ENSAIO: Volvo V60 D2 1.6 Drive 115 cv Powershift

Condução confortável e um andamento económico é o que deste logo se espera deste conjunto. Mas, como dizia orgulhoso da sua um senhor que me interpelou durante o ensaio, “há lá carrinha mais bela?!”. É que a Volvo S60 alia também traços sedutores, recentemente revistos para ficarem ainda mais fortes e dinâmicos. Perante tal comentário deduzi que o carro do simpático transeunte não estivesse dotado da eficiente caixa automática do modelo de que agora se fala. É que, se estivesse, certamente ele não se teria ficado por um comentário tão curto. Apesar de este modelo encerrar mais uma mão cheia de vantagens e motivos para agradar. Saiba quais são, no texto que se segue.

Lentamente a marca sueca tem vindo a renovar a sua gama de modelos e, parecendo que não, a actual série 60 já conta com mais de 3 anos de presença no mercado. Mesmo se continua a ser um produto perfeitamente actual em termos de linhas e de conceito, confortável e dinamicamente irrepreensível.
Mais ainda esta versão carrinha. Tal como toda a gama, em meados de 2013 beneficiou de algumas actualizações. Estéticas porque a frente alterou-se, ficou mais desportiva e ganhou iluminação diurna em led, mas também funcionais, uma vez que os bancos e alguns detalhes interiores foram melhorados, sendo ainda introduzido o painel de instrumentos digital adaptativo estreado no Volvo V40. (ler NESTE TEXTO mais pormenores sobre essa renovação)
Na verdade, nada disto resultaria, não fosse estarmos na presença de um conjunto bem-nascido. A V60 é uma carrinha compacta, seguindo uma tendência europeia de leveza e fluidez dinâmica para baixar os consumos, melhorar a capacidade de manobra e aumentar o prazer da condução. E, verdade seja dita, em qualquer um destes campos ela corresponde às ambições.

Interior confortável mas pouco espaçoso

A começar pela posição de condução. Confortável e facilmente ajustável a diversos tipos de condutor, somente quem tenha uma estatura acima da média poderá sentir alguns constrangimentos. Porque se trata de um conjunto baixo e isso é mais visível quando se entra ou se sai do veículo.
Essa mesma menor altura retira-lhe também algum espaço traseiro, que é claramente destinada a dois ocupantes. Nesse caso fica garantido o conforto. Do banco traseiro também não há muita visibilidade para o exterior, uma vez que fica colocado numa posição baixa e a linha de cintura alta faz diminuir a área vidrada.
A Volvo V60 não espanta também quanto à capacidade da mala. Oferece uns meros 430 litros, que a boa esquadria do espaço permite mesmo assim rentabilizar bem. Existem ainda alguns compartimentos sob o seu piso, uma vez que a roda suplente é substituída por um cada vez mais inevitável (e detestável) kit anti-furo.
Como já se referiu, a renovação efectuada em 2013 introduziu uma novidade estreada no V40: o Display Digital Adaptativo. Sem alterar a forma do tablier ou as suas funcionalidades, quando disponível (um extra que custa 405 euros nas versões mais baixas de equipamento), este novo painel de instrumentos digital e configurável permite ao condutor escolher entre três temas gráficos: “Elegance”, o modo “base” que oferece um estilo mais tradicional e tranquilo, um tema “Eco” iluminado a verde e com informação que fomenta uma condução ecológica, e o tema “Performance”, mais desportivo e com a iluminação de fundo em vermelho.

Transmissão automática acresce o prazer da condução

Mas aquilo que nos traz de volta à V60 é, efectivamente, a possibilidade de poder apreciar uma conjugação mecânica que tão boa conta dá de si na Volvo V70 (ler AQUI o ensaio a essa versão). E se nessa carrinha, mais pesada e menos aerodinâmica, o desempenho resulta bem numa condução familiar, na V60, mais leve e compacta, os resultados são ainda mais positivos.
Tendo a motorizá-la um bloco 1.6 com 115 cv de origem PSA, o comando deste pode ser inteiramente automático ou sequencial, através do respectivo manípulo das velocidades. O controlo sequencial da caixa de velocidades também pode ser feito através de patilhas instaladas atrás do volante, embora este acessório constitua um extra de algumas versões que custa mais 172 euros.
O que realmente importa referir é a suavidade com que as mudanças evoluem ou reduzem, graças à presença da dupla embraiagem. Ou seja, de uma forma quase imperceptível, tanto em termos da inércia do movimento do conjunto durante o processo de troca de velocidade, como em relação ao som do motor.
Com poder de aceleração e força suficientes para não deixar ficar mal na fotografia condutores mais apressados, esta versão não é, contudo, um carro propriamente rápido. É antes um veículo dedicado para quem gosta de aliar o conforto de uma transmissão automática à economia de consumos. No que toca a este último aspecto a média do ensaio rondou os 5,5 litros e a marca homologou a versão com um valor reduzido de emissões graças também à presença de um sistema start/stop rápido a reagir.
Tudo isto por um preço acessível para uma marca que tem crescido bastante em termos de imagem, já que a evolução da marca sueca em termos de design, qualidade de construção e, objectivamente, de produto, tem-na ajudado – e muito! - a conquistar mercado entre os chamados modelos "premium".
O peso máximo rebocável deste modelo é de 1300 kg.

DADOS MAIS IMPORTANTES
Preços desde
desde 37.991 euros (Powershift)
Motor
1560 cc, 8V, 115 cv às 3600 rpm, 270 Nm das 1750 às 2500 rpm, common rail, turbo, geometria variável, intercooler, tecnologia start/stop
Prestações
185 km/h, 12,7 seg. (0/100 km/h)
Consumos (médio/estrada/cidade)
4,2 / 3,9 / 4,8 litros
Emissões Poluentes (CO2)
110 g/km


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