ENSAIO: Honda CR-V 1.6 i-DTEC/120 cv
Silencioso, competente e, sobretudo, muito económico, esta nova versão diesel do Honda CR-V conta com os préstimos do compacto bloco a gasóleo estreado no Civic. Disponível unicamente com tracção dianteira, com 120 cv e um binário de 300 Nm às 2000 rpm, o construtor anuncia um consumo médio estimado de 4,5 litros e emissões reduzidas a 119 g/km. Além da vantagem de ser classificado Classe 1 nas portagens nacionais, trata-se de um conjunto que certamente agradará a quem faz muitos quilómetros de estrada e que gosta de as percorrer de modo tranquilo e seguro. Com uma condução suave, bem acompanhada por uma direcção e por uma caixa de seis velocidades agradáveis de manusear, o CR-V 1.6 i-DTEC revela ainda uma suspensão capaz de filtrar adequadamente as irregularidades do piso. O custo da versão base (Comfort) é de 30.400 euros, com a lista de preços a estender-se até aos 37.100 euros (Lifestyle), mais 550 euros para a pintura metalizada e 990 para as despesas de logística e preparação.
Comparativamente a outros SUV da mesma dimensão, o interior do CR-V é um dos mais amplos. Há muito espaço à frente e torna-se fácil encontrar a posição de condução mais ajustada. Além do design e da funcionalidade, a maior alteração em relação ao antigo CR-V talvez seja o prolongamento da consola central que passa agora a dividir os dois bancos dianteiros.
Com materiais agradáveis ao tacto - embora com demasiado plástico à vista -, o tablier revela-se igualmente bastante funcional. O novo Honda CR-V possui dois ecrãs, um no interior do velocímetro e outro na parte superior do painel de instrumentos, onde a informação relacionada com o funcionamento do veículo e com o sistema de som são mostrados.
Caso disponha de sistema de navegação, é adicionado um terceiro ecrã na consola central, juntamente com um novo sistema de som. Por fim, existem pequenos espaços em número suficiente para a guarda de objectos como chaves ou telemóveis, bem como garrafas de água. Contudo, nenhum deles dispõe de estofo ou borracha no piso que os proteja ou impeça de gerar ruídos quando se guardam chaves ou moedas, por exemplo. A cava interior das portas bem como o porta-luvas não são também iluminados. No interior da caixa situada entre os bancos dianteiros, cuja tampa serve de apoio de braços, encontram-se entradas "AUX" e "USB", bem como uma tomada de 12 volts.
Habitabilidade, capacidade e funcionalidades
O acesso ao banco traseiro é bastante facilitado pela abertura muito ampla das respectivas portas. Isso ajuda também, por exemplo, a instalar uma criança na respectiva cadeira. Já no que toca à habitabilidade, o espaço para as pernas mantém-se bom embora pareça ligeiramente mais reduzido. Talvez porque, ao contrário do anterior CR-V, já não existir o ajuste longitudinal dos bancos traseiros. Devido à forma deste banco, a posição central acaba por ser relativamente cómoda para quem a ocupa.
Ao contrário do anterior CR-V, deixa de existe o ajuste longitudinal dos bancos traseiros por causa de um novo e mais prático sistema de dobragem automática dos bancos. De uma simplicidade extrema, a operação de rebatimento dos assentos traseiros pode ser efectuada, de modo automático, a partir de um único comando situado no habitáculo ou na mala.
Com melhor acesso graças a um plano de carga mais baixo, a capacidade de bagageira cresceu 65 litros e contabiliza agora 589 litros, ou 1.146 litros com os bancos traseiros rebatidos. Actualmente é uma das maiores da classe, tendo ainda a vantagem de ser bem esquadrada e sem pontos desaproveitáveis. Não oferece muitas funcionalidades como calhas longitudinais ou pontos para fixação de uma rede vertical, contudo sob o seu piso acolhe um pneu suplente apesar de temporário. O que, nos dias de hoje, é bom...
Um estradista que se move bem na cidade
O Honda CR-V não é obviamente um todo-o-terreno e, tirando a forma, altura ao solo e algumas protecções na carroçaria não conta com mais nada que o ajude nesse desígnio.
A tracção é apenas dianteira. Quem a desejar às quatro rodas terá que optar pelo CR-V 2.2 i-DTEC 4WD (ler AQUI o ensaio), disponível a partir de 43.500 euros ou pela versão a gasolina 2.0 i-VTEC (31.800 euros)
Apesar de gostar de boas estradas e de grandes viagens, manobra-se bem em ambiente urbano. A embraiagem leve, uma direcção suave, bastante informativa e precisa, além de uma capacidade de manobra aceitável - diâmetro de viragem de 11,0 - contribuem para que assim seja.
Além de se tratar de um motor isento de vibrações, é também bastante silencioso. E igualmente muito económico porque, embora não tenha sido possível a média anunciada de 4,5 litros, após várias centenas de quilómetros de condução ecológica o computador de bordo indicava 5,5 litros. Bom atendendo ao peso e configuração do CR-V e que traz ainda a vantagem de permitir ao CR-V autonomia para cerca de 1000 km.
Não se pense que o facto de se tratar de um motor compacto para um conjunto desta dimensão o torna menos competente em estrada ou arrastado em cidade. É verdade que às vezes se notam algumas dificuldades em lombas mais pronunciadas ou nas recuperações mais rápidas, sobretudo quando o CR-V está lotado. Mas nada que um pequeno trabalho com a caixa de seis velocidades não possa ajudar a ultrapassar.
Um apontamento curioso a propósito do motor que equipa este CR-V: ainda que construído na fábrica inglesa de Swindon, diversos componentes em alumínio fundido do bloco 1.6 i-DTEC são fabricados pela “Tesco Componentes para Automóveis” que tem sede em Vila Nova de Famalicão (ler AQUI a notícia).
Está disponível em 3 versões com nível de equipamento:
- CR-V 2WD 1.6 I-DTEC Comfort: a partir de 30.400 euros
Jantes em liga leve de 17”, ar condicionado automático bi-zona, volante multifunções, estofos em tecido, ecrã i-MID, entrada USB/AUX, sistema de ajuda ao arranque em subida (HSA), controlo de estabilidade do veículo e do atrelado.
- CR-V 2WD 1.6 I-DTEC Elegance: a partir de 33.600 euros
Adiciona ao “Comfort” o ecrã táctil central, sensor de chuva/luz, faróis de nevoeiro, sensores de estacionamento, câmara de estacionamento traseira, espelhos retrácteis electricamente, alarme, volante em pele, decoração em alumínio escovado, saída de AC para lugares traseiros, espelho retrovisor anti-encadeamento e 6 Colunas
- CR-V 2WD 1.6 I-DTEC Lifestyle: a partir de 37.100 euros
Adiciona ao “Elegance” faróis bi-xenon, jantes em liga leve de 18”, estofos em alcântara e pele, sistema de áudio premium, vidros escurecidos, sistema de suporte de máximos, luzes de curva activas, soleiras da portas iluminadas e barras de tejadilho
O sistema de navegação SD tem um custo adicional de 1.200 euros.
DADOS MAIS IMPORTANTES
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Preços desde
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30.400 euros
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Motor
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1596 cc,
120 cv/4000 rpm, 300 Nm às 2000 rpm, 16 V., common rail, turbo com geometria
variável e intercooler
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Prestações (velocidade máxima/aceleração)
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182 km/h, 11,2 seg. (0/100 km/h)
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Consumos (combinado/extra urbano/urbano)
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4,5 / 4,3 / 4,8 litros
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Emissões Poluentes (CO2)
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118 g./km
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Peso máximo de reboque com travões
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1700 kg
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Peso máximo de reboque sem travões
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600 Kg
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