ENSAIO: Dacia Sandero Stepway 1.5 dCi 90 cv FAP
A marca romena tem conhecido uma significativa expansão europeia à custa do SUV Duster, mas também desta variante mais irreverente do Sandero designada Stepway. Na versão anterior, lançada em 2008, ela não chegou a ser vendida em Portugal. Agora que o Sandero conhece algumas importantes alterações está finalmente disponível, juntamente com o novo motor TCe de 90 cv e o renovado 1.5 dCi, igualmente com 90 cv. O Sandero tem preços a partir dos 9000 euros, mas os “Stepway" custam, respectivamente, 12.350 e 15.950 euros. Além de alterações na carroçaria, o renovado Sandero contém mais e melhor equipamento e - pode afirmar-se sem pudor - ficou ainda “mais Renault” neste aspecto. Apesar do interior e dos materiais plásticos apresentarem melhor qualidade, continuam simples, ainda que as formas e a ergonomia tenham melhorado substancialmente. Enquanto o conforto a bordo é aceitável, melhor há para falar sobre o comportamento e, sobretudo, sobre a autonomia e sobre a economia de manutenção. Tudo isto já a seguir.
Foi preciso esperar pela renovação do utilitário da marca “low cost” do grupo francês Renault para (finalmente!) ver em Portugal a versão mais irreverente e radical do Sandero.
Com maior altura ao solo – mais 4 cm –, aplicações e reforços na carroçaria que o tornam mais indicado para a aventura, o Sandero Stepway chega com duas versões de 90 cv, uma a gasolina e servida pelo novo motor Renault de 899 cc, outra equipada com a conhecida unidade diesel 1.5 dCi.
Nesta actualização, o utilitário romeno disfarça ainda menos as suas origens Renault. A instrumentação ganha laivos de modernidade graças às molduras cromadas nos mostradores e nas saídas de ventilação – e até no manípulo das mudanças –, mas o interior recebe também equipamento mais actual. Assim, mantendo embora a peculiar colocação da abertura dos vidros na consola central (apesar de feita através de botões mais discretos), o Sandero surge com um novo sistema de áudio, que deixa de poder ser um mero auto-rádio, para dispor da possibilidade de instalação de um ecrã LCD com sistema de navegação e outras funcionalidades.
Muitas alterações no habitáculo
Melhor está também a posição de condução, agora que ela passa a beneficiar, dependendo da versão, da regulação em altura do volante e do banco.
O interior ganhou também o sistema “Media Nav” igual a alguns modelos da Renault e, tal facto, obrigou a remodelar toda a zona da consola central para poder albergar o ecrã LCD táctil. Alterou-se também a disposição e a forma dos comandos de climatização e os botões de abertura dos vidros eléctricos, mais discretos e elegantes. A funcionalidade, o tacto e os próprios botões são herança do grupo Renault.
Mais moderno e mais apelativo ficou também o conjunto de mostradores dos instrumentos principais, com um toque desportivo conferido pelas molduras cromadas que o cercam. Para perceber melhor o que se alterou quer exteriormente, quer interiormente, recomenda-se a leitura do TEXTO DE APRESENTAÇÃO do modelo, documentado com imagens para uma melhor percepção das mudanças.
Assumindo-se como um utilitário de baixo custo, o Dacia Sandero não tem revestimentos interiores que encham o olho ou se destaquem pela sua elegância. Contudo, os plásticos apresentam uma montagem correcta e não são, de todo, desagradáveis ao toque.
O espaço interior mantém-se e mostra-se bem aproveitado, apesar de pouco iluminado à noite; é que existe apenas um foco de luz à frente. Disponibilizando vários pequenos espaços para guardar objectos pessoais, como chaves, moedas ou telemóvel, o forro das portas traseiras ganha, finalmente, bolsas interiores. 320 litros de mala é um valor excelente para um utilitário, beneficiando da abertura ampla da respectiva porta de acesso. Pior é o piso rebaixado da bagageira e o facto do pneu suplente constituir uma opção paga à parte.
Preços, motores e equipamentos disponibilizados
Além do maior apelo exterior e dos 4 cm a mais na altura em relação ao solo, a versão Stepway traz faróis de nevoeiro, cavas das rodas alargadas, novas jantes de 16 polegadas, barras de tejadilho em dois tons e uma exclusiva pintura metalizada de tom azul.
O novo motor a gasolina de três cilindros (TCe 90) com 898 cm3, estreado no novo Renault Clio, possui turbo de baixa inércia e garante 90 cv às 5250 rpm. Com um binário de 135 Nm, disponível a partir das 1650 rpm, um consumo médio anunciado de 5,0 l/100 km e emissões de CO2 de 116g/km garantem preços a partir dos 9000 euros, ou de 12350 para a versão Stepway.
Além deste motor, está ainda disponível a renovada unidade 1.5 dCi, que tira partido de um novo sistema de injecção e de um novo turbo. Com uma potência de 90 cv e emissões reduzidas a 99g/km de CO2, com este motor, o utilitário franco-romeno consegue ter uma autonomia superior a 1300 km, graças a um consumo anunciado de 3,8l/100 km ou 4,0 litros no caso do Stepway. Na realidade, após o ensaio, o valor marcado pelo computador de bordo desta última versão foi de 4,8 litros, o que não é um desvio muito significativo face ao reclamado pela marca.
A gasóleo, os preços são de 13.950 e 15.950 respectivamente. Quem desejar um pneu suplente, em vez de kit anti-furo, terá que acrescentar 70 euros a estes valores.
No diferencial de 2000 mil euros para a versão Stepway, há que incluir, como equipamento de série, além do que foi descrito anteriormente, o sistema multimédia com ecrã táctil, os quatro vidros eléctricos, o ar condicionado, o volante e o punho da caixa velocidades em couro e a pintura metalizada.
Impressões da sua condução
Com um carácter mais aventureiro, o Sandero Stepway 1.5 dCi oferece bom desempenho em cidade e em estrada. No primeiro caso, porque o motor demonstra pronta disponibilidade desde regimes relativamente baixos e oferece elasticidade suficiente para não ter que recorrer muitas vezes à caixa de velocidades. Já em estrada aberta, a aceleração pronta beneficia com o baixo peso do conjunto que revela ainda boa agilidade, embora quer a estabilidade como o próprio ruído provocado pela deslocação de ar sobre a carroçaria, sejam prejudicados pela forma e pela altura da mesma. Por causa disto demonstra também maior tendência para adornar em curva (ou a sensação é maior devido à maior distância em relação ao solo), embora a suspensão do Sandero Stepway tenha revelado boa resistência fora do alcatrão. É que, apesar de não se tratar sequer de um pequeno SUV, a altura mais elevada do chassis e as protecções conferem maior à-vontade quando se transita sobre pisos mais irregulares de cascalho ou em terra batida.
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Dados mais importantes
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Preços
desde
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15.950 euros (Stepway 1.5 dCi 90 cv) *
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Motores
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1461 cc, 90 cv às 3750 rpm, 220 Nm às 1750,
common rail, 8V, turbo com geometria variável
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Prestações
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167 km/h, 11,8 seg. (0/100 km/h)
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Consumos (médio/estrada/cidade)
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4,0 / 3,7 / 4,6 litros
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Emissões
Poluentes (CO2)
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105 gr/km
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(*) Não inclui despesas administrativas e de transporte
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