado dispunha ainda de aplicações em tom madeira no tablier, uma opção de decoração de gosto duvidoso.
Posição de condução inspirada
De novo, a proveniência inspira a posição de condução do Exeo. Ao volante, o condutor pode sentir uma atitude mais desportiva e bem próxima do chão, apesar dos ajustes em altura dos bancos dianteiros auxiliarem a visibilidade para quem tenha menos estatura ou prefira uma postura mais elevada.
O habitáculo é confortável e revela boa insonorização em andamento (ao ralenti é mais perceptível o ruído do motor), os bancos apresentam boa compleição e oferecem apoio em viagem. Outra “herança” é o painel de comandos do sistema de ar condicionado. Se permanece a funcionalidade intuitiva do seu funcionamento, a posição rebaixada, a imagem e a iluminação dos comandos e das instruções condicionam – e muito – toda a elegância do painel. Dependendo do nível de equipamento – Reference, Style ou Sport – outros pormenores também podem condicionar essa impressão.
Por exemplo, só a partir do segundo nível é que surge o volante e o punho das mudanças em pele, bem como algumas aplicações de elegância. Apesar do nível “Reference” até ser particularmente dotado de equipamento de conforto e segurança.
Atitude e desempenho económicos
Recorrendo à conhecida unidade 2.0 TDI - que praticamente serve todos os carros do grupo VW -, a adição da função Start/Stop, em conjunto com outras alterações mecânicas, introduziram melhorias no consumo: a média é de 4,5 litros e as emissões variam entre os 117 e os 119 g./Km, caso se trate da berlina (CR) ou da carrinha (ST).
Por via disto, o Exeo 2.0 TDI "Ecomotive" com 120 cv tem preços em torno dos 31 mil ou dos 32 mil euros, “4 portas” ou “ST” respectivamente. Ou seja, cerca de 1000 euros a menos do que a versão que não dispõe destas características.
Nas versões “Ecomotive” com 143 cv estes valores crescem cerca de 3000 euros. Mas há igualmente que contar com mais equipamento.
Ver NESTE texto de apresentação das versões “Ecomotive” informações mais detalhadas sobre preços, características e equipamento do Exeo.
O ensaio realizado ao modelo com 120 cv revelou um conjunto dócil e que não disfarça a sua maior preocupação: a economia de consumos e as baixas emissões. Apesar disso o comportamento é bastante agradável, com alguns rasgos de boa dinâmica que, contudo, não chegam para entusiasmar.
Os trunfos da versão testada estão na direcção e na atitude suave da caixa de velocidades, capazes de atenuar a pouca agilidade que esta versão do motor demonstra e cujos ímpetos estão, em parte, “castrados”.
Esta menor agressividade veio permitir uma suspensão mais macia, resultando daqui um maior conforto para os ocupantes. Com isto não se comprometeu a segurança e foi reforçado o estatuto de estradista do Exeo. A média do ensaio registada no computador de bordo da viatura oscilou entre os 5,4 e os 5,8 litros, valores bastante satisfatórios para o peso e configuração do Exeo.
Familiar ou executivo, o Exeo tem a defendê-lo a projecção do Grupo VW do qual a Seat faz parte.
Dados mais importantes | |
Preços desde | 30832 euros (Ecomotive) |
Motores | 1968 cc, 16 V, 120 cv às 4000 rpm, 290 Nm das 1750 às 2500 rpm, common rail, turbo, geometria variável |
Prestações | 204 km/h, 10,5 seg. (0/100 km/h) |
Consumos (médio/estrada/cidade) | 4,5 / 3,8 / 5,6 litros |
Emissões Poluentes (CO2) | 117 gr/km |
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