Reagindo ao estudo publicado recentemente pela Deco, no qual esta associação de defesa do consumidor conclui que o gasóleo vendido pelo Jumbo e pelo Intermarché oferecem a mesma qualidade que o gasóleo comercializado pela Galp (ler aqui), a gasolineira portuguesa enviou aos seus clientes um comunicado refutando as conclusões desse relatório comparativo. No documento distribuído por correio electrónico e que pode ser visto aqui, a Galp refuta a forma e o método utilizado pela Deco para concluir que “é tudo igual ao litro”. Mas também afirmações nas quais a Galp é referida como autora “de uma acção enganosa” e de “uma prática comercial desleal”. Defendendo os produtos que comercializa com o facto destes serem aferidos por “laboratórios internacionais, independentes e de reconhecida reputação”, a Galp Energia reforça que “os combustíveis aditivados comercializados pela Galp Energia incorporam agentes que os diferenciam dos combustíveis não aditivados e cujas propriedades permitem a melhoria da qualidade de ignição do gasóleo, a limpeza da sujidade formada nos injectores, inibem a corrosão dos materiais aumentando o tempo de vida do motor, e reduzem a formação de espuma, entre outros atributos". A bem da equidade do tratamento noticioso, publicamos a seguir o teor completo da carta enviada pela Galp.
“Caro Cliente,
A DECO publicou e divulgou recentemente um estudo comparativo entre gasóleos com e sem aditivos - entre os quais os produtos da Galp Energia, Gasóleo Gforce e Gasóleo Hi-Energy - afirmando concluir que não existem quaisquer vantagens de consumos e de protecção dos motores, pela utilização de combustíveis aditivados.
Refere o estudo nas suas conclusões que a Galp Energia é autora de acções enganosas e de práticas comerciais desleais, situação que pode lançar incertezas aos clientes que nos contactam nos postos de abastecimento diariamente.
Estamos a tomar as medidas consideradas adequadas na contestação aos responsáveis pelas alegações contra a Galp Energia, gostaríamos contudo de deixar alguma informação relativamente ao tema, por forma a esclarecer a nossa posição.
A Galp Energia refuta completamente o teor da campanha desenvolvida sobre o estudo realizado, não só na defesa do nosso bom nome, mas também por respeito aos clientes, cuja soberana decisão de escolha deve ser a mais bem informada possível, e por respeito a toda uma indústria que, de forma directa e indirecta, rege a sua actividade por elevados e exigentes padrões de qualidade.
Os aditivos incorporados nos combustíveis comercializados pela Galp Energia, como por qualquer outra empresa petrolífera, em Portugal, como em todo o mundo, são analisados e recomendados, não só pelas próprias empresas petrolíferas, que são as primeiras interessadas no rigor dos estudos efectuados em laboratórios especialmente credenciados nestas matérias, como também pelos construtores de automóveis.
Com a crescente necessidade de desenvolvimento e produção de viaturas que cumpram os limites de emissões de dióxido de carbono (factor que está directamente relacionado com a eficiência dos motores, ao nível dos consumos) cresce também, continuamente, nas petrolíferas a exigência de produção de combustíveis cada vez mais eficientes, nomeadamente no que respeita ao controlo da formação de depósitos, potenciando o máximo aproveitamento das condições de funcionamento para as quais os motores foram concebidos.
Neste enquadramento, a Galp Energia garante que, na produção dos seus combustíveis, selecciona os aditivos com base em rigorosos testes de motores, avaliando e garantindo criteriosamente a sua eficácia em termos de redução de consumos e de protecção mecânica.
Efectivamente, os combustíveis aditivados comercializados pela Galp Energia incorporam agentes que os diferenciam dos combustíveis não aditivados e cujas propriedades permitem a melhoria da qualidade de ignição do gasóleo, a limpeza da sujidade formada nos injectores, inibem a corrosão dos materiais aumentando o tempo de vida do motor, e reduzem a formação de espuma, entre outros atributos.
Na realização dos referidos testes, e como garantia de credibilidade dos seus resultados, a Galp Energia recorre a laboratórios internacionais, independentes e de reconhecida reputação, assegurando assim a adopção de standards e normas de procedimentos de ensaios, devidamente aferidas e reconhecidas, não só pela indústria petrolífera, como também pelos fabricantes de aditivos e pelos construtores automóveis. Entre estes procedimentos destacam-se os desenvolvidos e implementados pelo Coordinating European Council (C.E.C.), organismo europeu dedicado ao desenvolvimento de testes de performance para combustíveis e lubrificantes para meios de transporte.
A utilização destes procedimentos de testes normalizados, em bancos de motores, com as devidas aferições, em ambiente perfeitamente controlado, com recurso a controlo e gestão computorizada dos tempos, das cargas e dos regimes de utilização dos motores, permitem eliminar incertezas derivadas da influência de aspectos aleatórios, garantindo assim a sua reprodutibilidade e oferecendo segurança absoluta sobre os seus resultados e sobre as conclusões que deles se retiram.
Concretamente sobre o teste realizado pela DECO, não questionamos os resultados obtidos, se tivermos em conta as condições em que o mesmo foi realizado, ainda que, na nossa opinião, em alguns aspectos tenham sido pouco rigorosas. O que questionamos, e contestamos, é justamente a extrapolação desses resultados, pretendendo-se que corresponderão à realidade do mercado nacional, o que consideramos abusivo, e claramente desrespeitador, como atrás referimos, do bom nome da Galp Energia, de toda a indústria petrolífera, e do devido esclarecimento dos clientes.
Entre outros, questionamos os seguintes aspectos:
- a utilização de apenas um modelo de automóvel, de apenas uma motorização, e unicamente viaturas novas, não nos parece traduzir-se numa amostra representativa do mercado automóvel nacional de viaturas ligeiras.
- a não realização de ensaio prévio, pelo menos com a mesma duração e quilometragem, e com o mesmo combustível, para aferição inicial das diferenças de consumo entre as viaturas, sendo que, pelo procedimento seguido, subsiste sempre a dúvida sobre se o teste comparou realmente e efectivamente apenas os combustíveis.
- a quilometragem total do teste, não permitindo a ocorrência do fenómeno de acumulação de depósitos, em dimensão suficiente para a avaliação de uma das principais vantagens da incorporação de aditivos nos combustíveis: a sua capacidade detergente.
- a circulação das viaturas em "comboio", mesmo com o esquema de rotatividade, por significar que todas as viaturas percorreram 9.000, dos 12.000 quilómetros do teste, sempre atrás de outra(s) viatura(s) o que equivale a terem circulado essa distância sempre em condições de um percurso em descida, o que também não é um cenário adequado à realidade, acrescentando incertezas quanto aos resultados.
- a falta de aferição da composição dos lotes de combustíveis utilizados, em função das suas densidades, e correspondentes poderes caloríficos, pois são factores que podem variar o suficiente para acrescentar mais incerteza aos resultados dos testes.
- e finalmente, no que diz respeito à avaliação da limpeza e desgaste do motor, não se compreende que, num ensaio destinado a motores a diesel, a DECO tenha usado uma metodologia destinada exclusivamente para motores a gasolina, medindo os depósitos nos Pistons em vez da medição do grau de entupimento dos injectores, que é o teste específico e recomendado para os ensaios dos motores a diesel.
Em conclusão, a Galp Energia assegura os mais elevados padrões de exigência, rigor e qualidade, nos combustíveis que produz e comercializa, garantindo o cumprimento desses mesmos padrões por todos os seus parceiros e fornecedores, nomeadamente os produtores de aditivos.
Tudo isto faz com que, ao contrário do que afirma a Deco, abastecer com combustíveis não aditivados ou com os combustíveis Mi Energy e Gforce desenvolvidos pela Galp Energia não seja, de forma alguma, igual ao litro".
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