ANÁLISE: Vendas automóveis em Portugal Janeiro de 2014

Ou Portugal realmente já saiu da crise e os portugueses voltaram a viver acima das suas possibilidades, ou frotistas nacionais e empresas estiveram à espera do primeiro mês de um novo ano para renovarem frotas, ou algumas matrículas efectuadas são de viaturas em trânsito para outro País. Ou será que o Estado já anda a fazer "stock" para o sorteio das facturas?... A verdade é que, tanto quanto me recordo, pela primeira vez, a alemã BMW liderou a lista de veículos ligeiros de passageiros mais vendidos em Portugal. Existe ainda um outro motivo bastante menos prosaico: o facto da marca alemã, a exemplo de outras marcas tradicionalmente "premium", dispor de uma gama cada vez mais alargada de modelos, mais acessíveis e que, ainda assim, beneficiam de elevado valor residual. O que não é despiciente quando se sabe que muitas vendas resultam de contratos que implicam a retoma da viatura no final do acordo. Analisemos então as tabelas principais que, como se pode ver, não foi liderada pela Renault nos automóveis ligeiros de passageiros.


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A "democratização" da sua gama, agora a partir de 25 mil euros,
ajuda a explicar o sucesso da BMW
Se a BMW liderou a classe dos ligeiros de passageiros, o facto de não ter na gama modelos comerciais remeteu-a para o quarto lugar no computo destas duas classes de veículos.
Janeiro foi, contudo, um mês forte para as marcas ditas "premium": Mercedes e Audi venderam mais do que no mesmo período do ano anterior, mas esse facto não é de estranhar quando nos lembramos do estado em que se encontrava o mercado automóvel e a economia portuguesa em Janeiro de 2013.
Facto curioso, em Janeiro de 2014, venderam-se também dois Ferrari.
Se olharmos com mais detalhe para os mapas, podemos observar uma forte subida de algumas marcas. Da ordem dos 50 por cento.
Janeiro é, no entanto, um mês difícil para extrapolar o que será o comportamento ao longo do restante ano, porque é uma altura em que muitas empresas aproveitam para a renovação das suas frotas. Incluindo os próprios representantes nacionais das marcas e respectivos concessionários.
Um dos casos é, por exemplo, o da romena Dacia, cujos modelos são cada vez mais vistos (logo vendidos) como carros de praça, vulgo táxis.
Olhando para os comerciais ligeiros, Peugeot e Citroen continuam a ter uma força importante das suas vendas neste sub-segmento. Representam cerca de 17 por cento do total da primeira e pouco mais de 25 por cento da segunda.
Embora o caso mais evidente seja o da Fiat, onde 30 por cento das vendas de ligeiros se devem às versões comerciais. Entre as marcas mais vendidas em Portugal, a Fiat foi até a única que registou quebras nos resultados.
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O bom comportamento do mercado de pesados, nomeadamente no que toca aos de mercadoria, continua a ser um sinal animador da revitalização económica do País.

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