ENSAIO: Kia Soul 1.6 CRDi TX (MY 2015)
Esta é a segunda alma do Soul. Perdoem a pobreza do trocadilho mas foi difícil resistir a utilizá-lo. Tão difícil quanto ficar indiferente à sua presença. Estranho dizem uns, apaixonante dirão outros. Quem gostar de carros diferentes, seguramente não vai ficar desiludido. Difícil é também catalogá-lo, encaixá-lo num estilo ou conceito. E fica (quase) tudo dito. Este é um carro diferente para quem gosta de carros diferentes. Ou então não! Vamos lá tentar percebê-lo.
O Kia Soul é o carro mais americano que a marca coreana tem.
Expliquemos. O modelo nasceu no final da primeira década do novo século (2009) no centro de design que o construtor tem do outro lado do Atlântico. É um misto de crossover e de monovolume, com uma forma estranha que serve exactamente para provocar.
Provavelmente quem o desenhou nunca chegou a pensar que algum dia pudesse vir a ser comercializado. Serviria apenas para chamar à atenção para a marca em salões automóveis internacionais, para mostrar a capacidade criativa e a ousadia de uma marca sem tradições de design.
A verdade é que o Kia Soul veio rompeu estilos e conceitos. Foi também o primeiro Kia a admitir várias possibilidades de personalização, desde a combinação de cores exteriores até inúmeras aplicações interiores e diferentes padrões de decoração.
Se a intenção era ter estilo, então o Soul podia ser, garantidamente, “estiloso”. A começar pela iluminação do habitáculo ao ritmo da música...
Alma irreverente
Algures em 2012, a Kia decidiu que era altura de lhe fazer uns acertos. Até porque entretanto foi surgindo concorrência, provando que, afinal, há espaço e mercado para carros diferentes; que o digam o Juke da Nissan ou o Cactus da Citroën.
Em 2014 chegou finalmente ao mercado português. E à primeira vista as diferenças nem parecem assim tantas e muitas delas até aconteceram porque em 2015 vai chegar uma versão inteiramente eléctrica. evidentes.
Do Soul original (ler último ensaio publicado) mantém-se a alma (prometo que é a ultima vez que utilizo), leia-se, a silhueta famosa que, utilizando uma expressão de Pessoa, tanto se estranha como se entranha.
Mas é só a aparência. Porque, garante o construtor, todos os painéis da carroçaria e a própria plataforma são novos.
A Kia utilizou a base do Cee’d para conceber um carro ligeiramente maior do que o anterior. Isso permitiu-lhe aumentar a distância entre eixos o que, naturalmente, acaba por provocar reflexos na habitabilidade.
Mas a maior diferença está mesmo no comportamento. Com maior distância entre eixos (embora ligeira) e uma carroçaria mais rígida graças ao uso de aços de elevada resistência, a segunda geração do Soul ganhou estabilidade, sobretudo quando curva.
Claro que ao facto também não é alheio os "sapatos" que calça: 235/45 montados numas belíssimas jantes em liga de 18''.
Claro que ao facto também não é alheio os "sapatos" que calça: 235/45 montados numas belíssimas jantes em liga de 18''.
É que além das formas exteriores peculiares, que ficaram mais desportivas graças à frente mais agressiva e à traseira mais envolvente, o interior ganhou melhores materiais e um tablier mais actual.
E é aqui que desponta aquilo que mais cativará muito jovem, afinal o consumidor-alvo da versão: uma volumosa “tablet” que comanda várias funções, entre elas um impressionante sistema de som “Infinity” (opção). E onde se descobre novo equipamento, como a câmara traseira de auxílio ao estacionamento.
Além destas, há outras novidades: um habitáculo mais sóbrio, habitabilidade ligeiramente reforçada e bancos mais confortáveis.
Sobretudo atrás, onde dois adultos beneficiam da altura e de um assento corrido e prático. O banco traseiro é fixo e os respectivos encostos apenas rebatem na totalidade.
Por isso, a mala só varia a sua capacidade por via de um duplo piso encaixado nas calhas laterais. A capacidade total é de 354 litros, existe pneu suplente para as emergências e a portão traseiro é mais amplo na nova geração.
Sobretudo atrás, onde dois adultos beneficiam da altura e de um assento corrido e prático. O banco traseiro é fixo e os respectivos encostos apenas rebatem na totalidade.
Por isso, a mala só varia a sua capacidade por via de um duplo piso encaixado nas calhas laterais. A capacidade total é de 354 litros, existe pneu suplente para as emergências e a portão traseiro é mais amplo na nova geração.
Com (quase) tudo a que tem direito
Embora o Soul continue a ser um carro prático e divertido de conduzir, não se espere uma insonorização brilhante ou grandes rasgos dinâmicos,
Apesar dos 128 cv que o motor a gasóleo 1.6 CRDi anuncia, a caixa de seis velocidades tem um escalonamento mais orientado para a poupança.
Apesar dos 128 cv que o motor a gasóleo 1.6 CRDi anuncia, a caixa de seis velocidades tem um escalonamento mais orientado para a poupança.
Ainda assim, dificilmente se conseguem médias em estrada ou mistas inferiores a 6,5 litros. Com reflexos sobre as emissões, naturalmente.
Contrabalançando a maior rigidez torcional do conjunto, a suspensão suave estabelece um compromisso satisfatório entre o conforto e o comportamento.
O Kia Soul e vendido em Portugal exclusivamente com no nível TX, o mais elevado. O que leva a incluir de série equipamento que justifica os mais de 25 mil euros de custo, ou cerca de 22 mil euros em preço de campanha.
A pintura metalizada e o “Urban Pack”, que inclui navegação e o sistema de som “Infinity”, são contabilizados à parte.
DADOS MAIS IMPORTANTES
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Preços desde
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25.700 Euros (22.700 € em campanha)
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Motores
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1582 cc, 16 V., 128 cv às 4000 rpm, 260 Nm das 1900 às 2750 rpm, common rail, turbo com geometria variável (VGT)
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Prestações
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180 km/h, 11,2 seg. (0/100 km/h)
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Consumos (médio/estrada/cidade)
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5,0 / 4,4 / 6,1 litros
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Emissões Poluentes (CO2)
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132 g/km
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