ENSAIO: Volvo V70 D2 1.6 Drive 115 cv Powershift

A actual gama 70 do construtor sueco vai conhecendo as derradeiras versões. Incluindo a utilização deste motor, que tem origem na anterior ligação à Ford. Em breve começam a ser introduzidos novos blocos de 2,0 litros, mais modernos e económicos, desenvolvidos dentro da nova realidade da marca que, em 2010, foi comprada pelo grupo chinês Geely (ler AQUI mais detalhes sobre estes novos motores). No que respeita à actual V70, trata-se de uma variação mais familiar do Volvo 850, servindo ainda de ponto de partida para uma versão mais radical designada XC70. O projecto não é novo; remonta a 2007 e as linhas denunciam já o peso dos anos. No entanto, sucessivos melhoramentos têm ajudando a disfarçar a idade. Neste Verão ganhou uma nova dinâmica, daí que tenha surgido uma boa razão para testar a versão mais acessível da gama.


A Volvo V70 e XC 70 foram objecto de ensaios em anos anteriores, equipadas sempre com o penta-cilíndrico diesel de 2.0 litros e 163 cv de potência.
Renovações recentes na gama (consultar todas no respectivo TEXTO DE APRESENTAÇÃO) fizeram crescer o interesse em ensaiá-la de novo. Sobretudo porque surgiu a oportunidade de o fazer com uma versão de motor que permite ao modelo colocar-se num patamar bastante acessível: cerca de 40 mil euros.
Torna-se importante realçar que a versão carrinha do Volvo 850 concorre num patamar “premium”, a par de modelos como o Audi A6, Mercedes E e BMW 5.

Comportamento vincadamente familiar

Equipada com o motor menos potente da gama, o bloco diesel de 1560 cc desenvolvido pelo grupo PSA em conjunto com a Ford, a carrinha V70 testada acrescentava uma belíssima caixa automática de seis velocidades.
Com comandos no volante para controlo sequencial e posição "sport" para uma condução mais enérgica, revelou ser bastante suave nas passagens de caixa. Neste aspecto, o comportamento da transmissão automática associada a este motor nada tem a ver com a caixa manual pilotada que equipa diversos modelos da Peugeot e da Citroën. Mas as relações alongadas denunciaram claramente um carácter mais familiar e poupado, embora, sem grandes exigências dinâmicas de condução, o consumo médio registado fosse de 6,5 litros.
Para ajudar a reduzir emissões e favorecer os consumos, esta versão possui sistema start/stop (rápido a actuar), regeneração de energia nas travagens e filtro de partículas isento de manutenção. As versões com transmissão manual acrescentam indicador de passagens de caixa.
Apesar dos seus 4,8 metros de comprimento, a Volvo V70 revela uma surpreendente agilidade e capacidade de manobra. Outro indício das pretensões mais familiares desta versão é a suspensão branda que, em curva, revela tendência para alargar a trajectória. A ausência de uma suspensão traseira adaptativa à carga e ao terreno traduz-se ainda num comportamento mais seco e brusco da traseira perante qualquer desnível mais acentuado do piso.

Dimensões favorecem habitabilidade e capacidade de carga

Apesar das últimas ligações – e da actual –, a construtora sueca tem sabido e conseguido manter a identidade, mas também a imagem de qualidade – e sobretudo segurança – dos seus produtos. E assim deverá continuar a ser, a avaliar pelos últimos protótipos e soluções apresentados.
Carros como a Volvo V70 começam desde logo por impor a sua presença pelo tamanho: são quase 5 metros de carro, neste caso carrinha, que deixam adivinhar espaço e capacidade de carga.
A habitabilidade traseira é francamente boa. Possui de série encosto de braços central, rebatível e com tampa, sob a qual oferece a função porta-copos ou função prateleira para outros pequenos objectos. Opcionalmente (307 euros), as partes laterais dos bancos podem ainda uma função elevatória destinadas ao transporte de crianças. O banco traseiro possui rebatimento da parte lateral do lado do condutor (40 por cento), rebatimento da parte central (20 por cento) ou rebatimento da parte central conjuntamente com a parte lateral direita (60 por cento). Os encostos de cabeça traseiros laterais rebatem automático quando se dobram os assentos e o encosto central recolhe totalmente para não perturbar a visibilidade quando este lugar não é ocupado.
O espaço de carga é caracterizado por uma mala ampla com fundo duplo, cuja tampa é sustentada por amortecedores. Tem uma capacidade de 575 litros, amplamente expansíveis, sobretudo em profundidade (quase 2 metros), com o rebatimento dos encostos dos bancos traseiros.

Novidades interiores

Na renovação apresentada este ano, uma das alterações foi a introdução de um novo sistema de conectividade, a que a marca chamou “Sensus Connected Touch”.
Com este sistema, conectado através de uma ligação 3 ou 4G do próprio automóvel ou de um telemóvel, torna-se possível aceder à internet, excepto durante a condução. As funções são comandadas a partir de um ecrã táctil de 7’’, que pode ser operado mesmo com luvas calçadas.
Foi ainda introduzido um novo painel de instrumentos inteiramente digital e adaptativo, igual ao estreado no Volvo V40. Com ele, o condutor pode escolher entre três temas gráficos distintos: “Elegance”, “Eco” ou “Performance”. E, no caso da condução estar a ser particularmente económica, ser premiado com um estilizado "e" luminoso no painel de bordo.
No interior, alguns pormenores e espaços passaram a contar com iluminação, de modo a aumentar a segurança e o conforto.
E, por falar em iluminação, uma novidade em termos de equipamento é o “Active Control High Beam”. Graças a ele, o condutor deixa de se preocupar com as luzes máximas acesas; quando outro automóvel se aproxima em sentido oposto, ou circula na mesma faixa a menor velocidade, o sistema provoca o sombreado necessário para evitar um encadeamento.
Apesar da agilidade e capacidade de manobra, as dimensões requerem atenção aos limites da zona dianteira. Até porque a viatura ensaiada dispunha apenas de sensores de estacionamento traseiro (824 euros), não estando prevista câmara com visionamento traseiro com a mesma função.
A V70 oferece, afinal, aquilo que se espera encontrar num Volvo deste calibre: conforto em boa estrada, luxo e prestígio, espaço interior e óptima insonorização. No caso da versão ensaiada alia-se um bom preço, permitido por um motor mais económico, contudo menos potente mas ainda assim suficiente para pretensões familiares. Nada que interfira na noção, sempre presente, da elevada segurança que oferecem os produtos da marca sueca.
Ao preço base da versão com a caixa Powershift 6V FWD eleva-se aos 42 mil euros. A pintura metalizada acresce 1027 euros.

DADOS MAIS IMPORTANTES
Preços desde
desde 39.959 euros (cx 6 vel. manual)
Motor
1560 cc, 8V, 115 cv às 3600 rpm, 270 Nm das 1750 às 2500 rpm, common rail, turbo, geometria variável, intercooler
Prestações
180 km/h, 13,2 seg. (0/100 km/h)
Consumos (médio/estrada/cidade)
4,5 / 4,1 / 4,5 litros
Emissões Poluentes (CO2)
119 gr/km


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