A primeira verdade sobre este carro é que tem versões a partir de pouco mais de 10 mil euros. A outra é que tem a maior bagageira do segmento: 573 litros. Posto isto parece não haver muito mais para dizer sobre um carro que, como se sabe, é proveniente de uma marca com filosofia “low cost”. Para mais, esta versão é equipada com um motor que dispõe de uns insignificantes 899 cc! Pois então prepare-se. Efectivamente, o Dacia Logan não oferece grandes luxos. Mas é um carro realista e honesto, simples e capaz de ir além do básico. Sim, tem espaço. Muito espaço interior mesmo. E para quem ainda se atrapalha nas subidas oferece, de série, a ajuda ao arranque. Para os mais distraídos ou afoitos também controlo electrónico de estabilidade. Quanto ao resto, se continuar interessado, leia o que vem a seguir.
Ao contrário do que acontecia na anterior geração, o Logan actual é basicamente um Sandero mais “crescido”. Com três volumes – vão-se começando a ver alguns sob a forma de táxi -, ou nesta versão carrinha, designada MCV. Mas que pouco a ver com a anterior MCV, espaço que é actualmente partilhado com o Lodgy.
Definitivamente tem ainda muito pouco a ver no que toca às linhas, que são agora mais elegantes e consensuais. Ou sequer no que respeita à qualidade do interior. Tal como acontece com outros Dacia mais recentes, a evolução do design e dos materiais empregues resultou não apenas no aspecto visual, como também funcional. E até em termos de insonorização, pelo menos durante um andamento familiar.
O que não significa que seja tudo perfeito.
Interiormente o Dacia Logan é basicamente o Sandero até ao pilar central. Isso é evidente no painel de instrumentos, em tudo igual ao do Sandero, nos bancos e no espaço dianteiro. Daqui para trás oferece um pouco mais de espaço traseiro para as pernas e a mesma (boa) largura de banco. Neste caso ajudado pela forma corrida do respectivo assento. Além, claro está, de maior capacidade de mala. Servem para isto os cerca de 30 cm de comprimento que tem a mais em relação ao Sandero. (ler ENSAIO: Dacia Sandero TCe90)
A posição de condução é algo baixa mas surpreendentemente confortável. Há que nos adaptarmos a ela, é certo. O volante só possui ajuste em altura e nada de grandes levezas da direcção. Mas isso acaba por agradar em estrada e não se mostra impeditiva nas manobras em cidade.
É depois de muito tempo na estrada que o mérito do conforto surpreende, grande parte porque os bancos demonstram firmeza bastante para o corpo não se “afundar” neles. A outra parte por causa de uma suspensão que cumpre o seu papel.
No tablier, rejuvenescido, a funcionalidade dos comandos é simples, porém prática e funcional. Os comandos dos vidros eléctricos dianteiros (atrás são manuais) permanecem na consola central. Para quem os valoriza, existem muitos pequenos espaços e um bom porta-luvas. Passa a poder dispor de sistemas de som e navegação mais actuais, mas a versão base é oferecida despida de qualquer equipamento.
É exactamente onde este carro mostra a sua maior virtude – a bagageira – que mais se nota a filosofia low-cost: os revestimentos são fracos, o macaco está à vista e a cobertura do piso da mala é frágil e pouco prática de manusear. Inclusive, no modelo ensaiado, a carpete já se tinha descolado das finas madeiras articuladas que servem de piso.
Aspectos positivos são, sem dúvida, o facto do actual Dacia Logan MCV dispor de uma grande bagageira com 573 litros de capacidade. Contudo, no interior há a possibilidade de transportar objectos até 2,7 metros de comprimento!
Tem igualmente a faculdade de poder ter um pneu suplente igual aos restantes - embora com um acréscimo de 70 euros - e de apresentar uma chapeleira retráctil simples, bastante melhor e definitivamente mais funcional do que aquela que possuí o anterior MCV.
Competente e despretensioso
O Dacia Logan MCV propõe, como versão base, o motor a gasolina mais pequeno da sua classe: um bloco de 3 cilindros com apenas 899 cc, equipado com turbo para alcançar 90 cv de potência. Apesar disso o binário é escasso e realmente só perceptível muito próximo das 3000 rpm.
A gama propõe ainda uma versão bi-fuel (1.2/75 cv) e outra a gasóleo (1.5dCi/90 cv). Naturalmente todos motores Renault sobejamente conhecidos.
Sendo a unidade mais nova e tecnologicamente a mais evoluída, o motor TCe90 estreado no Renault Clio recorre ao escalonamento da sua caixa de 5 velocidades para encontrar o equilíbrio entre desempenho e economia. Mas se esta versão até dá boa conta de si na maioria das situações, acaba por ressaltar alguma falta de vigor quando aumentam as exigências de peso ou se abordam subidas. Aí sim, a caixa pode parecer longa, além do binário pouco elevado (135 Nm) só se fazer notado em regimes mais elevados (acima das 3000 rpm), o que claramente lhe prejudica a dinâmica.
Contudo, nada disto parece ser obstáculo para que, se efectuada uma condução defensiva, tranquila e mais familiar, facilmente se obtenham médias de consumo pouco acima dos 6,0 litros. Pelo menos eram as indicadas pelo computador de bordo, algo que também é incluído de série, sem a ajuda de sistema start/stop e pouco respeitando o indicador de mudança de caixa que surge no painel de instrumentos.
Curiosamente, os dados oficiais fornecidos pela marca apontam os mesmos valores de consumo, emissões e prestações do Dacia Sandero equipado com este motor. O que não deixa de ser estranho face a um Logan que pesa, no mínimo, mais 76 kg em vazio.
Destaque finalmente para a presença, também de série, do controlo de estabilidade, da assistência à travagem de emergência e de uma função útil para quem conduz muito em cidade: a ajuda ao arranque em declive, que facilita o chamado “ponto de embraiagem”.
CARACTERÍSTICAS MAIS IMPORTANTES
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Preço (euros):
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Pack: 9.990€ - Confort: 11.550€ (*)
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Motores
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898 cc, 3 Cilindros/12 V, 90 cv às 5250 r.p.m., 135 Nm às
2500 rpm, injecção indirecta, turbo com intercooler
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Prestações
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175 km/h, 11,1 seg.
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Consumos (médio/estrada/cidade)
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5,0 / 4,3 / 6,4 litros
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Emissões Poluentes (CO2)
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116 gr/km
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(*) sem despesas administrativas e de transporte
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Tenho uma com 3 meses e até agora é 5*
ResponderEliminarÉ possível que o veículo à venda atualmente seja já melhorado relativamente ao que foi objeto desta análise? Noto que falam aqui em vidros traseiros manuais mas no site da marca diz que são todos elétricos.
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