ENSAIO: Audi A3 Limousine 1.6 TDI/105 cv

A configuração de 4 portas e o volume traseiro garantem-lhe uma presença mais marcante face às restantes versões da gama A3. Aliado a isso, a circunstância de ser 5000 euros mais económico do que o A4 Limousine, quando comparado em termos de motor e equipamento, dá-lhe uma dimensão de mercado que pode ir além da sua categoria. Na realidade, nem sequer tem concorrentes directos com dimensões de carroçaria iguais ou inferiores. O Mercedes-Benz CLA mede mais 17 cm de comprimento e o BMW série2 existe apenas com carroçaria coupé de 2 portas. A sua estrutura compacta acaba pois por ser uma das suas vantagens principais, ao conferir-lhe leveza e maior capacidade de manobra. Graças a isso ganha também eficiência energética, comportamento e facilidade de condução.

Por tudo isto há quem o encare como um A4 mais compacto. Mas em relação à versão hatchback de 5 portas testada AQUI (Audi A3 Sportback 2.0 TDI/184 cv "S Line") não existe qualquer ganho para os passageiros. Até porque a distância entre eixos é a mesma. Atrás o espaço para as pernas é bastante aceitável, embora mais favorável no que toda à largura. Devido à maior inclinação do tejadilho perdeu-se até um pouco da altura interior.
Aos ocupantes dianteiros é permitida uma sensação de mais espaço. Em grande medida isso deve-se à grande amplitude de ajuste dos bancos, algo que deverá ser vantajoso para condutores mais altos.
Naquilo em que o A3 Limousine supera as carroçarias de 3 ou 5 portas é, logicamente, na capacidade da mala: 425 litros contra 380 do Sportback. O compartimento tem formas regulares e abertura ampla, com a tampa da mala suspensa por dobradiças de arco protegidas pelo forro. O rebatimento dos bancos traseiros permite ampliar o espaço de carga até aos 1300 litros. Existe roda sobressalente de emergência.

Atitude em estrada

As impressões de condução do Audi A3 Limousine não diferem muito das recolhidas na versão de 5 portas.
Neste campo parece haver menos diferença do que acontece entre o Mercedes Classe A e CLA. Talvez isso tenha a ver com o facto de termos sempre conduzido versões "S-Line" do A3 (suspensão mais firme e conjunto 25 mm mais próximo do solo), com sensações dinâmicas mais apuradas e uma melhor postura dinâmica tanto em curva como em auto-estrada. Na verdade, dado o número de combinações possíveis entre a taragem da suspensão e a dimensão dos pneus, será sempre difícil estabelecer qualquer comparação.
Disponibilizado com vários motores a gasolina e a gasóleo, facilmente se percebe que este 1.6 TDI é o mais adaptado ao mercado nacional. Não porque os 105 cavalos sejam um valor de encher o olho, antes porque o desempenho equilibrado entre prestações e consumos é ajudado por preços que começam abaixo dos 30 mil euros e ficam aquém dos 35 mil, consoante a versão de equipamento ou a caixa de velocidades escolhida.
No final, o saldo é positivo. Com dois ocupantes a bordo, a fluidez de andamento e a agilidade demonstrada nas ultrapassagens não sugerem qualquer constrangimento. Suave, silencioso e bem coadjuvado por uma caixa manual de seis velocidades precisa e de bom trato, o consumo médio do conjunto ensaiado quedou-se num valor abaixo dos 5,0 litros.
Sistemas como o start-stop ou de recuperação de energia da travagem cumprem o seu papel e contibuem neste sentido.
Presença “S-Line”

Quem envereda por um Audi A3 Sportback “S line” está a optar por uma postura mais desportiva e bem identificado pela presença do logótipo "S line" nos guarda-lamas.
Exteriormente distingue-se ainda por pára-choques e jantes específicas e mais agressivas. A suspensão mais firme e rebaixada 2,5 cm acentuam-lhe a pose e garantem-lhe atitude.
No interior, obedecendo à mesma lógica, os bancos dianteiros e volante desportivos são identificados com o logótipo “S line” embutido. Molduras decorativas e inserções em alumínio escovado encarregam-se do necessário efeito de contraste.
A sensação de qualidade interior é evidente, com bons acabamentos e uso de materiais de excelente qualidade. Todas as partes transmitem uma sensação de solidez e encaixam na perfeição. Nesta versão o tablier é dominado por uma tablet retráctil electricamente, que congrega um conjunto de visualizações áudio e de navegação, sendo também capaz de fornecer conectividade.
O Audi A3 tem sido um dos pilares das vendas da marca em Portugal, quer no mercado de particulares, quer no mercado de empresas. No que toca ao uso profissional, o equipamento Audi Connect presente no modelo testado torna possível prolongar o escritório para o interior do automóvel.
Através dele é possível aceder ao email e às redes sociais, fazer um acompanhamento noticioso ou programar rss.
A unidade testada estava ainda equipada com o sistema "MMI de navegação plus", com comandos de controlo localizado entre os bancos atrás do manípulo da caixa de velocidades.
Com algumas funções activáveis por voz, um pormenor inédito é a faculdade de podermos "escrever" com o dedo sobre um painel táctil as letras ou os dígitos necessários para navegar, digitar uma mensagem ou um número de telefone, por exemplo.

Dados mais importantes
Preços desde
desde 29.090 euros (Attraction)
desde 33.805 euros (S-Line)
Motores
1598 cc, 16 V, 105 cv das 3000 às 4000 rpm, 250 Nm das 1500 às 2750 rpm, injecção directa common rail, turbo com geometria variável e intercooler
Prestações
198 km/h, 10,9 seg. (0/100 km/h)
Consumos (médio/estrada/cidade)
4,6 / 3,3 / 3,8 litros
Emissões Poluentes (CO2)
99 gr/km

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