Foi um dia negro para as aspirações portuguesas de ganhar o Dakar deste ano. Depois de ter causado surpresa ao vencer a etapa inaugural da prova sul-americana, e de ter dado o primeiro triunfo a uma viatura chinesa, o SUV Haval conduzido por Carlos Sousa teve uma ruptura do turbocompressor ao km 33 da especial, e isso obrigou-o a ser rebocado durante mais de 700 km. Já Ruben Faria sofreu um aparatoso acidente que o obrigou a ser evacuado de helicóptero para o hospital. Mas o piloto da KTM, que na edição passada fez o brilharete de terminar em segundo entre as motos, está fora de perigo e não se confirmaram as suspeitas de traumatismo craniano. Mas há mais portugueses fora de prova ou bastante atrasados.
Outro português também obrigado a desistir com problemas mecânicos no seu Buggy foi Francisco Pita e a grande esperança nas motas, o ex-campeão do Mundo Hélder Rodrigues, tem rodado claramente abaixo das suas próprias expectativas.
Ao contrário do colega de equipa, Joan Bareda, que lidera neste momento a prova ao volante da Honda CRF 450 Rally.
Nos automóveis o comandante é Nani Roma em Mini.
Regressando aos portugueses, a segunda etapa não poderia ter corrido pior para Carlos Sousa. O piloto português mais experiente no Dakar foi obrigado a parar ainda nem tinha decorrido uma hora da partida, devido a uma grave avaria mecânica no motor do SUV Haval.
Impossibilitado de andar, o carro acabaria por ser rebocado pelo camião de assistência durante mais de 14 horas e meia, a um ritmo necessariamente lento e exasperante.
Por causa disso a equipa falhou 10 pontos pontos obrigatórios de passagem.
“Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para cumprir integralmente o percurso, só que revelou-se impossível ultrapassar a zona de dunas, nos 30 quilómetros finais” disse Carlos Sousa, explicando de seguida o motivo: “Sem o auxílio do turbo, o carro não tinha potência suficiente para progredir na areia e nem com a ajuda do camião de assistência conseguimos superar este último obstáculo. Por isso, tomámos a única decisão possível, abandonando a pista e seguindo até ao bivouac por um caminho alternativo”, falhando os pontos de passagem.
Mas o piloto de Almada que, em 15 participações no Dakar, conhece apenas pela segunda vez o gosto amargo de ser obrigado a desistir, parece inconformado: “Acho que é uma decisão demasiado radical e que contraria aquilo que é o espírito do Dakar. Se abandonámos a pista foi porque esgotamos todas as alternativas para chegar ao fim da especial pelos nossos próprios meios. Aceitaria toda e qualquer penalização, mas gostaria de ter continuado em prova. É um desfecho inglório após tantas e tantas horas de esforço”, desabafou.
Depois de ter conseguido a quarta posição na segunda etapa do Dakar 2014 e, com isso, subir ao sexto posto da classificação geral, Ruben Faria sofreu um grave acidente na terceira etapa.
O piloto da KTM já estaria perto da chegada mas, quando seguia por um caminho aparentemente errado, sofreu uma queda.
Chegou a temer-se que o piloto algarvio tivesse sofrido um traumatismo craniano, mas essa hipótese está afastada, tal como afastada está a sua continuação em prova.
Mas a roleta da sorte não foi favorável para os portugueses na etapa que ligou San Rafael a San Juan, na Argentina. Também nas motas Hélder Rodrigues e Paulo Gonçalves debateram-se com problemas e perderam bastante tempo para a liderança. O primeiro foi obrigado a parar ao km 145 quilómetros com problemas técnicos que foi obrigado a reparar, segundo informa o site oficial do Dakar. Já Paulo Gonçalves, campeão mundial de todo-o-terreno em título, ter-se-á atrasado para assistir Faria após a queda do também motard.
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