Este novo compacto de 5 portas assinala o regresso, 27 anos depois, da marca que antecedeu a Nissan e que tantas e tão boas recordações deixou no nosso país. Contudo, desenganem-se: este Datsun é uma espécie de versão “low cost” da Nissan, direccionada apenas para mercados emergentes como Índia, Indonésia, Rússia ou África do Sul, por exemplo. Concebido com recurso a muitas soluções mecânicas do Nissan Micra, utiliza o mesmo 3 cilindros 1.2 a gasolina e, a versão a gasóleo, o motor Renault 1.5 dCi. Depois da Dacia e da Lada (orientada para o mercado russo, ver AQUI), a Aliança Renault Nissan prossegue a sua estratégia de expansão global.
Da história da marca Datsun em Portugal fazem igualmente parte a presença em competição de tantos “triesses” (1600 SSS), de muitos incansáveis Bluebird Táxi e até como base da versão “pick-up” e de outras formas comerciais, construídas em Portugal, com a marca SADO.
É por isso que falar agora do regresso da Datsun como marca de baixo custo deixa, de certa forma, um travo amargo na boca.
Concorrente no segmento do Tata Nano
Nano vem do grego “anão” e representa algo simples. E é para tentar competir com o Tata Nano, o carro mais simples e por isso mais barato à venda no mercado indiano, que o Datsun Go surge.
É o primeiro carro novo a utilizar o conhecido distintivo clássico japonês em 27 anos e, nesta fase inicial, será construído e vendido na Índia. Posteriormente irá ser produzido e/ou comercializado em vários mercados emergentes, como a Rússia, Indonésia e África do Sul. O Brasil não é, por enquanto, referido, e também não existem intenções de comercialização nos mercados ocidentais, onde a Dacia já é a marca “low cost” da Aliança Renault/Nissan.
Apesar de que, em alguns mercados, carros vendidos em Portugal pela Dacia são comercializados com a marca Renault ou Nissan, como é o caso do SUV Duster.
É um pouco mais longo (3785 mm), mais largo (1635 mm) e mais baixo (1485 mm) do que a versão europeia do Nissan Micra.
A carroçaria é de cinco portas e dispõe de uma boa distância entre eixos (2450 mm) que lhe permite oferecer espaço amplo para as pernas na parte da frente, bem como para os passageiros do banco traseiro. Contribui para o facto as cavas das rodas pequenas, que albergam pneus para jante de 13 ou 14 polegadas.
Recorre ao motor de 3 cilindros, 12 válvulas e 1.2 litros a gasolina da Nissan, com 68 cv e caixa de velocidades manual de cinco velocidades.
Com número idêntico de velocidades surge uma versão diesel, dotada do bloco de 1461 cc com 64 cv e 160 Nm de binário.
Interior com banco dianteiro corrido
Uma das grandes vantagens do Datsun Go, pelo menos para o seu mercado de destino, é a aparência resistente do interior e a possibilidade de incluir muito equipamento para um carro de segmento básico: há um painel de leitura digital, direcção assistida, autorádio com entrada auxiliares de som e USB, fecho centralizado de portas, vidros dianteiros eléctricos e até ar condicionado manual.
Quanto a airbags ou ABS esqueçam, por lá gostam de sensações fortes.
Quanto a airbags ou ABS esqueçam, por lá gostam de sensações fortes.
O interior oferece ainda outra curiosa particularidade: o banco dianteiro é corrido, graças à colocação elevada do manípulo das velocidades e da mais retrógrada posição do travão de mão. Apesar disso, a lotação anunciada é de cinco lugares.
O mais provável é que também venha a surgir uma versão mais espartana que pretenda competir directamente com o Tata Nano e que, para isso, não deva incluir todo este equipamento.
O preço de venda do Datsun Go na Índia, ao câmbio actual, é de cerca de 4300 euros para a versão a gasolina e à volta de 5500 euros para o modelo a gasóleo.
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