ENSAIO: Renault Fluence 1.6 dCi Exclusive
É caso para dizer que estamos perante muito carro para tão pouco custo! Afinal, por cerca de 30 mil euros, este familiar oferece espaço, muito equipamento e um motor recente, económico e potente. Projecto mundial da marca francesa destinado a diversos mercados, os pontos fortes do Renault Fluence são, naturalmente, a habitabilidade e o espaço da mala. Revisto este ano em termos estéticos ficou mais moderno e apelativo. Ganhou também mais equipamento de conforto e de assistência, passando a integrar a nova consola de conectividade e comando R-Link. As prestações saíram também claramente beneficiadas com o novo motor 1.6 dCi de 130 cv, apesar de se manter em comercialização a conhecida unidade 1.5 dCi. Tal como a versão Z.E. a versão 100 por cento eléctrica. Já o comportamento mantêm-se essencialmente familiar, por vezes até vago demais para as potencialidades deste novo motor.
Caso o leitor seja ou venha a Lisboa, verificará que começa a existir uma mudança de paradigma nos habituais carros de praça, vulgo Táxis. Não se admire também que alguns ostentem as letras Z.E. estampadas, símbolo de “Zero Emissões”, logo viaturas 100 por cento eléctricas.
Com toda a probabilidade, um destes últimos carros é um Renault Fluence. A marca francesa foi a escolhida para equipar a primeira frota de táxis totalmente eléctricos a operar em Portugal, com vinte unidades do Fluence Z.E. a substituírem igual número de modelos a gasóleo que serão alvo de abate. Desta forma, Lisboa passa a deter uma das maiores frotas de táxis 100% eléctricos do mundo. (acompanhar AQUI essa notícia).
Foi precisamente o renovado Fluence que conduzimos nos últimos dias, equipado com o novo motor diesel 1.6 dCi de 130 cv.
Esta versão a gasóleo mais potente não substitui a unidade 1.5 dCi que permanece em comercialização (utilizada também por muitos taxistas nacionais), assumindo-se antes como o topo da gama do modelo. Por isso, disponibilizada somente com o nível máximo de equipamento “Exclusive”.
Esta versão a gasóleo mais potente não substitui a unidade 1.5 dCi que permanece em comercialização (utilizada também por muitos taxistas nacionais), assumindo-se antes como o topo da gama do modelo. Por isso, disponibilizada somente com o nível máximo de equipamento “Exclusive”.
Numa lógica de economia de escala foi possível reduzir custos, daí que por cerca de 30 mil euros seja possível aceder a uma viatura familiar soberanamente recheada de equipamento e equipada com um motor potente e recente.
Não muito diferente do modelo anterior, a presente geração, além de adquirir a nova identidade dianteira da Renault, ganhou novo equipamento de conforto e de auxílio à condução: cartão mãos-livres com fecho à distância, sistema de ajuda ao estacionamento dianteiro e traseiro, travão de parqueamento automático e novos sistemas de som equipados com sistema Bluetooth® e entradas USB e Jack. Acrescentou, além disto, o sistema multimédia R- Link, com ecrã táctil de 7 polegadas e reconhecimento vocal, que agrupa as funções de navegação, telefone, rádio com ligação para aparelhos portáteis de reprodução de música. A versão “Exclusive” acresce ainda pormenores nobres como os estofos e o volante em couro.
mais detalhes constam do texto de apresentação da actual geração que pode ser lido AQUI.
mais detalhes constam do texto de apresentação da actual geração que pode ser lido AQUI.
Habitáculo espaçoso e boa capacidade de mala
Essencialmente familiar, há que realçar o espaço traseiro, mais vocacionado para dois adultos devido à forma do banco. O lugar central é habitável mas menos confortável. Devido à altura em relação ao tejadilho, passageiros mais altos poderão também sentir-se condicionados. Mais vasto é o espaço para os joelhos.
Vasta é igualmente a capacidade da mala. São 530 litros acessíveis a partir de uma tampa de bagageira bastante ampla mas com dobradiças em arco. Capaz ainda de uma outra contrariedade: do conjunto de molas que a suportam provém alguns incómodos ruídos que se evidenciam bastante em terreno irregular. A capacidade da mala pode ser substancialmente ampliada com o rebatimento do encosto dos bancos traseiros, proporcionando, desta forma, um prolongamento quase plano do piso.
Pneu suplente constitui um extra que custa 70 euros, pelo que dispõe de kit de reparação de pneus. Que, como todos o são, é completamente inútil na maioria dos casos.
Salvo pequenas diferenças de pormenor (por exemplo na zona reservada a ligações auxiliares de som e tomada USB), tonalidades e revestimentos, a maior alteração entre gerações está no painel de instrumentos, grande parte do qual assume a forma digital.
Com uma posição de condução muito correcta e confortável, uma das características do Fluence continua a ser a ergonomia simples e acessível dos comandos e a facilidade de manobra apesar das dimensões e da menor visibilidade traseira por causa da configuração da carroçaria. Não é possível contar com câmara voltada para a traseira (nem de escova limpa-vidros), mas a versão Exclusive conta de série com sensores de estacionamento instalados nos pára-choques dianteiro e traseiro.
O que não se alterou foi o comportamento.
A suspensão demasiado macia e claramente orientada para o conforto não inspira grandes demandas desportivas porque, apesar de até se portar bem em estrada e de mostrar-se estável em velocidade, a afinação e pressão da suspensão leva muitas vezes o condutor a abrir a trajectória em curva.
O que é pena porque, com este motor, o Fluence promete muito mais. Refira-se que, em termos de prestações, elas são muito similares às proporcionadas pelo Mégane de 5 portas equipado com este motor.
Não muito ruidoso, apesar de não ser um dos carros mais bem insonorizados, este motor apresenta um funcionamento bastante equilibrado e uma subida da curva de binário bem evidente a partir das 1700/1800 rpm. Capaz de assumir claramente mais dinamismo do aquele que a estrutura mais familiar e descomprometida do Fluence é capaz de digerir, esta unidade motriz com 130 cv, neste carro, só se evidencia pela elasticidade - que dispensa muito trabalho com a caixa de seis velocidades (também é possível a caixa automática EDC) - e pelos consumos.
De resto, a taragem branda da suspensão e a leveza da direcção não ajudam a tornar o Fluence um carro ágil ou com reacções precisas e isso sobressai mais consoante a velocidade aumenta. Viatura descomprometida e muito familiar, com uma condução leve e bastante acessível, conduz-se com bastante conforto em cidade e certamente não desiludirá os condutores menos exigentes do ponto de vista dinâmico.
Tem ainda a vantagem de dispor de um depósito grande, com capacidade para 60 litros de combustível, o que, junto com os baixos consumos, lhe garante uma autonomia para mais de 1000 km.
A seu favor, como acontece com muitos outros projectos globais preparados para enfrentar condições de condução díspares e tipos de piso variados e nem sempre nas melhores condições, o familiar francês poderá demonstrar fiabilidade e proporcionar uma manutenção económica.
Para já e tal como todos os carros da Renault comercializados em Portugal conta a garantia total de 5 anos ou 150.000 km.
(*) Inclui pintura metalizada (430 euros). Não inclui despesas administrativas e de transporte.
Textos relacionados com este ensaio:
- APRESENTAÇÃO: Renault Fluence (MY 2013). Versão Táxi a partir de 19.950 euros.
- ENSAIO: Renault Fluence Exclusive 1.5 dCi 105cv (2010)
- APRESENTAÇÃO: Renault Fluence Z.E. (2012)
Vasta é igualmente a capacidade da mala. São 530 litros acessíveis a partir de uma tampa de bagageira bastante ampla mas com dobradiças em arco. Capaz ainda de uma outra contrariedade: do conjunto de molas que a suportam provém alguns incómodos ruídos que se evidenciam bastante em terreno irregular. A capacidade da mala pode ser substancialmente ampliada com o rebatimento do encosto dos bancos traseiros, proporcionando, desta forma, um prolongamento quase plano do piso.
Pneu suplente constitui um extra que custa 70 euros, pelo que dispõe de kit de reparação de pneus. Que, como todos o são, é completamente inútil na maioria dos casos.
Salvo pequenas diferenças de pormenor (por exemplo na zona reservada a ligações auxiliares de som e tomada USB), tonalidades e revestimentos, a maior alteração entre gerações está no painel de instrumentos, grande parte do qual assume a forma digital.
Com uma posição de condução muito correcta e confortável, uma das características do Fluence continua a ser a ergonomia simples e acessível dos comandos e a facilidade de manobra apesar das dimensões e da menor visibilidade traseira por causa da configuração da carroçaria. Não é possível contar com câmara voltada para a traseira (nem de escova limpa-vidros), mas a versão Exclusive conta de série com sensores de estacionamento instalados nos pára-choques dianteiro e traseiro.
O que não se alterou foi o comportamento.
A suspensão demasiado macia e claramente orientada para o conforto não inspira grandes demandas desportivas porque, apesar de até se portar bem em estrada e de mostrar-se estável em velocidade, a afinação e pressão da suspensão leva muitas vezes o condutor a abrir a trajectória em curva.
O que é pena porque, com este motor, o Fluence promete muito mais. Refira-se que, em termos de prestações, elas são muito similares às proporcionadas pelo Mégane de 5 portas equipado com este motor.
Não muito ruidoso, apesar de não ser um dos carros mais bem insonorizados, este motor apresenta um funcionamento bastante equilibrado e uma subida da curva de binário bem evidente a partir das 1700/1800 rpm. Capaz de assumir claramente mais dinamismo do aquele que a estrutura mais familiar e descomprometida do Fluence é capaz de digerir, esta unidade motriz com 130 cv, neste carro, só se evidencia pela elasticidade - que dispensa muito trabalho com a caixa de seis velocidades (também é possível a caixa automática EDC) - e pelos consumos.
De resto, a taragem branda da suspensão e a leveza da direcção não ajudam a tornar o Fluence um carro ágil ou com reacções precisas e isso sobressai mais consoante a velocidade aumenta. Viatura descomprometida e muito familiar, com uma condução leve e bastante acessível, conduz-se com bastante conforto em cidade e certamente não desiludirá os condutores menos exigentes do ponto de vista dinâmico.
Tem ainda a vantagem de dispor de um depósito grande, com capacidade para 60 litros de combustível, o que, junto com os baixos consumos, lhe garante uma autonomia para mais de 1000 km.
A seu favor, como acontece com muitos outros projectos globais preparados para enfrentar condições de condução díspares e tipos de piso variados e nem sempre nas melhores condições, o familiar francês poderá demonstrar fiabilidade e proporcionar uma manutenção económica.
Para já e tal como todos os carros da Renault comercializados em Portugal conta a garantia total de 5 anos ou 150.000 km.
Dados
mais importantes
|
|
Preço
(euros):
|
29.680 (*)
|
Motores
|
1598 cc cc,
4 Cil./16 V, 130 cv às 4000rpm, 320 Nm a partir das 1750 rpm, injecção
directa common rail, turbo com geometria variável, intercooler
|
Prestações
|
200 km/h, 9,8 seg.
|
Consumos
(médio/estrada/cidade)
|
4,6 / 3,9 /
5,7 litros
|
Emissões Poluentes (CO2)
|
119 gr/km
|
Textos relacionados com este ensaio:
- APRESENTAÇÃO: Renault Fluence (MY 2013). Versão Táxi a partir de 19.950 euros.
- ENSAIO: Renault Fluence Exclusive 1.5 dCi 105cv (2010)
- APRESENTAÇÃO: Renault Fluence Z.E. (2012)
-->
Post a Comment