ENSAIO: Kia Picanto 1.0 MPi LPG (GPL) More

Em Portugal, a procura de carros com motor a GPL cresceu após a entrada em vigor de uma nova lei (ver AQUI) que revogou algumas contrariedades da anterior. Com o preço médio deste combustível a rondar os 80 cêntimos e o gasóleo a cerca de 1,38 euros (ou menos nas "low-cost"), nem mesmo o facto de um motor a funcionar com GPL fazer médias de consumo mais elevadas, impede esta solução de ser tão interessante (ou mais) do que uma versão puramente a gasóleo. Daí que o novo Kia Picanto LPG (ou GPL) cubra muito satisfatoriamente o espaço deixado vago pelo desaparecimento da versão diesel 1.1, presente na anterior geração.


Desde meados de 2013 que, em Portugal, os carros movidos a GPL podem estacionar em parques subterrâneos. Deixou também de ser obrigatória a presença do inestético dístico traseiro, substituído por uma mais discreta vinheta colocada no para-brisas. 
São estas, provavelmente, as normas mais populares da lei n.º 13/2013 publicada a 31 de Janeiro. Cumprem os requisitos necessários para isso todos os veículos comprados novos ou todos aqueles que respeitarem as directrizes constantes na Portaria n.º 207-A/2013 de 25 de Junho. (ler AQUI a notícia)
Existem algumas vantagens óbvias com uma instalação proveniente de fábrica. Uma das mais importantes é, seguramente, no caso da Kia, o facto de todo o conjunto manter os sete anos de garantia que a marca oferece em toda a gama.
Outro benefício é que uma instalação integrada, desenvolvida e afinada especificamente para um determinado motor e modelo, acaba por se reflectir no desempenho. Em grande medida, a isso se deve o facto de não se notarem alterações perceptíveis na atitude do Picanto LPG, independentemente de o conjunto estar a funcionar com um ou outro combustível.
Nem mesmo quando se efectua a troca de carburante em andamento.
A comutação entre os dois combustíveis é feita pressionando um simples botão à esquerda do volante. Um sinal verde acende-se, então, junto do indicador da quantidade de GPL ainda disponível.
É importante salientar que o painel de instrumentos desta versão do Picanto contém dois mostradores colocados no painel de instrumentos – por isso bem visíveis -, um para cada tipo de carburante.
Esta acaba por ser outra vantagem que uma instalação de fábrica oferece.
A apontar, a única contrariedade revelada pelo Picanto LPG reside na redução do espaço de mala que, de uns já escassos 200 litros, desce para pouco mais de 150.
Desaparece também o pneu suplente, uma vez que o espaço reservado a este é ocupado pelo depósito de GPL.

GPL garante carburação mais “limpa” apesar do aumento do CO2

Outra vantagem que importa salientar é o facto de a carburação mais limpa e eficiente do GPL depositar menos resíduos no interior do motor.
Além de jogar a favor da sua longevidade, contribui para um desempenho mecânico mais “ecológico”. Até mesmo quando o Picanto LPG se move a gasolina. Isso acontece porque existem menos resíduos no interior do motor.
No que toca ao desempenho do conjunto, tendo a cidade como palco predilecto, o pequeno motor de 3 cilindros deste Picanto tem uma resposta satisfatória. Apenas em subidas mais íngremes se pressente que os 69 cv são escassos.
Na estrada, só a caminho das 3000 rpm este motor demonstra toda a sua vitalidade.
É de notar que os dados do fabricante indicam uma ligeira quebra de potência e binário face à versão exclusivamente a gasolina. O que, naturalmente, também se reflecte sobre a velocidade máxima e sobre a aceleração.

Reforço da autonomia

Utilizando um motor de 1,0 litro com 67 cv e 94 Nm de binário, o Picanto LPG possui dois depósitos de combustível: o habitual de 35 litros para a gasolina e um adicional, com cerca de 27 litros, para o GPL.
A junção dos dois prolonga significativamente a sua autonomia: o Kia Picanto LPG, com os dois depósitos atestados, supera facilmente uma distância superior a 800 km.

Interior do Picanto

Se o exterior do Kia Picanto já cativa, o habitáculo revela uma funcionalidade inesperada, sobretudo para um carro com dimensões tão pequenas e marcadamente urbano.
Por outro lado, apesar de se tratar de um carro pequeno com limitações óbvias no curso de suspensão, ao nível do conforto, o Kia Picanto cumpre satisfatoriamente essa necessidade.
A comodidade é incrementada pelos bons resultados da insonorização, trabalho que foi decerto simplificado pelo facto do seu pequeno motor de 3 cilindros não ser nem demasiado ruidoso nem vibrar em demasia.
Moderno e muito ocidental, o interior mostra-se muito bem rentabilizado. Disponibiliza múltiplos pequenos espaços destinados a objectos pessoais: na zona inferior da consola central e entre os bancos, no forro interior das portas dianteiras e ainda um porta-luvas bastante razoável.
Seguindo uma tendência bastante actual, o interior do Picanto pode ser personalizado com aplicações de diversos tons para o tablier e vários padrões de revestimento para portas e assentos.
No banco traseiro só com muita boa vontade cabem três adultos. Mas como existe esse número de cintos é essa a sua lotação. A seu favor, o facto de existirem portas traseiras com razoável ângulo de abertura (o que facilita, por exemplo, a acomodação de crianças, com ou sem cadeira) e ainda porque o espaço para as pernas até é razoável.
Desde que os ocupantes dianteiros não se estiquem muito...


Dados mais importantes
Preços desde
desde 9947 euros (LX)
Motores
998 cc, 67 cv às 6200 rpm, 90 Nm às 3500
Prestações
148 km/h, 14,7 seg. (0/100 km/h)
Consumos (médio/estrada/cidade)
GPL: 5,8 / 4,7 / 7,6 litros
Gasolina: 4,2/3,6/5,4
Emissões Poluentes (CO2)
GPL: 110 gr/km
Gasolina: 103 gr/km


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