ENSAIO: Citroen DS3 Cabrio 1.6 THP/155 cv Sport Chic
O DS3 é um carro peculiar. Mas se qualquer descapotável é preferencialmente concebido para ser desfrutado com a capota recolhida, na verdade, neste caso em particular, resulta também numa questão de estilo. Muito estilo, diria mesmo. Tudo porque este Citroën pertence a uma “linhagem” especial; é que o “DS” acrescenta-lhe o prestígio e o charme da linha “premium” de modelos do construtor francês. Por isso, cada material utilizado obedece a critérios de qualidade, cada detalhe acrescenta classe e pretende elevar o modelo a um patamar superior. E realmente há coisas muito engraçadas neste carro!
O mês de Agosto profetiza verão. E como o Verão sugere calor, férias, lazer… nesta altura, ao fim do dia, sabe bem conduzir de cabelos ao vento!
Sendo assim, vamos começar a análise ao carro exactamente por aquilo que o distingue do DS3 “normal”: a capota flexível em lona.
Um comando no tejadilho permite abri-la em 3 posições: até metade da linha do tejadilho, a abertura total na horizontal ou a recolha “completa” até ficar totalmente alojada numa área situada atrás dos encostos traseiros.
Qualquer destas operações é possível de ser realizada até 120 km/h e cerca de dezasseis segundos é quanto basta para abrir ou fechar totalmente a capota.
Primeira “contrariedade”: com ela toda aberta, o condutor perde totalmente a visibilidade traseira através do retrovisor interior. Salvo se atrás de si circular um camião ou outro veículo alto…
Esta solução não rouba mais espaço de mala e acaba por abrigar melhor do vento os ocupantes, contando também para esse efeito com a ajuda de um pequeno deflector aerodinâmico que impede a existência de demasiada turbulência de ar no interior habitáculo.
Segunda contrariedade: além de uma muito ligeira redução de espaço em altura por causa do mecanismo, o DS3 Cabrio perde 40 litros de bagageira e o acesso à mala passa agora a ser feito através de uma nova tampa traseira, que se eleva apoiada em amortecedores.
Para a tampa da mala abrir é preciso que a capota se encontre, pelo menos, na posição intermédia. Uma operação que se executa automaticamente executada assim que é pressionado o botão de abertura da mala.
Habitabilidade e conforto
Apesar dos seus 5 lugares, esta versão do DS3 não foi concebida para ser um carro de família. Portanto, quem precisar mais do que os 245 litros disponíveis, pode contar com o rebatimento do encosto traseiro. Além de ampliar a capacidade de carga, essa acaba por ser também a passagem mais prática para a zona da mala do que o estreito acesso do exterior.
Pior mesmo é se houver a necessidade de retirar o pneu suplente…
Contudo, os lugares traseiros são surpreendentemente espaçosos para um descapotável e, quem os ocupa, não irá sofrer da sensação de claustrofobia. Aliás, quer em termos de qualidade ou de funcionalidade, mantêm-se todas as impressões recolhidas aquando do ensaio ao DS3 “capotado” (ler AQUI o resultado desse ensaio): um interior bonito e com qualidade acima da média, uma excelente e confortável posição de condução e acesso funcional e intuitivo dos comandos principais.
Em condução, a visibilidade com a capota fechada não sofre também qualquer alteração. Com ela encerrada ou numa das suas várias posições a insonorização ou a acção do ar também não são de espantar negativamente; é verdade que o DS3 não é um carro silencioso mas nota-se que existiu preocupação em garantir o conforto acústico e a comodidade dos ocupantes em geral.
Uma vez que as alterações exteriores mais visíveis se encontram no topo e na traseira do veículo, outra das alterações respeita precisamente à iluminação e ao óculo traseiro. Apesar deste último continuar a ser em vidro e contar com desembaciador, não existe escova limpa-vidros.
Para detalhes de equipamento e de acessórios de personalização possíveis consulte-se o TEXTO DE APRESENTAÇÃO deste modelo.
Da condução ao preço de cada uma das versões disponíveis
Do DS3, os mais atentos saberão que é o modelo utilizado pela Citroën no Mundial de Ralis. Esta escolha não teve nada de inocente e visou acrescentar palmarés desportivo que lhe permitisse competir directamente com modelos míticos, como o Mini, por exemplo.
No plano desportivo, os carros que competem estão exactamente equipados com uma versão evoluída do motor utilizado durante o ensaio. Trata-se da variante de 155 cv do bloco turbo 1.6, embora, em Portugal, o DS3 Cabrio também esteja disponível com um mais acessível motor a gasolina 1.2 VTi de 82 cv (a partir de pouco mais de 22 mil euros) ou motorizado com a consagrada unidade 1.6 HDi de 90 cv (menos de 27 mil euros).
Regressando ao mais desportivo (e também mais caro, acima dos 30 mil euros) DS3 1.6 THP com 155 cv, ele é a garantia de proporcionar as sensações que se esperam de um pequeno desportivo, impondo o facto de ser leve (apenas mais 25 kg do que a versão com tejadilho) para andar rápido e demonstrar uma atitude que não parece sofrer com a circunstância de possuir uma capota em lona. A diferença de prestações não é, de resto, significativa.
Apesar de se tratar de um conjunto prático e fácil de dirigir, também demonstra capacidade para incentivar uma pilotagem mais dinâmica e exigente. Contando para isso com a colaboração de uma belíssima caixa de 6 velocidades, o DS3 Cabrio conserva praticamente a mesma eficácia e precisão nas trajectórias da versão fechada. Do mesmo modo, os consumos não sofrem grandes oscilações, tendo ao longo do ensaio registado médias constantemente abaixo dos 8 litros.
Tudo isto só contribui para tornar este DS3 num carro ainda mais apaixonante, capaz de aquecer a cabeça de muito condutor e ocupantes. Quer seja com a capota aberta, quer seja com ela fechada...
Dados mais
importantes:
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Preços desde
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28 848,52 / 29 799 euros - (*)
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Motores
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1598 cc, 16
V, 155 cv às 6000 rpm., 260 Nm das 1400 às 4000 rpm, injecção directa, turbo,
intercooler
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Prestações
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215 km/h, 8,1 seg. (0/100 km/h)
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Consumos (médio/estrada/cidade)
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6,0 / 4,7 / 8,2 litros
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Emissões Poluentes (CO2)
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137 g/km
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Textos relacionados com este ensaio:
- APRESENTAÇÃO: Citroën DS3 Cabrio
- ENSAIO: Citroën DS3 1.6 THP/150 cv (2011)
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