Talvez seja estranho encarar já como um clássico um carro lançado apenas em 1993. Sobretudo quando ele continua bem presente nas nossas memórias, muitos ainda circulam na estrada e a designação ainda faz parte da gama Renault. Mas o primeiro Twingo, o modelo original tornou-se objecto de culto em muitos países e deu lugar a vários clubes de fãs e entusiastas.
Com um conceito verdadeiramente intemporal, se fosse lançado hoje, devidamente actualizado em termos mecânicos, as formas originais do Twingo seguramente voltariam a ter sucesso.
Mas o que é este automóvel tem de tão especial para merecer semelhante homenagem, duas décadas após o seu aparecimento?
É o que vamos tentar perceber.
Em 1989 a Renault decidiu conceber um pequeno automóvel, prático, económico e confortável e que não fosse concorrente do Clio, outro novo modelo que estava prestes a ser comercializado. Lembre-se que o novo Clio tinha a responsabilidade de substituir uma estrela no universo Renault: o R5.
A estratégia era criar um automóvel extremamente compacto, com um design inovador, atraente e que tivesse um preço acessível. E, para atingir este ambicioso objectivo, havia apenas uma solução: simplificar e eliminar o supérfluo.
E esse automóvel “como não existia outro” surpreendeu logo no seu lançamento pela sua arrojada e corajosa linha e pelo conceito completamente inovador.
Em contra-ciclo com a cada vez maior diversidade da oferta, o Twingo chegou com uma oferta bastante simplificada: uma única versão, um único motor (1.2/55 cv), um único nível de equipamento e quatro cores.
A verdade é que foi demasiado arrojo para o início dos anos 90. Fosse por causa do carro ou da sua peculiar forma dianteira com faróis salientes que lembram os olhos de um sapo, ou por causa da palete de cores inicial igualmente ousada: azul-marinho, vermelho coral, verde coentro e amarelo indiano.
Pouco tempo depois acabou por ser disponibilizado com cores mais “clássicas”.
Na altura do lançamento existiam somente duas opções: ar condicionado e tecto de abrir em tela.
O grande trunfo do Twingo original é o facto de ser pequeno por fora, grande – enorme! - e modular por dentro.
A possibilidade de optimizar ao máximo o volume do habitáculo fazia com que o Twingo, aquando do seu lançamento, fosse claramente o líder do seu segmento em altura, largura e no espaço para os joelhos, graças, ao seu inovador banco traseiro deslizante.
A possibilidade de optimizar ao máximo o volume do habitáculo fazia com que o Twingo, aquando do seu lançamento, fosse claramente o líder do seu segmento em altura, largura e no espaço para os joelhos, graças, ao seu inovador banco traseiro deslizante.
Os bancos do Twingo original podem ser completamente rebatidos e formar uma “cama” com dois lugares e esta era outra capacidade única no panorama automóvel da altura.
O painel de bordo era extremamente simples, com o seu afixador central e um toque de humor com o comando dos piscas de emergência em forma de nariz de palhaço.
O nome Twingo resulta da fusão de “Twist”, “Swing” e “Tango” e ilustra o espírito simpático de um modelo para o qual o optimismo e a alegria de viver eram valores fundamentais.
O Twingo era a antítese do automóvel conformista: a sua personalidade única e cativante fazia da sua compra um acto de prazer e afirmação pessoal.
Na altura, muitos afirmaram que o Twingo era a miniatura do Renault Espace. Muitos anos depois é impossível dissociá-lo dessa outra inovação do construtor francês.
Mas tinha uma personalidade própria e muito forte, com um design exclusivo e uma face dianteira verdadeiramente única.
Produzido entre 1993 e Junho de 2007 na Europa, foram vendidos mais de 2 milhões de unidades durante esses 14 anos. Uma longevidade excepcional para os padrões da indústria automóvel, prolongada até 2012 ano em que deixou de ser fabricado na Colômbia.
Produzido entre 1993 e Junho de 2007 na Europa, foram vendidos mais de 2 milhões de unidades durante esses 14 anos. Uma longevidade excepcional para os padrões da indústria automóvel, prolongada até 2012 ano em que deixou de ser fabricado na Colômbia.
Seguem-se algumas datas importantes da história do modelo original:
- 1994: um cidadão Francês percorreu, na Austrália, 240 000 km com um Twingo demonstrando assim a fiabilidade deste modelo numa utilização muito para além da sua vocação urbana. No final deste périplo o automóvel foi decorado por um pintor aborígene.
- 1994: lançamento do Twingo Easy de caixa manual sem embraiagem.
- 1996: lançamento da série limitada “Benetton” e do Twingo"Matic" equipado com uma caixa automática de 3 relações. O motor passa a dispor de 60 cv.
- 1998: restyling do modelo com evolução do chassis, dos bancos, do painel de bordo e das ópticas e pára-choques dianteiro. Lançamento da série limitada Elite.
- 2000: lançamento do motor de 16 válvulas de 75 cv e da caixa sequencial Quickshift
- 28 Junho de 2007: produção da última unidade do Twingo I na Europa, do qual se venderam 2 075 300 exemplares durante 14 anos. Uma longevidade excepcional para os padrões da indústria automóvel
- 2012: O Twingo I continuou a ser produzido na Colômbia até 2012. Entre 1995 e 2012 foram vendidos mais de 100.000 unidades no mercado colombiano.
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Sou proprietário de um Twingo de 12/1993 com 240.000 Km. e náo o vendo. Para mim virá a ser um Clássico.
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