ENSAIO: Ford Fiesta 1.0 Ecoboost/100 cv

Disponível em versões de 3 e 5 portas (o mercado americano conhece também um sedan de 4 portas), o renovado Fiesta apresenta-se com uma frente de acordo com a actual imagem de marca. Mas o principal trunfo do rejuvenescido Fiesta é a disponibilidade na gama do premiado motor 1.0 a gasolina de 100 cv, uma versão que muito contribui para que este seja o carro mais vendido na Europa no seu segmento. Uma mecânica que lhe permite andar rápido, para isso muito contribuindo bastante o escalonamento curto das primeiras velocidades da caixa de cinco e um binário que é expressivo para um pequeno “gasolina”: 170 Nm disponíveis a partir das 1400 rpm e até às 4000 rpm. Mas há também novo e inédito equipamento, tudo analisado com mais pormenor já a seguir.

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A frente esguia e bastante provocante deixa adivinhar o que aí vem: um Fiesta mais dinâmico, endiabrado às vezes, graças à ligeireza do pequeno motor de 3 cilindros com 100 cv que motoriza a versão ensaiada.
Ressalvando o redesenho da secção dianteira, na realidade, em termos estéticos pouco mais se alterou. Além da imponente grelha, enquadrada por faróis com luzes de circulação diurna com tecnologia LED, correspondendo à expressão actual dos modelos da Ford, apenas as ópticas traseiras revelam um visual diferente dos modelos anteriores.
Significa isso que não se registaram variações significativas de espaço interior, excepção feita à capacidade da mala como se verá mais adiante.
Contudo, mesmo que pouco alterado – ou se calhar por causa disso – esta renovação permite ao Fiesta ser o veículo compacto mais vendido na Europa durante o primeiro trimestre de 2013. Os dados revelam que os europeus compraram um a cada dois minutos, sendo que um em cada quatro está equipado, precisamente, com esta motorização.

Expedito, às vezes até endiabrado…

Por isso, por mais pontos que desejasse encontrar para lhe destacar, não há volta a dar: terei mesmo que começar por abordar o desempenho, expedito, provocante, às vezes até solto demais, por causa de uma traseira que tende a escorregar em curva e por culpa de uns pneus que, provavelmente, se preocupam demais com o atrito do rolamento. Contudo, nada de inquietante esta deriva da traseira porque, se necessário, pode-se contar com a pronta acção do controlo electrónico de estabilidade para ajudar a corrigir a trajectória em caso de derrapagem.
Uma potência de 100 cv pouco significariam caso o valor fosse alcançada demasiado tarde ou correspondesse somente a um pico. Ora, na verdade, esta versão até acelera e permite andar rápido. Para tanto contribui não apenas o escalonamento curto das primeiras velocidades da caixa de cinco, como um binário que se mostra expressivo para um pequeno “gasolina”: 170 Nm, disponíveis a partir das 1400 rpm e até às 4000 rpm.
É este binário que realmente traduz a importância desta motorização, quase conferindo a este Fiesta o andamento de um pequeno desportivo. Embora também haja que contar com a ligeireza do conjunto, obtida principalmente pela redução de peso da mecânica.
Tanto fulgor e disponibilidade de força da parte de um motor tão compacto e com apenas 3 cilindros é devido, naturalmente, à integração de um pequeno turbo. E como a rapidez tem os seus custos, enquanto um andamento calmo permite médias pouco acima dos 5 litros, querer fazer do Fiesta 1.0 Ecoboost um pequeno desportivo pronto a acelerar faz elevar esse valor além dos 6,0 litros. Consumos que se devem, em parte, à presença do sistema start/stop e de uma boa aerodinâmica. Quem desejar realmente poupar, pode também seguir os conselhos de troca de velocidade que um indicador no painel de bordo vai sugerindo.

Formas e ergonomia num habitáculo que mudou pouco

Apreciando agora o interior do renovado Fiesta, o actual não difere significativamente do anterior em termos de espaço. Nesse aspecto está na mediania do seu segmento e, se é verdade que se registaram alguns ganhos na bagageira, isso deve-se a um kit de emergência em vez de um pneu suplente. Se desejar uma roda suplente convencional ela terá um custo de 60 euros. O tampo do piso da mala pode ocupar duas posições (ficando quase ao nível da abertura), enquanto o rebatimento dos encostos traseiros não gera a continuação de uma superfície plana até ao interior do habitáculo.
Quem se sentar no banco traseiro irá encontrar suficiente espaço para as pernas. Mais condicionado se sentirá em relação à altura.
Quanto ao posto de condução, desde a integração com o banco até à pega do volante, a sensação é desportiva. O conteúdo, a forma e a disposição dos comandos principais mantiveram-se, com uma decoração de instrumentos que reforçam a imagem dinâmica que o Fiesta mostra exteriormente.
Se a ergonomia se manteve, pequenos detalhes de acabamento e cor vieram dar novo ânimo e actualidade ao interior. A possibilidade de revestimentos contrastantes e de melhor qualidade é outra novidade, sendo que a estrutura plástica do tablier, em zonas menos visíveis, é de mais fraca qualidade. As bolsas no forro interior das portas são pequenas e baixas.
Com uma funcionalidade dos comandos intuitiva, o “novo” Fiesta passa a poder contar com a funcionalidade “SYNC” (300 euros), um sistema de conectividade com activação por voz, à qual o condutor pode aceder, enquanto conduz, sem retirar atenção à estrada. (conhecer mais pormenores de funcionamento no TEXTO DE APRESENTAÇÃO do modelo).
A título de curiosidade, o novo Fiesta estreia um sistema útil para pais preocupados: o “MyKey” permite aos progenitores estabelecer restrições aos condutores mais jovens, como a velocidade máxima, o controlo do volume do sistema de áudio ou até desactivá-lo por completo, se condutor e passageiros não tiverem colocado os cintos de segurança.
Quanto a preços, a versão de 3 portas está disponível a partir de pouco mais de 16 mil euros, a que deverão acrescentar-se 895 euros para as habituais despesas de preparação e documentação. Não esquecer que as primeiras edições (First Edition) vêm sempre recheadas de mais equipamento. Mas conte com mais 40 euros se desejar um encosto de cabeça para o assento do meio do banco traseiro!



DADOS E CARACTERÍSTICAS: 1.0 Ecoboost

Preços (desde)
16.930 euros (3 portas Trend, Blazer Blue, incluindo despesas)
17.380 euros (5 portas Trend, Blazer Blue, incluindo despesas)
Motores
998 cc, 3 Cil./12 Valv., 100 cv às 6000 r.p.m., 170 Nm das 1400 às 4000 rpm, injecção directa, turbo
Prestações
180 km/h, 11,2 seg. (0/100 km/h)
Consumos (urbano/estrada/combinado)
5,3/3,7/4,3 litros
Emissões Poluentes (CO2)
99 gr/km

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