Com um aspecto mais sofisticado e, sobretudo, bastante mais económico, olhares menos atentos poderão considerar o novo CR-V demasiado parecido com a anterior geração (ver AQUI o texto do ensaio ao anterior modelo). Contudo, apesar de apresentar a mesma distância entre eixos, a marca japonesa afirma tratar-se de um novo projecto e muita coisa efectivamente mudou nesta nova geração. Vamos tentar perceber como está o novo CR-V, num ensaio à única versão a gasóleo por enquanto disponível. Pelo menos até à chegada do tão ansiado motor diesel 1.6 i-DTEC estreado no Civic.
Para começar, mudou a plataforma e a carroçaria, herdando apenas algumas das soluções mecânicas que serviam a anterior geração. E, se é verdade que a silhueta se mantém, as linhas ganharam agressividade e, mais importante ainda, maior eficácia aerodinâmica.
Esta será, porventura, uma das maiores vantagens da presente geração: um melhor desempenho energético. Porque, sem nunca perder o aprumo da forma ou a agilidade em estrada, esta versão é capaz de assegurar consumos espantosos para o peso e volumetria do conjunto. Basta afirmar que, durante o ensaio, um andamento moderado em estrada com algumas incursões em cidade, permitiu manter a média do consumo não muito longe dos 6 litros.
O segredo para o CR-V conseguir atingir este patamar deve-se ainda a outros factores. Em primeiro lugar, um sistema start/stop que ajudou a homologar esta versão com emissões de CO2 mais reduzidas do que a anterior: 149 ou 154 gr/km, ao invés das anteriores 173 gr/km.
E também à funcionalidade ECO que, através de vários indicadores no painel de bordo, ajuda o condutor a manter uma condução equilibrada em matéria de consumos.
Quando activado, este modo económico confere maior suavidade às acelerações e actua também sobre outros equipamentos que consomem mais energia, como o sistema de climatização.
Apesar das versões com este belíssimo motor estarem equipadas com tracção integral automática (tipicamente dianteira, no caso de ser detectada perda de aderência parte da força do motor é distribuída ao eixo traseiro), os modelos a gasolina podem, pela primeira vez, dispor somente de tracção dianteira.
Faculdade que certamente estará também presente quando o CR-V receber o mais competitivo motor a gasóleo 1.6, com 120 cv, anunciado para meados/final deste ano.
Será então curioso verificar o posicionamento de preço da versão 1.6 i-DTEC, atendendo a que, com o motor a gasolina 2.0, somente com tracção dianteira, os preços do Honda CR-V começam pouco acima dos 27 mil euros.
Conferir mais detalhes de preço e de equipamento no texto de apresentação do modelo.
Até lá, a oferta a gasóleo em Portugal começa a partir de cerca de 43 mil euros. O nível de equipamento “Elegance” já contempla muito equipamento, incluindo a câmara de estacionamento traseira e uma série de itens de auxílio à condução como a assistência ao arranque em subida.
Estreando outro equipamento de segurança e mais ajudas à condução, como o sistema de auxílio à manutenção na faixa de rodagem ou a troca de máximos, o Honda CR-V deseja conservar-se como um dos modelos mais seguros da categoria e merecedor da confiança (e dos benefícios) de alguns serviços de seguros europeus.
Em termos de espaço ou funcionalidade interior, merece destaque a simplicidade extrema do rebatimento dos assentos traseiros, que pode ser processada de forma automática a partir de um único comando localizado no habitáculo ou na mala.
Face ao anterior CR-V, o actual perdeu a facilidade do banco traseiro rolar sobre calhas (fazendo variar a capacidade da bagageira), ganhando, em contrapartida, melhores acessos, mais e melhor espaço ao dispor dos ocupantes, sobretudo para quem ocupa a posição central do assento traseiro.
Somente não apreciei grandemente o apoio proporcionado pelos assentos dianteiros, apesar do banco do condutor e a coluna da direcção permitirem uma grande amplitude de regulações.
Já a funcionalidade do tablier, e principalmente a colocação cómoda do manípulo da caixa de seis velocidades merecem ser realçados pela positiva.
A visibilidade e a funcionalidade dos comandos é igualmente boa, com a vantagem do painel de informações sobre o tablier (sistema i-MID estreado no novo Civic) se encontrar protegido por uma pala e, por isso, menos sujeito aos reflexos. Algo que, em dias de sol intenso, já não acontece de forma tão eficaz com o ecrã do sistema de navegação ou de visionamento das imagens da câmara de estacionamento traseiro, por se encontrar mais inclinado e desprotegido.
Os passageiros da frente têm ao dispor pequenos espaços entre os bancos, para copos e outros pequenos objectos. Nas portas existem também bolsas de tamanho apreciável. Para servir os bancos traseiros, apenas espaço para garrafas no forro interior das portas e no apoio de braços central, rebatível no respectivo encosto.
Com a vantagem acrescida de manter a classe 1 nas portagens e de se ter tornado terrivelmente mais económico, o estilo mais americanizado do novo CR-V ficou igualmente mais sofisticado e arrojado.
Diferente e individual, o mais popular SUV da Honda torna-se capaz de enfrentar a crescente concorrência e manter-se como referência da sua classe em termos de requinte, qualidade, capacidade de insonorização e conforto a bordo.
Apesar das dimensões, a facilidade e suavidade da sua condução permitem-lhe lidar muito bem com as dificuldades do tráfego urbano. A boa capacidade de manobra e a visibilidade que oferece, complementada com a ajuda de sensores ou da câmara de estacionamento traseira, são um importante contributo para as manobras mais complicadas.
Apesar da tracção integral, o Honda CR-V é um carro com instintos mais estradistas. A vantagem da tracção às quatro rodas sobressai em pisos mais escorregadios, conferindo maior segurança às reacções. Certamente, será também de uma enorme mais-valia em países onde a neve ou o gelo na estrada tornam a condução mais delicada.
A distribuição da tracção processa-se de forma automática. Em condições normais de circulação, ela vai toda para as rodas dianteiras, mas, quando o sistema “Real Time 4WD” detecta falta de aderência, transmite parte da força do motor ao eixo traseiro. Sendo o processo inteiramente automático, não existe forma (leia-se comando) para o tornar permanente, nomeadamente quando se deseja dispor de tracção em ambos os eixos.
Ao contrário da anterior geração do CR-V, em que este processo era inteiramente hidráulico, a presente conta com um novo sistema, mais leve e mais eficiente, que inclui motor eléctrico para comando de uma embraiagem multi-disco.
Nem mesmo a altura ao solo, que não é muito elevada, apenas 16,5 cm, transmitem grande confiança durante a condução por caminhos mais irregulares fora do alcatrão.
Contudo, é essa curta distância ao solo, o equilíbrio do conjunto, a suspensão e uma carroçaria aerodinamicamente bem conseguida, que lhe permitem um andamento em estrada muito estável, até mesmo em velocidades particularmente elevadas.
DADOS MAIS IMPORTANTES
|
|
Preços desde
|
42.900/ 45.900 /48.900 (clique aqui para actualizar)
|
Motores
|
2199 cc, 150 cv/4000 rpm, 350 Nm às 2000
rpm, 16 V., common rail, turbo com geometria variável e intercooler
|
Prestações
|
190 km/h, 9,7 seg.(0/100 km/h)
|
Consumos (médio/estrada/cidade)
|
5,6 a 5,8 / 5,1 a 5,3 / 6,5 a 6,7
litros
|
Emissões Poluentes (CO2)
|
149 (Elegance) a 154 gr/km
(Lifestyle/Executive)
|
Outros modelos da Honda anteriormente ensaiados:
- - Honda Civic (MY 2012). Motores 1.4i, 1.8i e 2.2 i-DTEC
- - Honda Accord 2.2 i-DTEC 150/180 cv "Type S"
- - Honda Accord Sedan 2.2 i-DTEC
- - Honda Accord Tourer 2.2 i-DTEC
- - Honda Civic 1.4 i-VTEC Type S
- - Honda Civic Hybrid 1.3 SOHC i-VTEC
- - Honda CR-V 2.2i CTDi
- - Honda CR-Z
- - Honda Insight 1.3 VTEC
- - Honda Insigth 1.3 SOHC i-VTEC Hibrido (MY 2012)
- - Honda Jazz i-VTEC SOHC IMA (*) - 1.4 Híbrido
- - Honda Jazz 1.2 i-VTEC
- - Honda Jazz 1.2 i-VTEC City Top
-->
Sem comentários:
Enviar um comentário