ENSAIO: Kia Cee`d SCoupé 1.6 CRDI

Carro com marca coreana, o Ceed foi pensado e concebido para o mercado europeu. E sendo produzido também na Europa, não se estranhe que, por tudo isto e mais um punhado de razões, seja o modelo do construtor com maior sucesso por estas bandas. Lançada em meados do ano passado, a nova geração só pouco antes do Verão de 2013 recebeu a versão Scoupé, que aprimorou em relação à anterior, a forma provocante das suas linhas. Tem um preço base de 21.145 euros com a mecânica a gasóleo 1.4 CRDi, embora o modelo mais vendido em Portugal esteja equipado com este 1.6 CRDi de 128 cv. Pena é que o desempenho deste motor não acompanha aquilo que o chassis promete!

Em alguns mercados conhecido como Pro Ceed, a versão Scoupé sofre naturalmente algumas alterações em relação ao modelo de 5 portas: é 4 cm mais baixa e o pilar central recuou 2,2 cm para permitir portas de maior dimensão.
A secção dianteira sofre também alterações ao nível do desenho da grelha e dos faróis de nevoeiro. Ganha com isso uma aparência mais agressiva e emocional. Várias partes da carroçaria foram reforçadas e, quiçá por isso, os vidros laterais traseiros possuem uma dimensão ainda mais reduzida.
Mais ainda do que já acontecia com a geração anterior (ler AQUI ensaio de 2008 ao SCoupé 2.0 CRDi TX), a parte traseira é constituída por uma superfície vidrada pequena e de inclinação acentuada. Todo o conjunto óptico traseiro foi remodelado, com o grupo de luzes principais mais pequeno e parte da iluminação transferida para uma tira na parte inferior do pára-choques.

Ausência de resposta do motor

Se o Ceed Scoupé é, seguramente, um modelo provocante e capaz de dar nas vistas, na realidade esta versão proporciona um comportamento demasiado familiar para gostos mais dinâmicos. Bem comportado em curva e mostrando muita estabilidade em estrada, consegue isso sem sacrificar demasiado o conforto. Para este bom desempenho do conjunto contribui o trabalho da suspensão, mas, sobretudo, do controlo de estabilidade. Ao qual não corresponde o motor, aparentemente demasiado preocupado em controlar consumos e emissões.
Colaboradora desta atitude de castração, a caixa de seis (longas) velocidades obriga o condutor a "esticar" cada mudança, para elevar e tentar manter assim o regime do motor, de modo a conseguir obter alguma dinâmica… e esquecer, por causa disso, os consumos. Por isso, não é de espantar que as médias, com esta situação, superem os 7 litros.
Demasiado suave e silencioso para gostos mais desportivos, o comportamento desta versão não difere afinal muito da versão de 5 portas. O que é – convenhamos - um elogio à versão mais familiar.
Apesar de tudo agradável de conduzir e evidenciando somente alguns constrangimentos de visibilidade, decorrentes da menor superfície vidrada, o SCoupé é um conjunto previsível e capaz de transmitir segurança.
Outro ânimo oferecerão certamente as versões GT (que poderão também ser de 5 portas), motorizadas com o bloco turbo 1.6 a gasolina de 204 cv (acompanhar AQUI o desenvolvimento da notícia)

Habitáculo funcional e surpreendentemente espaçoso

O interior surpreende em tranquilidade e acolhimento. Seguramente bem conseguido e construído, a posição de condução é facilmente ajustável a qualquer tipo de condutor ou de condução, graças às afinações, incluindo lombar, e à própria compleição dos bancos. Quer os comandos, como a atitude da direcção “Flex Steer”, com três modos de afinação, não merecem reparos.
Praticamente toda a parte dianteira do habitáculo é semelhante às restantes versões, tanto em design, materiais, qualidade de construção e configurações de equipamento. São portanto válidas as impressões recolhidas em anteriores ensaios a esta geração (ler AQUI o resultado do ensaio ao Kia Cee’d 1.4 CRDi ISG, versões de 5 portas e SW).
As diferenças face ao modelo de 5 portas são, portanto, os acessos e capacidade dos lugares traseiros. Enquanto coupé, este Ceed oferece espaço! Brinda com um conforto pouco habitual no banco traseiro, mantendo o espaço para as pernas e oferecendo um pouco menos de largura de banco. Apesar de 4 cm mais baixo do que o 5 portas, isso apenas condiciona os acessos.
O formato do banco traseiro ajuda a reduzir o embate da menor altura e configuração ligeiramente descendente da linha do tejadilho. Mas claramente é, até pela sua própria configuração, indicado para dois ocupantes.

Por falar em espaço...

A capacidade da mala é igualmente boa para um coupé e idêntica à da berlina: 380 litros, neste caso expansíveis até aos 1.225 litros com os assentos traseiros rebatidos.
A expansão da zona de carga é feita dobrando os encostos dos bancos traseiros na proporção 60/40. Para os reclinar existem dois botões na parte superior do assento, acessíveis a partir da mala.
A área libertada oferece um piso plano e possui formas regulares, apesar de ligeiramente mais elevada próximo dos assentos dianteiros.
Não existe pneu suplente, apenas um kit de reparação de pneus que liberta algum espaço adicional sob o piso.
Duas notas finais sobre a funcionalidade deste SCoupé: em termos de pequenos espaços dispersos pelo habitáculo a oferta é vasta e útil, já a dimensão avantajada das portas, que são assim para assegurar um bom acesso aos lugares traseiros, obrigam a alguma ginástica para sair do carro quando se estaciona num espaço mais apertado.

Um olhar sobre a gama, preços e equipamento

Uma das grandes vantagens competitivas da gama Ceed é possuir um conjunto equilibrado de motores, comercializados a preços competitivos face ao equipamento proposto. Apesar de que, ao contrário do que já vai acontecendo com outras marcas, que oferecem motores a gasolina desde 1,0 de cilindrada, o familiar médio japonês comercializar blocos de 1,4 a 2,0 litros a gasolina ou a gasóleo.
Ora por estas bandas a força das vendas faz-se em redor das unidades 1.4 CRDi e 1.6 CRDi, com 90 e 128 cv respectivamente. (encontrar AQUI o ensaio à nova versão de 5 portas equipada com o motor 1.4 CRDi).
Estes motores estão presentes em qualquer das formas de carroçaria do Ceed (5 portas, carrinha e 3 portas), sendo que, no mercado português, o coupé está disponível exclusivamente com estes últimos motores a gasóleo.
Com um preço base de 21.145 euros (1.4 CRDi), uma campanha que actualmente está a decorrer “propõe” o SCoupé com o motor ensaiado por cerca de 24 mil euros. Embora feitas as contas o valor com juros ficar muito acima deste valor, não deixa de ser uma proposta tentadora para um carro que acrescenta à rica dotação de base ar condicionado automático “dual zone” com ventilação traseira, bancos dianteiros com ajuste em altura e lombar, cruise control, direcção “Flex Steer”, travão de mão eléctrico, apoio de braços à frente e atrás, painel de instrumentos desportivo “supervision cluster”, bancos em tecido e pele, volante, travão de mão, assistência ao arranque em declive, alavanca das velocidades e painel das portas em pele, sensores de luz e chuva, jantes em liga de 17", faróis de nevoeiro e luzes LED dianteiras e traseiras, vidros escuros e muito mais!


DADOS MAIS IMPORTANTES
Preços desde
27.595 Euros  (23.846 € em campanha)
Motores
1582 cc, 16 V., 128 cv às 4000 rpm, 260 Nm das 1900 às 2750 rpm, common rail, turbo com geometria variável (VGT)
Prestações
197 km/h, 10,9 seg. (0/100 km/h)
Consumos (médio/estrada/cidade)
4,3 / 3,8 / 4,3  litros
Emissões Poluentes (CO2)
112 g/km

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