ENSAIO: Mercedes-Benz A 160 CDI (90 cv)
O objectivo foi tornar o A mais acessível, sem beliscar a imagem de qualidade ou o prestígio da marca. Não se perdeu muito em prestações, ganhou-se alguma coisa em termos de preço. É verdade que tem um motor Renault. E daí? A marca francesa não foi a mesma que fez rodar (ver AQUI), sem problemas, durante 72 horas seguidas, 5 dos seus carros no Autódromo do Estoril? Iria um construtor com os pergaminhos da Mercedes arriscar a sua reputação não estivesse convencido ser esta uma solução fiável para um dos seus produtos? Uma solução, aliás, com continuidade em outros modelos da marca alemã? Veja então o que se pode esperar da proposta mais económica do Classe A: o A160 equipado com motor 1.5 dCi, perdão CDI, de 90 cv, disponível a partir de 26700 euros.
Nunca como agora um Mercedes foi tão acessível, com preços ao nível da concorrência de marcas com menos prestígio e presença do que aquelas que o construtor alemão oferece e poucas vezes (se é que alguma vez aconteceu) dispôs de um leque tão alargado de modelos, com linhas jovens e modernas.
Uma parte dessa maior acessibilidade de preço deve-o à partilha de motores com a Renault. É o caso da versão agora ensaiada, equipada o mesmo bloco de 1461 cc que serve a versão 180 CDI BlueEfficiency (ler AQUI respectivo ensaio). A diferença entre as duas versões começa na potência (no 180 CDI são 109 cv) e termina no preço (a partir de 28.200 euros para o 180 CDI). Mas se estes são valores que os distinguem, no que toca a consumo e emissões não são significativamente diferentes e, até mesmo no desempenho, não se acabam por notar alterações muito significativas.
Dotado de uma belíssima transmissão manual de seis velocidades, a chegada mais cedo do binário, aliado a um conjunto bastante rolante, em termos aerodinâmicos quase perfeito e equilibrado q.b. entre uma postura dinâmica e uma atitude de conforto, conferem a este “A” uma condução bastante acima do que as expectativas iniciais fazem supor face aos dados do motor.
A actual geração do Classe A da Mercedes pouco ou nada tem a ver com a anterior. Se antes era um pequeno monovolume, bastante espaçoso e com cariz nitidamente familiar, o actual modelo perdeu a silhueta e a funcionalidade interior, ganhando uma forma mais emotiva.
Nem o facto de ser o mais pequeno e o mais barato dos Mercedes-Benz o impediu de conservar os atributos ou os padrões de qualidade que são caros ao construtor da estrela. Aliás, exteriormente apenas a indicação A160 estampada na porta da mala poderá distinguir esta versão das restantes. Ou nem isso, já que existe a possibilidade do modelo comprado vir sem esta designação. Quanto ao restante, tal como acontece com a restante gama, o Classe A 160 CDI pode ser equipado com praticamente toda a linha de opcionais exteriores e interiores, incluindo um tecto panorâmico em vidro, além de uma série de itens de conforto ou sistemas de ajuda à condução.
De série ou na lista de opcionais, praticamente todo o equipamento está disponível, incluindo as baquets com assento de cabeça integrado que proporcionam bom apoio lateral em curva. Estes encostos de cabeça não podem ser ajustados, mas parecem bem adaptados a qualquer estatura de corpo. Retiram apenas alguma visibilidade ao condutor, que já não é muita por causa da menor superfície vidrada traseira. A posição de condução é muito agradável, sendo a postura facilitada pelos ajustes em altura e profundidade do banco e do volante. Quem gosta pode conduzir numa posição realmente baixa, para os que apreciam o contrário os bancos dianteiros oferecem grande capacidade elevatória.
A amplitude interior não é muito diferente daquela que é oferecida pelos seus concorrentes mais directos.
Escassos centímetros a mais de espaço para as pernas, outros tantos a menos na altura interior. Em parte os ganhos são obtidos com a configuração dos bancos, os traseiros podendo ter o encosto de cabeça integrado, tal como os dianteiros, mas a configuração do assento traseiro recomenda dois ocupantes.
Escassos centímetros a mais de espaço para as pernas, outros tantos a menos na altura interior. Em parte os ganhos são obtidos com a configuração dos bancos, os traseiros podendo ter o encosto de cabeça integrado, tal como os dianteiros, mas a configuração do assento traseiro recomenda dois ocupantes.
O volume da mala, 341 litros, é aceitável. Embora se revele pouco funcional devido à pouca amplitude da respectiva abertura. Não existe pneu suplente, podendo o Classe A ser equipado com quatro pneus de emergência com tela lateral reforçada, preparados para rolarem alguns quilómetros sem pressão.
(*) Dependendo da versão, nível de equipamento e diâmetro da jante
Dados mais importantes | |
Preço (euros): | 27.900,00 (sem despesas administrativas e de transporte) |
Motores | 1461 cc, 4 Cil./8 Valv., 90 cv das 2.750 às 4000 r.p.m., 240 Nm das 1.750 às 2.750 rpm, turbo de geometria variável, injecção common rail |
Prestações | 180 km/h, 13,8 seg. |
Consumos (médio/estrada/cidade) | 3,8 a 4,0 / 3,3 a 3,6 / 4,5 a 4,7 litros (*) |
Emissões Poluentes (CO2) | 98 a 105 gr/km (*) |
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