ENSAIO: Kia Cee’d 1.4 CRDi ISG (5 portas e SW)

Mais sedutor e sofisticado, o novo familiar coreano cresceu em qualidade e em economia, com motores mais poupados e de manutenção menos dispendiosa. Embora o espaço interior e uma boa relação preço/equipamento continuem a ser os seus atributos mais importantes, na verdade, o conjunto passou a ter também uma presença mais marcante e desportiva. Em grande parte devido à frente em cunha mais aerodinâmica, se bem que o traço do novo Cee’d, sobretudo a versão carrinha, revele um ar mais maduro e convicto. Este primeiro ensaio respeita versões equipadas com o motor diesel menos potente da gama, o bloco a gasóleo 1.4 de 90 cv que serve, para já, as variantes de 5 portas e carrinha. No final deste texto estão tabelas actualizadas com os preços da nova gama Cee’d para Portugal.

Antes de mais, quem adquirir qualquer versão 1.4 CRDi do Kia Cee’d até ao final de Março de 2013, além da garantia de 7 anos ganha também a manutenção programada durante 5 anos ou 75.000 kms. A esta enorme mais-valia para os tempos que correm, acresce o facto da carroçaria de 5 portas estar disponível a partir de cerca de 19 mil euros ou mais 1000 euros para a versão carrinha (SW).
Duas realidades que rapidamente se percebem quando nos sentamos no interior desta nova geração Kia Cee’d é que o habitáculo está mais amplo, mais moderno e utiliza elementos cujo revestimento é, não apenas mais agradável ao toque, como conferem impressões de qualidade e solidez.
Desenvolvido sobre uma nova plataforma com maior distância entre os eixos, o facto confere-lhe mais estabilidade e alguns ganhos de espaço interior. Em relação à volumetria exterior, o Cee’d é mesmo um dos carros que melhor rentabiliza a habitabilidade, crescendo em conforto e na capacidade da mala: 380 litros no “5 portas”, 528 no SW.
Mais dados técnicos sobre a nova geração estão nos textos de apresentação das versão Cee'd de 5 portas e Cee'd SW.
O uso de novos revestimentos, mais suaves e de melhor qualidade, acompanham um tablier cujo traço moderno é capaz de integrar equipamento tecnologicamente evoluído. Existiu clara vontade em tornar esta área simultaneamente fluída e funcional, simplificando-a com a colocação no volante de algumas funções mais utilizadas. Ou, em certas níveis de equipamento, com comandos de voz controlados a partir do volante.

Equipamento enriquecido

O equipamento mais actual e procurado passou também a estar disponível nesta geração – sistema de entrada sem chave, faróis direccionais, sistema de assistência ao arranque em subidas e até sistema de estacionamento automático são apenas alguns exemplos - contudo, o que de mais refinado e imediato se evidencia aos olhos do condutor é o belíssimo painel digital que simula uma instrumentação analógica.
Aqui podem também surgir informações sobre o inovador sistema de direcção eléctrica, que permite ao condutor variar o nível de assistência em função da aderência e do tipo de andamento.
O sistema “Flex all-new Steer”, assim se designa, pouca utilidade terá para um condutor “normal” e sem grandes exigências dinâmicas. É que, pelo menos com este motor 1.4 CRDi de 90 cv, o Cee’d não é exactamente um carro com resposta rápida. Além disso, a suspensão macia, embora às vezes um pouco seca, orienta-o mais para um uso familiar. E se este dispositivo propõe fazer variar a sensibilidade da direcção assistida eléctrica em três modos – Comfort, Normal ou Sport -, ele não aumenta a desmultiplicação do volante, antes a força que o condutor exerce para o manobrar.
Mais detalhes sobre o equipamento encontram-se nos textos de apresentação das versão Cee'd de 5 portas e Cee'd SW.

Comportamento de um familiar

Capaz de proporcionar uma condução suave, estável e com bom desempenho, o Cee’d mantém várias opções de motorizações a gasóleo e apenas uma a gasolina. Apesar do melhor desempenho pertencer certamente ao 1.6 CRDi de 128 cv, os valores de consumo e emissões estão a permitir-lhe valores de comercialização bastante concorrenciais.
É que, além da promoção referida no início do texto, a grande vantagem deste motor a gasóleo 1.4 com 90 cv reside nos consumos e nas emissões. Contudo, estes valores não são significativamente inferiores aos apresentados pelo motor mais potente e, em circunstâncias de uma condução mais exigente, podem até ser superiores devido ao maior esforço que lhe é solicitado.
Já num andamento descontraído ou familiar, sem a lotação completa, aquilo em que este bloco se destaca é no facto de o binário começar cedo, perto das 1500 rpm. Apesar de podermos contar com alguma energia do conjunto em estrada ou quando o carro circula leve, tanto o desempenho como os consumos sofrem nas alturas de maior esforço e no “pára-arranca” da cidade.
Além de mais ruidosa a frio e ao ralenti, esta variante motriz do Cee’d parece mais indicada aqueles que gostam de desfrutar do seu automóvel de forma mais tranquila e familiar ou que desejam aceder às versões mais completas de equipamento por um preço abaixo dos modelos equipados com o motor 1.6 CRDi de 128 cv.

Habitabilidade e diferenças entre o carro e a carrinha

Como se disse, em todo o interior do Cee’d transparece a impressão de mais espaço e qualidade.
Além de um bom acesso devido à boa altura a que os bancos se encontram, os dianteiros proporcionam apoio correcto e confortável. No assento traseiro o espaço e a configuração torna-o mais indicado para dois adultos, com apoio central de braços e rebatimento assimétrico do encosto. O piso fica praticamente plano quando se rebatem também as partes dos assentos.
A capacidade da mala da versão de 5 portas cresceu 40 litros para 380 litros. O típico acesso através de uma abertura arredondada na sua parte inferior condiciona um pouco a entrada a objectos mais longos, que a amplitude das partes laterais ajudam a contornar. Existem pequenos espaços sobre o piso e pneu suplente fino.
No caso da carrinha, apreciei particularmente o elevado nível dos acabamentos, o seu acesso amplo e a funcionalidade proporcionada para o transporte de objectos de dimensão variável.
Se o interior para os passageiros pouco ou nada difere face ao sedan, o acréscimo desta secção do carro (a propósito: exteriormente bastante mais feliz e consensual do que na geração anterior) veio libertar mais espaço: 528 litros anunciados pelo construtor, apesar de este valor contemplar espaços localizados sob o piso.
A cobertura da mala corre bem assente em calhas laterais, enquanto o piso da mala pode igualmente dispor de calhas que aumentam a funcionalidade e a segurança do transporte.
Um elemento adicional com correias retracteis pode fixar-se a estas calhas, enquanto diversos locais de fixação (incluindo para uma rede que separa o espaço de carga do restante habitáculo) ajudam a proteger os objectos transportados.
Existe tomada de 12 volts.


Dados mais importantes (5 portas e SW)
Preços (euros)
22 295 euros (EX - 5 portas) / 23 295 (EX –SW)
Motor
1396 cc, 16 V, 90 cv às 4000rpm, 220 Nm das 1500 às 2750 rpm, turbo, intercooler com injecção common rail
Prestações
170 km/h, 13,5 e 13,9 seg. (0/100 km/h)
Consumos (médio/estrada/cidade)
4,0 e 4,2 / 3,6 e 3,8 / 4,7 e 5,0 l (5p. e SW)
Emissões Poluentes (CO2)
105 a 109 / 109 a 112 gr/km (5p./SW)

Tabela actualizada de preços:


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