APRESENTAÇÃO: Volvo Concept Coupé, nova plataforma e novos motores Volvo

Com este protótipo, a Volvo estabelece uma ponte entre o passado histórico da marca sueca e um futuro que promete nas mãos dos chineses da Geely. E assim é ao afirmar-se inspirado no icónico coupé desportivo que a marca sueca produziu, durante mais de uma década, até 1973. No entanto, o Volvo Concept revela também as linhas orientadoras de design e uma nova estrutura mecânica que será utilizada por uma nova geração de produtos que serão lançados a partir de 2014. O primeiro será a futura geração do Volvo XC90. Desenvolvido em casa pela Volvo Cars (há que dizer que o grupo chinês tem mantido a independência e a liberdade criativa da marca), este novo e elegante protótipo foi buscar alguns elementos emblemáticos do passado, embora introduza uma nova plataforma modular e novos elementos mecânico que libertam os designers e engenheiros da Volvo das limitações impostas pela “herança” dos tempos em que a Volvo pertencia ao grupo Ford. “Podemos moldar os nossos carros a partir de agora. Livres, podemos adicionar valor emocional à marca ", diz Thomas Ingenlath, responsável de design. Muitas imagens e um vídeo acompanham o trabalho que se segue.

Nos anos mais recentes a marca sueca tem-se esforçado pela manutenção da sua independência, apesar de ter feito parte do grupo Ford entre os anos de 2000 e 2010.
Este facto faz com que a actual geração de produtos seja baseada em plataformas do fabricante americano e que alguns dos motores utilizados provenham de acordos firmados durante esse período. Como é o caso no bloco diesel 1.6 desenvolvido em conjunto pela Ford e pelo Grupo PSA.
Em 2010 a empresa americana alienou a divisão de automóveis da Volvo à construtora chinesa Geely Automobile, que estava interessada em deter uma linha de automóveis de prestígio direccionada ao mercado chinês. Contudo, há que reconhecer o facto do grupo chinês ter feito por manter a liberdade da marca sueca, ciente na mais valia do seu passado e da sua capacidade criativa.
Por isso, desde logo, o grupo chinês prometeu investir na manutenção do ADN da Volvo. E se pretende utilizar o prestígio da marca para produzir carros de luxo na China (um primeiro exemplo foi uma versão especial do Volvo S80, designada S80L, ligeiramente maior do que a versão europeia, ricamente equipada e dotado de uma motorização com 6 cilindros, de 3.0l e 285 cv), as operações na Europa continuariam a ter como principal destino o mercado internacional.

Nova plataforma e nova linha de motores

O Volvo Concept Coupé agora revelado é o primeiro resultado de um forte investimento anunciado em 2012. Este investimento tem como objectivo dois programas: o SPA, ligado ao desenvolvimento de novas plataformas e componentes flexíveis e o VEA, que respeita à criação de uma nova linha de motores.
Sigla de “Scalable Product Archicheture”, o SPA desenvolve uma arquitectura de estruturas ou componentes cuja flexibilidade permite a sua aplicação em diversos modelos. Incluem-se neste programa módulos, componentes e sistemas compartilhados e escalonáveis, fabricados num sistema de produção flexível.
Esta plataforma está também a ser preparada para uma condução totalmente autónoma. Os primeiros recursos dessa direcção autónoma para evitar acidentes e tornar a condução mais confortável serão introduzidos em 2014, e objectivo da Volvo Cars é ter nas estradas carros com tecnologia totalmente autónoma antes de 2020.
Quanto ao programa VEA, “Volvo Engine Architecture”, consiste basicamente no desenvolvimento de novas motorizações Drive-E: dois motores de quatro cilindros, um a diesel common rail e uma versão a gasolina de injecção directa, destinados a substituir oito arquitecturas de motor utilizadas em três plataformas.
Os primeiros motores de dois litros de quatro cilindros Drive-E serão lançados no Outono de 2013 nas gamas S60, V60 e XC60 e estão dotados de tecnologia i-Art (ver mais abaixo).

Sistema híbrido com desempenho de um V8

Contudo, um aspecto importante revelado pelo Volvo Concept Coupe é o facto de mecanicamente estar dotado de um sistema híbrido plug-in a gasolina, que reflecte uma nova estratégia da Volvo Cars para motorizar as versões mais potentes: um motor Turbo, de apenas 4 cilindros e dois litros, combinado com um motor eléctrico no eixo traseiro, num total de cerca de 400 cv e mais de 600 Nm de binário.
Deste modo são obtidos valores de potência e binário equiparáveis a motores maiores e mais pesados como os de arquitectura V8.
A plataforma e os novos motores Drive-E foram também desenvolvidos, desde o início, a pensar na ligação a motores eléctricos, que podem ser montados na parte dianteira ou traseira do veículo. A bateria fica localizada no centro do carro.
Os novos motores de 4 cilindros apresentam potências que variam entre os 140 e os 230 cv, variando estes valores em função da alimentação, da pressão do turbo e da própria cartografia do motor. Poderão acoplar-se a uma transmissão manual de seis velocidades ou à nova caixa automática de oito velocidades, capaz de assegurar uma condução ágil mas suave e de baixo consumo de combustível.
Saliente-se que a Geely estabeleceu recentemente uma parceria com a americana Detroit Electric para o fabrico de carros eléctricos na China. (ver AQUI mais pormenores)

O que é a tecnologia i-Art?

Caracterizada pela realimentação da pressão de cada injector de combustível em vez de usar um único sensor de pressão tradicional, esta tecnologia torna possível o controlo e a adaptação contínua da injecção de combustível ou da combustão em cada um dos quatro cilindros.
Além de poder aumentar substancialmente a pressão da injecção de combustível em cada cilindro, cada injector passa a contar com um pequeno computador que monitoriza essa pressão de injecção. O que o sistema i-Art faz é adaptar, continuamente, ao estilo de condução e às necessidades, a quantidade ideal de combustível que é injectado durante cada ciclo de combustão.
A combinação de uma maior pressão de injecção com a tecnologia i-Art confere ao motor maior economia de combustível, taxas mais baixas de emissões e melhores desempenho dinâmico, além de uma sonoridade muito particular.

Impacto visual poderoso

O impacto visual do Volvo Concept Coupé é acentuado de lado pela linha baixa do capot e tejadilho e pelas jantes de 21 polegadas.
A dianteira caracteriza-se por um novo estilo de design, com grelha flutuante e faróis que integram uma linha de iluminação diurna em Led com a forma de um “T” deitado. Mas a versão definitiva da nova imagem de marca da Volvo só será revelada no futuro XC90.
O exterior azul-cinza do Concept Coupé é repetido num interior refinado que recorre a elementos artesanais como o couro ou inserções decorativas em madeira envelhecida.
Inclui ainda uma abordagem totalmente nova da experiência de ligação homem-máquina, com um grande ecrã táctil localizado na consola central que interage com o painel localizado no painel de instrumentos situado à frente do motorista.
Este não é o primeiro concept apresentado desde a entrada do grupo chinês na Volvo. Em 2011, no Salão de Xangai, a marca sueca desvendou o "Concept Universe" que poderá representar a futura gama S80 (mais pormenores AQUI)

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