A temporada de 2014 será marcada por grandes e importantes mudanças técnicas. Para começar os V8 de 2.4 litros normalmente aspirados saem de cena para dar lugar a novos motores de 1,6 litros V6 turbo com um máximo de 15.000 rpm. Enquanto o anterior V8 podia chegar até aos 750 cv, o novo bloco 1.6 tem um tecto máximo em torno dos 600 cv, sendo a potência adicional proveniente de sistemas de recuperação de energia. Se para algumas equipas este pode ser um ano de transição (caso da McLaren que, em 2015, troca o actual motor Mercedes por um novo da Honda), já a Williams passa a contar em 2014 com a Mercedes, em vez da Renault, fabricante que irá abastecer, entre outras, a Toro Rosso, que abandonou os motores Ferrari. Confuso? Bem, se isto é confuso que dizer sobre o facto da última corrida do ano ter pontos… a dobrar? São tantas e tão confusas algumas das alterações, que Lewis Hamilton e Nico Rosberg, pilotos da equipa Mercedes parecem surpreendidos na entrevista que se segue.
Com algumas caras novas, todas as equipas, com excepção da Mercedes trocaram de pilotos. E se a marca alemã manteve a mesma dupla, a Ferrari reforçou-se com a chegada de outro ex-campeão do Mundo, o finlandês Kimi Räikkönen, embora Sebastian Vettel, da Red Bull, seja o favorito para conquistar o quinto campeonato da sua carreira.
Adrian Newey, chefe técnico da Red Bull, é um dos mais críticos da nova regra da dupla pontuação no Grande Prémio do Dubai, a última corrida da temporada a realizar-se em Abu Dhabi. Segundo ele, "esta medida é muito artificial e que em nada irá ajudar as equipas e pilotos".
Em entrevista à Autosport, o chefe técnico da Red Bull reconheceu que, pessoalmente, lhe parecia "artificial que o terceiro lugar" em Abu Dhabi valesse "mais que um primeiro lugar no Mónaco ou qualquer outra corrida."
Habitualmente com pontos atribuídos até ao 10.º classificado (1.º: 25 pontos, 2.º: 18 pontos, 3.º: 15 pontos, 4.º: 12 pontos, 5. º: 10 pontos, 6. º: 8 pontos, 7.º: 6 pontos, 8.º: 4 pontos, 9.º: 2 pontos, 10.º: 1 ponto), o GP de Abu Dhabi, que se realiza a 23 de Novembro, terá uma pontuação a dobrar.
"É uma pena que na tentativa de manter o campeonato interessante até à última corrida, se tenha escolhido esta rota artificial para o conseguir. Parece-me que é degradante para o desporto", acrescentou.
Algumas das restantes novidades parodiadas por Lewis Hamilton e Nico Rosberg na entrevista referem-se ao sistema de recuperação de energia (ERS), tanto da travagem como do calor residual do turbocompressor do motor.
Ao contrário do anterior dispositivo KERS (que gerava cerca de 80 cv extras em pouco mais de seis segundos), o ERS visa fornecer o dobro durante cerca de 33 segundos por volta.
Aerodinamicamente foram também introduzidas algumas alterações: por razões de segurança a altura do nariz foi reduzida e não é permitida carroçaria além da ponteira de escape, que passa obrigatoriamente a ser uma e inclinada para cima, para impedir que o fluxo de gases de escape a ser usado para o efeito aerodinâmico.
A asa traseira é também pouco diferente para 2014, já que a ala inferior foi banida e a aba principal passa a ter um perfil mais raso.
Estas são algumas das razões que levaram ao surgimento de algumas estéticas estranhas por parte de alguns dos carros intervenientes. Outras razões prendem-se com alterações no peso do conjunto, com as novas transmissões (passam a ser de 8 velocidades) e com novos sistemas de travagem, por exemplo. É que por causa desta fonte extra de energia ,o combustível passa a ser limitado a 100 kg por corrida.
Há ainda algumas modificações na forma como os números dos pilotos são atribuídos, no número de pilotos de teste que cada equipa pode utilizar na primeira sessão de treinos de sexta-feira e também nas penalizações que os pilotos podem sofrer.
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